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Primeiras Impressões | Sex&Drugs&Rock&Roll (FX, 2015)

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Por que eu demorei tanto para escrever sobre essa série? Porque eu estava de mudança de cidade e estado. Mas felizmente eu vi o piloto de Sex&Drugs&Rock&Roll, e me diverti muito com essa comédia escrachada, cretina e regado à tudo o que o rock mais quer. Zoando muito o mundo do rock, é claro. Tá bom, eu sei, a série estreou em julho. Mas como só teve quatro episódios exibidos, acho que vale a pena você ler essa review e correr atrás para assistir o que já foi ao ar.

Sex&Drugs&Rock&Roll é criada e protagonizada por Dennis Leary (de Rescue Me), e mostra o que sobrou da vida de Johnny Rock, vocalista da banda fictícia The Heathens, que deveria ser um grande sucesso na década de 1990. Eu disse deveria, pois o ego (inflado a base de drogas) de Johnny não deixou. Egocêntrico, egoísta, narcisista e burro, nosso protagonista achou que tudo girava em torno dele, que ele era Deus e o escambau. Resultado: a banda acabou no dia do lançamento do seu único disco, e virou mais uma referência esquecida do passado, ou uma promessa que nunca virou realidade.

25 anos depois, Johnny se tornou um velho roqueiro bêbado, drogado e desempregado. Ele não consegue uma oportunidade nem como produtor de jingles para comerciais, e o mais próximo que ele está de uma banda de rock de verdade é como integrante de uma banda de tributo ao Bryan Adams, ou vocalista de uma banda cover do Jon Bon Jovi. Ou seja, ele está destinado ao ostracismo e fracasso. Ele e as suas fiéis companheiras.

Até que em um belo dia, uma moça dos seus 25 anos de idade cruza o caminho de Johnny. Diz ser sua filha, fruto de um relacionamento do passado, e fala a coisa mais importante para o nosso roqueiro: está nadando em dinheiro. A ponto de querer contratar o próprio pai para que ela possa entrar no mundo da música, e pede que a finada banda – onde os integrantes não conseguem se olhar direito – toque para ela em uma jam session.

No final, Johnny, que queria passar a própria filha para trás para ficar com a grana dela, descobre que será obrigado a fazer dela um sucesso, já que a menina tem talento. Mais talento do que ele, inclusive.

Sex&Drugs&Rock&Roll é o que precisa ser: divertida e cretina. Tem uma visão escrachada do universo do rock and roll, se inspirando em tantas bandas do passado que tinham tudo para ser um grande sucesso, mas que se tornaram um fracasso pelo simples fato dos seus integrantes se perderem completamente no sucesso repentino. O bom humor como eles fazem isso nos leva a crer que algumas bandas que bem conhecemos devem ter passado pelas mesmas situações em algum momento nas carreiras.

A série é bem produzida, com um ótimo texto (sim, recheado de palavrões), e apesar de ser muito mais ‘drogas e rock and roll’ do que necessariamente ‘sexo’, ela é relativamente acessível para o grande público. Não é uma série pesada, mesmo apresentando o comportamento desregrado de Johnny. Você olha para aquele cidadão totalmente perdido por ser um zé ninguém (detalhe: seu guitarrista faz mais sucesso que ele por ser um membro da banda de apoio de Lady Gaga) e ri de tudo aquilo. É um rir da desgraça alheia (ou da vergonha alheia nesse caso).

Enfim, Sex&Drugs&Rock&Roll é recomendada para quem gosta do humor bagaceira. Para quem simplesmente quer se divertir com o humor de situações chulas, e com a simplicidade e objetividade que um bom punk rock oferece. Entendo que é diversão garantida para quem tem o espírito livre, e decide comprar a proposta pela pura diversão.


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@oEduardoMoreira