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Primeiras Impressões | Agent X (TNT, 2015)

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Quem poderia prever que Sharon Stone um dia seria vice-presidente dos Estados Unidos?

A TNT precisava de uma série de ação, espionagem e conspirações internacionais, e achou que Sharon Stone poderia oferecer tudo isso para eles. O resultado dessa aposta é Agent X, nova série do canal que, se não apresenta nada de muito novo, ao menos não compromete. Bom, é claro que a premissa geral da série é de torcer o nariz (e muito), mas não podemos reclamar demais daquilo que eles se propuseram a fazer.

O “Agente X” (ou Agente Desconhecido) vem de um parágrafo oculto que está presente na quinta emenda da Constituição dos Estados Unidos onde, em algum momento, alguém entendeu que o governo precisava de um agente oculto para resolver as questões que o próprio governo norte-americano e seus departamentos de inteligência e espionagem não conseguem resolver. Esse agente receberia ordens diretas do vice-presidente dos Estados Unidos, nesse caso, uma mulher: Natalie Maccabee (Sharon Stone).

Por outro lado, esse tal Agente X também terá que proteger a vida da vice-presidente. Natalie já teve sua vida colocada em risco, em situações no mínimo esquisitas. Seu marido morreu em um misterioso acidente de carro, onde Natalie estava presente. E, como nova vice-presidente, ela poderá ter que se deparar com os perigos de tomar decisões que podem não agradar muito aqueles que contam com interesses dos mais diversos. Inclusive o de derrubar o atual presidente.

O Agente X nesse caso é John Case (Jeff Hephner), que já era um espião de elite. Já tem amplo conhecimento do passado e do presente da atual vice-presidente, e por ser mais “exército de um homem só”, é mais do que apto para cumprir com a missão designada. A série vai mostrar como Natalie, John e Malcolm Millar (Gerald McRaney), mordomo chefe da mansão da vice-presidente, vão se entender para resolver as eventuais crises que aparecerão, com ameaças domésticas e internacionais.

Agent X tem um plot meio surreal. Um texto oculto em uma emenda da Constituição dos Estados Unidos? Não era mais fácil colocar a Sharon Stone logo como presidente da nação? Ou não seria crível para a audiência? Enfim, quem sou eu para julgar. De qualquer forma, apesar de achar muito estranho ver Sharon Stone com vice-presidente de qualquer coisa (jamais achei ela uma boa atriz), isso não é pior do que o plot da série, que é a pior coisa que a série tem.

Não podemos reclamar da produção de Agent X. Tudo é bem feito, com locações bacanas, e lutas razoavelmente bem coreografadas (algumas coisas incomodam, mas é preciso ser muito chato para desgostar por absoluto). O elenco não compromete tanto, apesar de serem papéis que não exigem muita carga dramática de todos. De qualquer forma, mesmo com o plot atrapalhando, a série consegue ter um ritmo até interessante para os dois primeiros episódios, mesmo tendendo a ser mais a série “caso do dia” do que explorar mais a fundo os seus sublopts em desenvolvimento.

Porém, Agent X é uma série comum. Muitos já dizem que é um mix de Instinto Selvagem com Person of Interest (de forma maldosa e jocosa, é claro), mas acho que nem isso é. Não é aquela série que eu particularmente pretendo colocar na grade, mas acho que pode encontrar o seu público. Isso é, se ela sobreviver ao crivo da audiência.

Talvez o grande problema de Agent X é utilizar de novo o plot de teorias da conspiração e espionagem. Acho que isso já ficou batido e datado na televisão. Não há nada de muito original na série da TNT, mesmo com essa forçada de barra da vice-presidente poder tomar decisões que nem o presidente pode. De qualquer forma, fica a tentativa do canal em oferecer esse entretenimento descompromissado e sem muito esforço de raciocínio.

Agent X consegue ser a série “não fede nem cheira”. E isso não é um bom sinal.


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@oEduardoMoreira