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Primeiras Impressões | American Horror Story: Coven (FX, 2013)

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E lá vamos nós para mais uma temporada de American Horror Story (tá bom, mais uma minissérie de American Horror Story…), ou como gostamos de chamar aqui no SpinOff, “mais uma viagem da mente doente e perturbada de Ryan Murphy… que nós adoramos embarcar, de forma cega e inconsequente”. Dessa vez, a dupla Ryan Murphy e Brad Falchuk parece ter pegado mais leve nos fetiches sexuais (apesar deles permanecerem), e levou a coisa mais para o lado da fantasia. Logo, vamos conhecer do que American Horror Story: Coven realmente se trata.

Tudo começa em uma Nova Orleans de 1834, onde Madame LaLaurie (Kathy Bates) vivia a sua vidinha pacata de socialite, abrindo sua casa para se mostrar para a sociedade local e, nas horas vagas, e escravizar negros (tudo porque o seu marido a traiu com uma escrava). A madame é meio louca, pois acredita que um dos segredos de rejuvenescimento é passar uma solução sangrenta dos órgãos dos negros que ela mantém escravizada. Até que um belo dia, LaLaurie é vítima de um feitiço de uma especialista em vudu, Marie Laveau (Angela Bassett), que a mantém morta (ou presa em um estado catatônico) por, pelo menos, 300 anos.

No tempo presente, temos uma escola para crianças e jovens especiais (não confundir com a mansão do Professor Xavier, pelo amor de Deus), gerenciado por Cordelia Foxx (Sarah Paulson), que tenta fazer com que as jovens bruxas orientem os seus poderes para causas positivas (ou menos destrutivas do que natural), além de aprender a se proteger dos perigos do mundo exterior, inclusive delas mesmas. Sua mãe, Fiona (Jessica Lange), considerada uma Bruxa Suprema, não concorda muito com a metodologia da filha, e quer orientar as jovens bruxas para a iminente batalha entre elas e os mortais, uma vez que Fiona prevê que o tempo das caças das bruxas de Salém está voltando, e com força total.

A coisa se complica quando Zoe (Tassia Farmiga), outra jovem bruxa, entra para o colégio de Cordelia, guardando consigo um terrível segredo: ela mata as pessoas durante o ato sexual. Sim, isso mesmo: uma viúva negra. Zoe ainda não se dá conta do que é direito, e nem mesmo do quão poderosa ela pode ser. Ela e suas novas “colegas de colégio” até vão tentar viver uma vida normal, pegando garotos da faculdade e se metendo em problemas típicos da sua idade. Porém, com Fiona por perto tentando fazer de tudo para proteger a “Coven”, a vida dessas moças (e principalmente, a vida de Zoe) está bem longe de ser considerada algo normal.

Eu nem preciso dizer que Ryan Murphy, quando quer, faz algo bem feito. Acho que diante de tudo o que já vimos ele fazer em American Horror Story, podemos esperar algo minimamente interessante com American Horror Story: Coven. E é isso o que temos: uma história mais uma vez bizarra, com uma proposta que tem a assinatura das mentes doentes da dupla Ryan/Brad, com um ótimo elenco… enfim, está tudo lá.

Talvez algumas pessoas podem ficar um pouco decepcionadas por conta de uma mudança que o próprio Ryan Murphy afirmou que faria: uma série um pouco mais “leve”. Apesar de contar com cenas de extração de órgãos, escravos com olhos e bocas costuradas, e até um minotauro (ou tentativa de), Coven se mostra mais leve e até descontraída do que a temporada anterior (Asylum), onde a proposta é oferecer uma série que alcance um grupo maior de pessoas.

Muita gente também vai associar a premissa de jovens bruxas com o filme Jovens Bruxas (é óbvio), e com a série Charmed. Não se enganem: pode lembrar, mas não é similar. Até porque já dá para imaginar essas quatro jovens bruxas completamente diferentes nas suas personalidades se metendo em encrencas das grossas. Afinal, são jovens, impulsivas e inconsequentes, como devem ser.

Sem falar que Jessica Lange já chegou tocando o terror, e penso que Kathy Bates pode fazer algo semelhante. Afinal de contas, o que ela fazia com os escravos é algo digno dela mesma ser queimada viva na fogueira, algo que essas bruxas terão que evitar no tempo presente.

Ou seja, American Horror Story: Coven parece promissor. Talvez não tenha o mesmo impacto de Asylum no seu começo (que, convenhamos, foi “pé na porta, tapa na cara” total), mas não podemos duvidar de Ryan Murphy. Vai saber o quão mentalmente doente ele está nessa temporada. Para a nossa sorte.


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@oEduardoMoreira