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Primeiras Impressões | Monday Mornings (TNT, 2013)

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E estamos diante de mais uma série de David E. Kelley, responsável por sucessos como Chicago Hope, Ally McBeal, The Practice e Boston Legal. Monday Mornings está na TNT, e antes que vocês digam “ah, é só mais uma série médica na TV”, eu digo: “assista o piloto, que não é bem assim”. A seguir, minhas impressões.

David E. Kelley é um dos melhores no seu segmento. É um especialista em séries jurídicas, mas quis buscar novos desafios depois de mais de 20 anos de serviços prestados para a 20th Century Fox. Tudo bem, ele teve erros no caminho, como Harry’s Law (que era bem intencionada, mas não engrenou) e aquele “memorável” piloto de Wonder Woman, que nem a NBC quis (se você não viu, assista: é uma “aula” de como não fazer). Agora, Kelley finalmente faz a sua estreia na TV a cabo, com Monday Mornings. E eu posso dizer que o problema era, definitivamente, a NBC.

É uma série médica? Sim. Mas o foco da produção é bem peculiar: redução do índice de mortes causadas por falhas técnicas causadas pelos médicos. O hospital em questão é o Chelsea General Hospital, que fica em Portland, Oregon (ah, te peguei… pensava que ficava em Boston, certo?). O chefe do hospital é Harding Hooten (Alfred Molina), que diferente de qualquer outro incompetente que tenha ocupado o mesmo posto em um certo Seattle Grace Mercy West, não só procura detectar os problemas em pacientes que morrem no seu hospital, como dá um sabão no médico incompetente na frente de todo mundo, apontando onde foi que ele errou e, se possível, demite o infeliz, para que os erros não se repitam, servindo de exemplo aos demais.

Como em toda série médica que se preze, temos diferentes personalidades na junta médica do Chelsea General Hospital, mas não temos nenhum novato ou residente salvando vidas. Todos são médicos experientes, com um passado que indiretamente resultou nesse ofício, e com especialidades definidas. destaque para Jorge “El Gato” Villanueva (Ving Rhames), especialista em trauma que mais parece ter saído de um dos filmes da série Missão: Impossível, mas é um dos mais compenetrados do hospital, Sydney Napur (Sarayu Rao), a cota indiana do hospital, temperamental, mas sabe o que faz, e Sung Park (Keong Sim), o neurologista asiático esquisito (porque toda série tem que ter um), mas que é considerado um gênio da sua área.

Pode até parecer que Monday Mornings é uma série “engraçadalha” pela minha descrição acima, mas não é. O piloto é um drama dos mais evidentes, e com toda a assinatura de David E. Kelley, principalmente na trilha sonora/incidental e na edição. Kelley sempre usou recursos que imergem o telespectador na proposta apresentada, e que transmite da forma mais evidente qual é o sentimento que a cena está transmitindo. Mas essa não é a melhor parte do piloto.

O principal ponto positivo é que Monday Mornings lida com o assunto “salvar vidas” de forma séria, e faz você realmente acreditar que estamos em um hospital sério, e não em Seattle Grace Mercy West, onde tudo é uma galhofa. Como o nome da série sugere, a cada semana, na segunda-feira pela manhã, Harding avalia os médicos do seu hospital da forma mais severa possível, citando pontos fundamentais do desempenho individual e em equipe da sua junta. Pontos esses que em Grey’s Anatomy são ignorados há temporadas. Exemplos? Claro: um médico que é conhecido pelo apelido de 007 não é um ponto positivo, já que ele tem “permissão para matar” (e, de fato, pelas mãos do cara, morreram três pacientes). Resultado: demitido do hospital.

Outro exemplo? Pois não: um neurologista que detecta um suposto aneurisma em um garoto, mas não consulta o neurologista fodidex (Dr. Sung) por pura vaidade e arrogância, e o paciente morre. Ah, um detalhe: Harding é visto como um chefe temido e inflexível, mas quando necessário, vai lá para a sala de operações, auxiliar os médicos em situação de emergência.

Pode ser que eu me engane de novo com David E. Kelley, mas para aqueles que ficaram decepcionados com as suas últimas produções, eu posso dizer ao menos que o começo de Monday Mornings é muito mais promissor. É um David E Kelley falando sério, com um drama bem estruturado, com ótimos diálogos, e em um local “seguro”, com é a TNT. Vamos ver se a audiência compra a ideia de ver como os médicos trabalham para salvar vidas e, principalmente, evitar mortes. As primeiras impressões são as melhores possíveis. Piloto recomendado.


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@oEduardoMoreira