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Primeiras Impressões | MasterChef Júnior Brasil (Band, 2015)

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As crianças não mentem. As crianças querem a verdade. E as crianças querem cozinhar.

A Band quer aproveitar ao máximo o hype de MasterChef, e sem medo de ser feliz, estreou a primeira temporada de MasterChef Júnior Brasil apenas um mês depois de Izabel ser coroada a vencedora da segunda temporada do reality. A versão infantil foi aguardada com expectativa, levando em conta que as crianças são sempre imprevisíveis. E talvez a adaptação para o novo formato foi tão bem feita, que o “fator surpresa” se perdeu. Não que isso seja ruim. Pelo contrário. O reality continua ótimo.

Quando digo que “não há surpresas” em MasterChef Júnior Brasil, é porque o programa em si não apresentam grandes novidades em relação à versão adulta. A ideia geral do programa é basicamente a mesma: uma competição culinária, onde o vencedor vai ganhar aquele monte de coisas que a Ana Paula Padrão vai repetir em todo episódio, além do título de “o primeiro MasterChef Júnior Brasil”. Alguns detalhes foram modificados para que a versão infantil fosse algo mais prazeroso para as crianças, o que faz todo o sentido do mundo.

Você não destrói os sonhos de uma criança. Você incentiva elas a serem melhores sempre, a cada dia. Explica para elas que aquela experiência é só o começo, que muita coisa vai vir pela frente, para que eles não desistam desse sonho. Afinal de contas, os 20 participantes de MasterChef Júnior possuem um talento acima da média, um dom nato para cozinhar. E isso não pode ser desperdiçado apenas por conta de uma experiência ruim, ou uma derrota na competição.

Diferente do Comandante Hamilton, que na segunda temporada do MasterChef, chegou a apresentar coisas simplesmente horrorosas.

Aliás, o Comandante Hamilton e o Lucas deveriam sentir vergonha deles mesmos. As crianças apresentaram logo de cara coisas muito melhores do que os dois durante sua trajetória na segunda temporada de MasterChef. Algumas coisas que foram executadas no programa pelos pequenos chefs alguns dos “cozinheiros adultos” simplesmente não conseguiram fazer direito. Na verdade, MasterChef Júnior tem tudo para ser ainda mais difícil do que MasterChef, pois Henrique Fogaça, Paola Carosella e Eric Jaquin terão que determinar suas decisões através dos detalhes (tempero, empratamento, execução, etc), e não porque alguém fez uma sopa de tomate com pimenta, ou jogou um monte de chantily e calda em um prato e chamou de sobremesa.

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Outro detalhe importante (e talvez a maior mudança que o telespectador vai detectar entre as duas versões): parece que todos os chefs tomaram várias doses de Lexotan para julgar a criançada. Como a pegada de MasterChef Júnior é outra, eles jamais podem usar das táticas que tanto amamos na versão adulta, como berrar com os participantes e tentar quebrar a alma dos mais inseguros. E fica bem claro que na versão infantil, eles estão bem longe de querer isso. Eles querem incentivar, ensinar, ajudar.

Dicas mais direcionadas para desenvolver o raciocínio lógico da criança na cozinha foram a tônica desse primeiro episódio. Apesar de que as crianças eram tão boas, que só pediram ajuda mesmo quando se apavoraram. Além disso, Fogaça, Jacquin e Carosella foram exemplares ao serem sinceros nas suas avaliações, não aliviando quando alguém fazia um prato que faltava alguma coisa, mas também não acabando com o pobre coitado que se esqueceu de colocar sal no arroz vermelho.

Vale lembrar que até os chefs foram instruídos por psicólogos sobre como devem lidar com as crianças. Crianças essas que foram treinadas para cozinharem em MasterChef, dento dos padrões de segurança previamente estabelecidos.

Também temos mudanças na estrutura geral das provas. Em média, o tempo de todos os eventos de prova de MasterChef Júnior é 20% maior que na versão adulta. Por exemplo, na prova das carnes, enquanto as crianças tiveram 1 hora para preparar o prato, os adultos teriam 40 minutos. O supermercado foram cinco minutos, tempo esse que os adultos poucas vezes tiveram. Sem falar que as crianças podem voltar ao supermercado para pegar itens que se esqueceu nas compras por duas vezes ao longo de toda a competição. E essa boiada a turma adulta nunca teve.

Por fim… Ana Paula Padrão. Achei lindo ela ser ignorada pelas crianças, que se interessaram muito mais pelo cenário. E olha que a roupa de “Napaula” não era uma das mais discretas! Se bem que temos que dar crédito para a apresentadora dessa vez, já que ela finalmente fez algo de útil: mandou um dos pais que estava atrapalhando o filho a cozinhar “calar a boca”. Mas com toda a educação que lhe é peculiar. 🙂

MasterChef Júnior Brasil começa bem. É o reality que aprendemos a amar, com crianças que cozinham muito, com uma apresentadora que faz uma força danada para ser a tia amiga de todo mundo, e três chefs que querem ser o professor de todos. No final, vai dar caldo sim. Apesar da Band insistir em episódios que duram mais de 2h de duração, a temporada chega ao fim no começo de dezembro, seguindo o padrão das versões internacionais.

E sim… queremos um duelo final entre o vencedor de MasterChef Júnior e o Comandante Hamilton. Ou o Lucas. Ou o chef mirim enfrentando os dois. Tanto faz.


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@oEduardoMoreira