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Primeiras Impressões | Reign (CW, 2013)

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Reign "Pilot

Reign nem tinha estreado na grade de programação da CW, e já estava causando polêmica por uma cena removida, cuja conclusão dessa cena daria mais o que falar do que a suposta cena em si. O drama de época do canal teen é uma combinação de intrigas, traições, mentiras, trapaças e jovens descolados. Pra resumir, é um Gossip Girl do século 16.

A série conta a história de Mary, Rainha da Escócia (Adelaide Kane), que desde criança vive uma vida de privações e ameaças de morte. Viveu em um convento de freiras até os 15 anos de idade para se manter viva, mas quando uma das freiras é envenenada, ela é enviada para a França, para que o seu destino seja cumprido. Ou seja, se casar com o futuro Rei Francis II, atual Delfim da França (Toby Rego).

Até aí, tudo bem. Casamentos arranjados eram comuns na época. Mas isso não significa que todos estavam contentes com isso. Como disse antes, Mary é uma mulher marcada para morrer, e algumas pessoas queriam ver ela sete palmos debaixo da terra. Uma dessas pessoas é Catherine de’ Medici (Megan Follows), esposa do Rei Henrique II da França (Alan Van Sprang) e mãe do futuro rei Francis. Não só pelo instinto materno, Catherine faz isso também pela frustração: o seu casamento é uma piada, com o Rei Henrique II sendo o maior pegador, passando o rodo geral, a ponto de ter um filho bastardo, Sebastian (Torrance Combs), cuja mãe mora no mesmo castelo do rei.

Mas além da antipatia gratuita por Mary, Catherine tem outra motivação para que o casamento entre a Rainha da Escócia e o futuro Rei da França aconteça. Segundo Nostradamus – sim, ele mesmo (Rossif Sutherland), o casamento com Mery vai simplesmente provocar a morte de Francis. E qual mãe quer ver o seu filho morto, não é mesmo?

Sem falar em vários mistérios que a série apresenta logo de cara: em quem Mary pode confiar (ou não), pessoas misteriosas que aparecem do nada e somem de forma ainda mais repentina, o que diabos tem na tal floresta mortal, se Sebastian vai roubar Mary de Francis, entre outros. E tudo isso forma a trama de Reign, a serie de época da CW.

Reign "Pilot

Vamos por partes, para separar bem as coisas, principalmente para aqueles com processo de leitura seletiva (com mentes mais fracas pela ignorância). Eu esperava algo MUITO PIOR de Reign. De verdade. Esperava algo terrível, uma série brega, sem nenhum tipo de atrativo, e facilmente descartável. E não encontrei nada disso. Só encontrei uma série fraca.

Entendo que, diante de uma fall season 2013 considerada terrível por muitos, onde poucas séries se salvaram, Reign ganha alguns pontos por justamente ter evitado o desastre que o promo mostrava no meio do ano. O piloto mostra didaticamente o que cada personagem vai fazer, de forma bem mastigadinha, para que a “família CW” consiga acompanhar tudo. Tem uma boa quantidade de questões que serão respondidas ao longo da temporada, e o ritmo do piloto é razoável.

Outro ponto positivo é que a CW fez uma boa produção. Bom, ao menos tiveram o trabalho de segurar na mão nos efeitos visuais, além de gravar algumas externas em cenários minimamente próximos da realidade. Os figurinos estão bem feitos, e a trilha sonora moderna foi adaptada aos tempos da Idade Média, mas sem deixar de ser pop.

Porém, Reign não deixa de ser fraca como série, para o meu gosto. Como disse antes, eu esperava algo muito pior, mas confesso que não é o tipo de série que me prende. Explico: é um piloto mastigado, onde as resoluções são as mais óbvias, algumas interpretações deixando a desejar, e uma trama que, no geral, nada mais é do que Gossip Girl na Idade Média. Nem vou aqui criticar que a Rainha Mary é vesga, pois a coitada não tem culpa, e não é isso que torna o piloto de Reign não tão desejável assim.

Sabe, eu entendo que vai dar certo na CW porque “é a CW”. A série é a cara do canal, seguindo os padrões do mesmo: uma trama onde os personagens centrais são adolescentes, com um grupo de amigas (algumas delas bonitas, outras normais), com os galãs com cara de bom moço (alguns deles com alma de cafajeste), as intrigas conspiratórias (onde todo mundo puxa o tapete de todo mundo), uma pseudo cena de sexo (sem falar na cena de masturbação cortada, onde a conclusão da cena é pior que uma masturbação – confira você mesmo assistindo o piloto), e uma trilha sonora animadinha.

É o que a audiência da CW quer ver.

Se cumprir com esse objetivo, ótimo, parabéns para Reign. Particularmente, não vou acompanhar a série, mas também não vou aqui dizer que o piloto é uma tragédia. Não é. E, de novo: digo isso também levando em consideração as demais estreias dramáticas dessa temporada. Que por sinal, é uma temporada péssima. E sei que tem muita gente que vai querer saber o que vai acontecer com Mary e suas amigas.


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@oEduardoMoreira