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Primeiras Impressões | Mr. Robot (USA Network, 2015)

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“A democracia foi hackeada”. E pelo Christian Slater! 🙂 Tá, bullying à parte, os 64 minutos do piloto de Mr. Robot podem assustar. Me deram preguiça na verdade, mas depois desse quase longa metragem, podemos dizer que a experiência foi menos dolorosa do que se imaginava. Se bem que reconheço que não é para todo mundo.

Mr. Robot conta a história de um grupo de hackers que tentam derrubar pelo menos uma grande corporação norte-americana, que eles consideram ser uma das controladoras de todas as outras coisas que regem as nossas vidas. Usam do poder concentrado para criar um pequeno grupo de executivos poderosos para manipular a informação e tudo que a envolve, para assim gerenciar a vida das demais pessoas de forma imperceptível. Quer dizer, quase.

Toda a ação se centra em Elliot (Rami Malek), um programador que sofre de depressão crônica e distúrbio de ansiedade social. Esses problemas não o impedem dele ser brilhante no que ele faz, inclusive na hora de hackear os maus elementos da web e intimidá-los, apenas pela diversão (não é pelo dinheiro) e pelo desejo de fazer a coisa certa, pelos seus meios.

Ele sempre entendeu que a grande E Corp, ccorporação que contratou os serviços de sua empresa de segurança, é uma das grandes vilãs que controlam a vida das pessoas. Ele nunca concordou com a forma deles procederem, e já estava de saco cheio de ter que proteger seus dados daqueles que queriam derrubar toda essa máquina capitalista.

Até que no caminho dele apareceu o Mr. Robot (Christian Slater), um anarquista que o recruta para o seu grupo hacker. Ele acredita que as habilidades computacionais de Elliot, combinadas com o seu desejo de mudar o mundo hipócrita em que ele vive podem ser muito valiosas na sua iniciativa maior de desmantelar esses grandes grupos. Nem preciso dizer que a tecnologia é a principal arma desse grupo, e todo o conhecimento técnico sobre hackers e invasão de sistemas será fundamental nessa batalha.

Para Elliot, a situação é um pouco crítica. Esse grande grupo de poderosos já sabe quem é ele, e do que ele é capaz de fazer com suas habilidades.

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O piloto de Mr. Robot não é ruim. É bem trabalhado nos aspectos técnicos, e falando sob a perspectiva de quem está mais familiarizado com o cenário informático/hacker/tecnológico do plot, eles não cometeram nenhum grande absurdo ao longo do primeiro episódio. Algumas falas de personagens explicam até de forma didática e objetiva o motivo de algumas escolhas, e algumas ações mais técnicas nas situações apresentadas.

Por outro lado, não é um piloto que é acessível para todos. Muitos acharão maçante a narrativa de Elliot, que gasta o episódio inteiro narrando as suas motivações para se unir ao Mr. Robot, os seus dramas, traumas e distúrbios psicológicos/emocionais. Ok, isso é necessário para que você se importe com o personagem principal (algo que, da minha parte, aconteceu), mas poderia ter sido feito perfeitamente em um episódio de 42 minutos, e não em um de 64 minutos.

A produção de Mr. Robot é muito boa. Bem trabalhada, com ótimos cenários e poucos chroma keys. O elenco também é equilibrado, com exceção de um ou outro personagem que soa meio canastrão. E nem falo do Christian Slater em si, que até que conseguiu segurar a onda, sem ser o Christian Slater de sempre, que vive cancelando séries por aí.

No final das contas, se você gosta de tecnologia ou de hackerativismo, ou curte um thriller psicológico, Mr. Robot pode ser uma boa pedida. Se você não tem muita paciência para isso (ou acha que Scorpion já está de bom tamanho para você), não será um grande pecado se não assistir. Vale lembrar que a série só teve o seu episódio 1.0 exibido, e que todos os nomes dos episódios são nomes de arquivos de computador, inclusive com a sua extensão (exemplo: eps1.0_hellofriend.mov).

E sim… eu acho que essa o Christian Slater não vai conseguir cancelar! 😛


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@oEduardoMoreira