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Primeiras Impressões | Ash vs. Evil Dead (Starz, 2015)

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A série que só aconteceu porque “os fãs não calavam a boca”. Palavras de Bruce Campbell.

Ainda bem que eles não calaram a boca. Ash vs. Evil Dead, nova comédia de horror do canal Starz, dá uma sambada na cara da sociedade (e mostra para Ryan Murphy e Brad Falchuck como se deve fazer), apresentando uma trama tosca, nonsense, divertida e, ao mesmo tempo, de elevada qualidade. Algo bem difícil se olharmos para as demais estreias da atual temporada.

A série desenvolvida por Sam Raimi, Ivan Raimi e Tom Spezialy é uma sequência do filme “Army of Darkness”, de 1993, e faz parte da franquia The Evil Dead, iniciada pelo filme de mesmo nome, de 1981. Vale lembrar que Sam Raimi dirigiu o filme original, ou seja, todo o conceito e estética do longa estão presentes nessa série. Ou seja, começamos bem. E só melhora quando sabemos que a série já foi renovada para a segunda temporada, três dias depois de sua estreia oficial nos Estados Unidos.

Ash vs Evil Dead é centrada no personagem Ash Williams (Bruce Campbell), que perdeu a mão nos acontecimentos de 30 anos atrás, e desde então é uma alma atormentada. Sofreu o pão que o diabo amassou, enfrentando demônios de tudo quanto é tipo. E ser um veterano de guerra deixa a sua mente ainda mais atormentada. Ele tenta seguir em frente, trabalhando em uma loja de departamentos de quinta categoria, e não quer falar sobre o seu passado.

Mas o passado decide encontrar Ash. Alguém, em algum momento, decidiu recitar as escrituras do livro dos demônios. As mesmas escrituras que mantinham os tais demônios presos. Ou seja, nem precisa pensar muito no que aconteceu: o pobre e atormentado Ash começa a ver os demônios em tudo quanto é lugar. Primeiro em suas alucinações, e depois de um jeito bem real, incorporados em amigos, policiais, colegas de trabalho e qualquer outra pessoa que se aproxima dele.

Mas Ash não está sozinho nessa. Para combater essa ameaça sobrenatural, ele conta com a ajuda de Pablo Simon Bolivar (Ray Santiago), imigrante/colega de trabalho de Ash, que se torna o seu sidekick nas missões. Também terá a ajuda de Kelly Maxwell (Dana Delorenzo), também colega de trabalho dos dois, com um passado obscuro, mas corajosa o suficiente para derrotar os demônios de forma eficiente.

Os três vão formar uma espécie de “família diferente”, onde precisam combater as ameaças vindas do outro mundo, com coragem, uma serra elétrica e piadas sarcásticas. E vamos combinar que todo mundo precisa disso para combater demônios e ameaças sobrenaturais.

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O piloto de Ash vs. Evil Dead é muito bom. Sem brincadeira. Mesmo se você não assistiu ao filme original de 1981 ou a nenhum dos filmes pertencentes à franquia, sem problemas. Você consegue entender perfeitamente tudo o que está acontecendo (até porque a premissa geral nem é tão complexa assim).  E, mesmo para aqueles que ainda podem ficar boiando diante de tudo o que acontece, o próprio Ash explica de forma breve em algumas oportunidades os eventos anteriores à série.

Um ponto muito positivo do piloto de Ash vs. Evil Dead é o fato de ter Sam Raimi capitaneando o projeto. Com isso, toda a estética e estrutura narrativa da franquia estão preservadas, e o resultado final é dos melhores. A ambientação da série também é das melhores, com um visual que até lembra uma revista em quadrinhos, e se mantendo bem fiel ao que foi apresentado nos primeiros filmes.

O texto do piloto é ótimo. Várias piadas pontuais, com propostas cretinas de humor que tanto alegra aos telespectadores mais espirituosos. Tudo é muito bizarro e cretino, mas sempre pelo lado positivo da situação. Você não tem que levar a sério a velhinha que é possuída pelo demônio ou a bonequinha que tenta matar Ash com um estilete. É propositalmente absurdo para você rir daquilo. E ponto.

Sem falar que Bruce Campbell consegue dar o tom certo para o protagonista, sendo o responsável por tornar aquilo que já é divertido ainda mais divertido. Ash é um personagem que, apesar de não acreditar muito nele mesmo, ele saber que é ele que tem que ser o “badassmothafucka” da coisa toda. Ao mesmo tempo, o personagem tem um ar cretino e sacana, o que deixa tudo muito mais divertido.

Ash vs. Evil Dead está aprovada. Agrada e muito aos que buscam uma comédia de horror sarcástica e com alguns toques de cretinice que vão bem a calhar nos dias de hoje. Vou repetir: Sam Raimi e sua turma dá uma aula de como fazer uma série desse gênero, sambando de salto agulha na cada de Titia Ryan Murphy, mostrando como Scream Queens deveria ser, mas jamais sera.

Para quem busca dar boas risadas com uma série descompromissada com o crível e com o único objetivo de fazer rir, Ash vs. Evil Dead é a dica.


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@oEduardoMoreira