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Primeiras Impressões | Game of Silence (NBC, 2016)

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Quais os segredos que você esconde das pessoas? E como eles vão te perseguir 25 anos depois?

A NBC estreia Game of Silence, adaptação norte-americana da série turca Suskunlar. Em uma trama que envolve mistério, intriga e segredo, o seu maior desafio aqui é buscar argumentos para permanecer interessado na série, que até se esforça para mostrar plot twists interessantes, mas que são previsíveis para todos aqueles que já viram na vida pelo menos uma série com a mesma temática.

Game of Silence mostra a história de amigos que decidiram passar parte da vida brincando de “Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado”, e agora alguém vai atrás deles cobrando o passado. Quatro crianças foram parar em uma prisão infanto-juvenil no estilo Fundação Casa (antiga Febem e, para quem não conhece, é o inferno na Terra), e passam por todas as “medidas sócio-educativas” possíveis, mas conseguem fugir de lá depois de uma rebelião do local. Cada um deles decide seguir com a vida, lidando com os seus traumas… e com as consequências de seus atos.

25 anos depois de tudo isso, os amigos se encontram em situações bem diferentes. E é justamente nesse momento que as atitudes deles do passado voltam para atormentar a vida deles. Não apenas por conta dos eventuais rastros que eles deixaram dos seus segredos, mas principalmente por rapidamente entenderem que o que eles vão começar a sofrer hoje está diretamente conectado com tudo isso. Mais: pode ser o resultado de algo maior, que eles ainda não entendem. Como eles vão lidar com isso, e como esses novos eventos vão afetar as suas vidas no presente são os incentivos para aqueles que vão assistir a temporada.

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Game of Silence até que se esforça. Não é a série de todo mal, com uma trama que tenta ser envolvente, chamando a questão para os danos emocionais que cada um dos personagens sofreram durante o período onde eles ficaram no reformatório, e como esses danos afetam as suas vidas no presente. Basicamente todos os personagens estão com as emoções à flor da pele antes mesmo dos problemas realmente começarem, e tal comportamento pode resultar em consequências imprevisíveis por parte deles. Nesse aspecto, a série até tenta pegar um viés mais humano, apelando para o conflito moral, onde muitos podem pensar que “se fosse comigo, eu faria exatamente a mesma coisa”.

Porém, no final das contas, estamos diante de uma série rasa e relativamente previsível. Até mesmo o final do piloto é algo bem manjado, remetendo aos clichês clássicos do cinema e da TV para estabelecer o famigerado plot twist que convence a pessoa mais distraída a aderir à essa proposta de narrativa. Por outro lado, tudo indica que o norte- americano médio não caiu nesse truque, e a audiência do segundo episódio de Game of Silence caiu pela metade. Ok, o piloto teve a ajuda de The Voice, o que faz uma grande diferença. Mesmo assim…

A boa notícia é que a série tem uma boa margem para melhorar. Não é uma porcaria como outros pilotos que já vi na vida. Só não tem tanto apelo assim para que a audiência siga acompanhando a trama. Sem falar no elenco da série, que definitivamente não ajuda em nada nessa equação.

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De qualquer forma, Game of Silence está aí. Pode ser que se salve se tiver uma demo na média de 1.0. Mas se for cancelada, não deve ser uma grande perda. Tomara que melhore para aqueles que vão insistir na trama dos segredos mal guardados na NBC.


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@oEduardoMoreira