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Primeiras Impressões | Billions (Showtime, 2016)

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A luta pelo poder, e com pessoas muito poderosas.

O Showtime quis lançar uma série sofisticada, com uma temática séria. E até que conseguiu. Billions é uma série que segue bem o estilo do canal, mostrando personagens fortes, tratando o mundo dos adultos como os adultos pedem. Por outro lado, além de ser mais um piloto de uma hora de duração (algo desnecessário, pois eles poderiam contar tudo o que contaram em 42 minutos), é uma série que tente a se arrastar para mostrar todos os detalhes desejados, o que pode não agradar a algumas pessoas.

Mesmo assim, compreendi o que o Showtime quis com esse piloto, e passarei minhas impressões a seguir.

Billions é basicamente centrada em dois personagens poderosos, cujos universos vão se colidir em vários momentos. Em comum entre os dois, o incansável desejo pelo poder, nem que para isso eles tenham que violar a lei e ocultar alguns cadáveres.

Chuck Rhoades (Paul Giamatti) é um advogado de Nova Iorque linha dura, mas que acaba querendo andar à margem da lei para fazer justiça. Por outro lado, é um submisso assumido (em todos os aspectos). Tenta se fazer de forte diante de tudo e de todos, mas fica abaixo moral e financeiramente da esposa, Wendy (Maggie Siff) e do seu pai riquíssimo. O que consola a vida de Chuck é que ele ainda pode dar a grande virada da sua vida. Mas sabe que esse movimento pode representar o fim de várias coisas que ele se importa, ou deveria se importar.

A outra ponta dessa história é representada por Bobby “Axe” Axelrod (Damian Lewis), um rei do fundo de investimentos que sobreviveu às mudanças em Nova Iorque após o 11 de setembro de 2001, e em retribuição a tudo o que conseguiu, financia as carreiras universitárias dos filhos dos seus colegas que perderam a vida nos atentados terroristas. Tem jeito de homem descolado, bom pai de família, mas tem um caráter ambíguo. Também esconde suas ossadas por aí, e não mede muitos esforços para pular a cerquinha da lei quando necessário.

Esses dois personagens centrais vão nos mostrar um universo onde vale tudo pelo poder, mas não um poder superficial. Estamos falando de manobras que podem custar milhões de dólares. Principalmente para Axe, que lida com os capitais de risco todos os dias. Ele mesmo sabe que não pode confiar em todos, pois tem gente dentro de sua empresa querendo lhe passar a perna. Todo cuidado é pouco.

Mas… pense em várias tramas que podem surgir com esses argumentos, e temos uma série do Showtime para alegrar a sua noite. Ou não.

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Billions não é uma série ruim nos seus aspectos técnicos. É muito bem produzida, tem um acabamento final bacana, e os personagens são muito bem definidos nas suas características. O piloto consegue mostrar bem o que cada um deles tem a oferecer, apesar de usar uma linguagem mais complexa e diálogos que alguns telespectadores vão achar um tanto quando complicados de serem assimilados na primeira vista.

E, de fato, esse parece ser um dos grandes problemas desse piloto. Billions é técnica demais para o grande público, o que torna a série inacessível em alguns momentos. E, no desejo de explicar paulatinamente as motivações de cada um dos personagens, a sua narrativa acaba se tornando mais lenta, apesar de bem detalhada. Isso pode cansar uma boa parcela do público que talvez desejasse algo mais intenso e ágil nesse aspecto. Mas quem sabe os demais episódios não mostram essa agilidade proposta.

Agora, um dos pontos que tenho que concordar: acho que muitos de nós fomos enganados pelo Damian Lewis. Durante todo o piloto de Billions, a minha cabeça dizia “gente, esse moço é o Brody”. Definitivamente, ele não consegue fazer outro tipo de expressão facial que não seja a do co-protagonista das duas primeiras temporadas de Homeland… que por sua vez também é exibida pelo Showtime (bem que podia rolar uma piadinha nos vídeos promocionais das séries…).

De qualquer forma, Billions está na média. Nem é a nova oitava maravilha do mundo, nem é um lixo completo. Na verdade, é uma série pela qual muitas pessoas não vão conseguir sentir muita coisa, o que é sempre um péssimo sinal. De qualquer forma, espero que a produção engrene, que a série possa ser renovada, para só aí eu encomendar a minha maratona de episódios.

Pelo menos por enquanto, fica na lista de encomendadas.


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@oEduardoMoreira