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Primeiras Impressões | A Vida de Rafinha Bastos (FX, 2013)

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O projeto foi anunciado no meio do ano passado, mas só agora tem a sua estreia oficial concretizada. E como não escrevi a respeito da pré-estreia da produção quando exibida em 2012, é hora de falar da estreia pra valer. A Vida de Rafinha Bastos promete mostrar o lado do humorista, com sua imagem “peculiar” sobre o mundo e, principalmente, sobre as polêmicas que rodeiam a sua vida. Porém, a pergunta que fica é: será que vamos rir de tudo isso?

A série já mostra em seu começo um Rafinha Bastos preso pelas suas palavras e atitudes. Preso mesmo, tal como você vê na foto acima. O comediante começa então a compartilhar as histórias que conduziram ele ao xilindró, mostrando a sua versão dos fatos, e principalmente, mostrando por que a sua imagem se tornou tão mal vista pelo público e crítica.

Situações do seu cotidiano, que resultaram em piadas de gosto duvidoso, que vão desde o fato do jornalista distorcer alguns contextos de suas piadas (e posteriormente esse mesmo jornalista morar no mesmo prédio de Rafinha, se tornando presidente do conselho de moradores, e tornando a vida do comediante um inferno) até o suposto bullying que o comediante sofre daqueles que não se simpatizam com o seu tipo de humor.

Tudo isso vai tentar mostrar a “vida de Rafinha Bastos”, de forma inspirada (ou não) na sua vida real, e nas suas mais recentes controvérsias.

Sim, eu não tinha muito para falar da premissa da série.

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Talvez o grande problema do piloto de A Vida de Rafinha Bastos é que ele é engessado. Nem estou falando tanto da carisma (ou falta dela) do protagonista, uma vez que ele é uma das celebridades mais detestadas pela audiência brasileira hoje. Alguns coadjuvantes da prisão (como o gay que está na mesma cela que ele) até funcionam, mas o todo não dá liga, sendo assim 22 minutos de um episódio que tenta colocar o comediante como vítima de uma sociedade que ele considera AINDA MAIS BABACA que ele.

Bom, talvez o único grande mérito da série é que partimos do princípio que Rafinha Bastos se assume o babaca que muita gente o vê hoje. Não estou dizendo com isso que ele tem consciência que fez merda. Estou dizendo que ele sabe que tem muita gente encarando algumas de suas piadas como algo escroto, e que nessa série ele está explorando isso. E que não concorda com as pessoas que enxergam isso como algo escroto. Para ele, é só humor, e a maldade está nos olhos e ouvidos de quem vê e ouve.

Não concordo com a teoria de Rafinha Bastos, mas isso é o que menos importa nesse post. Fato é que achei o piloto da série fraco. Você pouco ri com a situação do próprio comediante ser perseguido por um jornalista que distorce as coisas (todo mundo passa por isso), pouco se surpreende quando descobre a condição do jornalista (e as motivações para sua perseguição ao comediante), e se importa menos ainda com a solução dada para o episódio.

No final das contas, o piloto vale pela homenagem ao Marcelo Rubens Paiva. Bom, espero que Paiva consiga se sentir homenageado com tudo aquilo que o piloto apresentou.

Dificilmente eu vou continuar com A Vida de Rafinha Bastos. É o tipo de humor que não me agrada há tempos. Acho desnecessário calcar uma série em um monte de palavrões à esmo e situações que não fazem o menor sentido em um contexto geral.

Alguns afirmam que Rafinha Bastos está tentando ser o “Louis C.K. brasileiro”. Muitos estão revoltados com isso. Apesar de achar Louis C.K. um “babaca com grife” (e gosto não se discute, logo, não venham discutir o meu), eu entendo que os fãs do comediante norte-americano fiquem bravos com tais comparações. Até porque Louis C.K. tem especial na HBO, enquanto que Rafinha Bastos nem pode mais falar de bebê por aí.


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@oEduardoMoreira