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Primeiras Impressões | Minority Report (Fox, 2015)

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Com o objetivo de testar algumas de suas apostas para a próxima temporada, os canais ‘promovem vazamentos’ de alguns pilotos, já que na internet está boa parte do seu público alvo. A Fox é mais uma que repete essa estratégia com Minority Report, adaptação do filme de 2002 produzido por Steven Spielberg e protagonizado por Tom Cruise. E a ausência desses dois é bem percebida nesse piloto.

Minority Report acontece em 2065 (15 anos depois dos eventos do filme de 2002), em Washington, D.C.. Dash (Stark Sands) é um Precog, alguém que é capaz de prever os crimes no futuro. Ele era membro de uma unidade especial da polícia, a Pre-Crime, que foi desativada em 2050, o que obrigou as forças policiais a buscarem novos métodos para lutar contra o crime. O problema é que os tais ‘novos métodos’ na verdade envolvem no final das contas a pura e simples investigação, que nem sempre é tão eficiente assim (vide The Following #JamaisEsqueceremos).

Mas antes da Pre-Crime ser desmantelada, Dash, seu irmão gêmeo Arthur (Nick Zano) e sua irmã mais velha Agatha (Laura Regan) ajudavam no programa com os seus dons especiais. Com a desativação, eles foram varridos dos registros, se tornando completos anônimos. Desde então, nosso protagonista busca evitar que os crimes que ele prevê aconteçam, mas sozinho o seu dom não vale de muita coisa, já suas visões são incompletas sem os outros irmãos.

Agora, Dash usa suas habilidades para ajudar a detetive Lara Vega (Meagan Good) a evitar os crimes, ao mesmo tempo em que ele procura o seu irmão perdido, e tenta manter o seu dom escondido de tudo o e de todos. Principalmente daqueles que querem capturar os Precogs a todo custo.

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Eu tenho sérios problemas com séries de ficção científica. Mais ainda com séries que jogam diversos efeitos visuais na minha cara. Logo, Minority Report perde pontos comigo logo de largada. Porém, a coisa só piora quando eu olho para esses dois protagonistas. Meagan Good não é boa atriz, definitivamente. E Stark Sands parece um robô em alguns momentos. Logo, fica difícil comprar a série desse jeito.

Nem falo tanto da premissa geral. Mesmo porque é muito parecida com a do filme, que considero muito bom. Quem sabe se aqueles que não vão ficar chocados com uma pulseira inteligente virando um drone, a investigadora com a cara tatuada, e todos os elementos ultra coloridos que aparecem na tela poderão aproveitar um pouco da trama, que apesar de ter como plano principal os tais ‘casos da semana’, ainda conta com tramas de fundo que podem fazer a série andar.

Também acontecem alguns momentos de alívio cômico na série, com piadas sutis mas bem pontuadas, que ajudam na interação da dupla de protagonistas. Ou melhor, alivia um pouco o fato deles parecerem bem insossos na maior parte do tempo.

Fora isso, todo o restante me afasta de Minority Report. Os cenários digitalizados, a proposta geral da série, o fato dela ser um procedural futurista. Não que o piloto seja um lixo. Ele começa muito ruim, e vai melhorando com o avançar do episódio. Mas não é o tipo de série que vou dedicar 42 minutos semanais para saber o que vai acontecer com o moço que prevê o futuro, com o irmão dele que tem a cara do Fofão depois do regime, da outra irmã que parece a Princesa Léia na terceira idade, e da detetive que faz coreografias para interagir com o software que recria a cena de um crime (essa última parte é vergonhosa e desnecessária).

Enfim, Minority Report é para os fortes e persistentes. Para quem curte o gênero de ficção científica, e pretende deixar de lado tudo o que não é tão legal assim na série. Lembra muito Almost Human na sua estética, e todo mundo sabe o que aconteceu com essa série depois que foi ao ar. Por outro lado, a Fox aposta na mecânica que deu certo no passado em Arquivo-X e Bones, e que surpreendentemente funcionou no começo de Sleepy Hollow: casal de detetives que solucionam os casos do dia, enquanto uma grande trama acontece em paralelo.

Porém, no caso da série da Fox, não tem Steven Spielberg, nem Tom Cruise correndo. E acho que nem os dois salvariam a série de ser de gosto relativamente duvidoso.


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@oEduardoMoreira