O Troy de Community não existe mais.
Donald Glover tomou a sábia decisão de abandonar a comédia zumbi da NBC/Yahoo Screen para investir seu talento na sua própria série. Em Atlanta (a série), ele assume o completo controle de protagonismo, roteiro e produção, usando Atlanta (a cidade) e a música como pano de fundo.
É uma comédia de humor negro (pelo amor de Deus, isso não é um trocadilho), que lida com temas pesados, que se assemelham à realidade dos astros emergentes do rap e do hip-hom. Aliás, já repararam como a black music está em evidência no mundo das séries.
Sexo, drogas e rimas
Atlanta mostra a vida de um fracassado empresário do mundo do hip-hop (Glover), que está totalmente ferrado e prestes a ser expulso da própria casa pela mulher. Ele luta para se manter na família e cuidar da filha pequena. Até com a maconha ele deu um tempo, o que mostra que ele está tentando muito fazer a sua vida funcionar.
Nessas tentativas, ele decide deixar o seu emprego chato para empresariar a carreira do seu primo, que não é um grande rapper mas, convenhamos, precisa ser bom para fazer sucesso no mundo da música?
Acontece que eles precisam ter o mínimo de parcimônia na vida para não fazerem bobagens. Maneirar no consumo de drogas é um bom começo.
Fazer com que o astro se controle emocionalmente é outra medida interessante.
Tentar não agredir as pessoas então… nem se fala.
Logo, Atlanta vai mostrar as aventuras e desaventuras em série dos três personagens centrais, e a música será o elo de conexão (ou a força motriz) de todas a iniciativas que veremos ao longo dos episódios.
Um plot no limite
Como disse, Atlanta é uma comédia adulta, onde você obrigatoriamente precisa ter um olho mais apurado para perceber as ironias da vida.
Em alguns aspectos, a série tem tons de drama, tratando de temas sérios, como a própria questão do “cuidar da família”.
Pode não ser a comédia que vai fazer você se escangalhar de rir, e nem é esse o objetivo. Mas das duas que o FX estreou nesse mês de setembro, é a que mais me agradou.
Como já está renovada para a segunda temporada, vou pelo menos monitorar os comentários de leitores e de outros veículos para decidir se assisto a temporada completa ou não.
Mas creio que vale a pena você assistir pelo menos os dois primeiros episódios.