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Primeiras Impressões | Teachers (TV Land, 2016)

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Se eu fosse professor, eu processaria essa série!

O TV Land decidiu apostar em um mockumentary que mostrasse o quão difícil é a vida de um professor. E, de fato, é. Se fizessem essa série no Brasil, ela não seria uma comédia, e sim, um drama. De qualquer forma, como estamos falando de um canal de comédia, Teachers tenta mostrar de forma bem humorada que a vida de professor de colégio primário/primeiro grau não é nada fácil. E diante de todas as dificuldades, as pessoas ainda podem rir disso. Mas isso, na teoria. A prática é bem diferente.

Teachers é baseada na websérie de mesmo nome, criada e estrelada pelo grupo de improviso The Katydids. É uma forma barata que os canais encontraram de obter séries originais sem precisar recorrer às adaptações, remakes e reboots. Até aqui, temos que elogiar a tentativa do TV Land em adicionar algo completamente novo na TV. Eu mesmo já reclamei por diversas oportunidades que não temos mais histórias originais, e tudo é uma reciclagem do que já vimos em outras oportunidades.

Mas é justamente aqui que acabam as boas notícias.

A série mostra o dia a dia de uma escola primária qualquer dos Estados Unidos, onde as professoras (sim, a maioria são professoras) com as mais diferentes personalidades e estratégias didáticas, tentam praticar a nobre missão de ensinar crianças a serem bons cidadãos. Na prática, elas tentam sem muito sucesso dominar os pequenos monstrinhos que são alimentados na base do Sucrilhos e chocolate. Mas quero deixar claro que a culpa não é das crianças, já que em muitos casos elas conseguem ser mais inteligentes que as professoras.

No grupo docente, tem de tudo: desde professora bêbada até professora que está doida para fornicar com o pai do aluno gostosão, além daquelas que definitivamente não nasceram para ser professoras. Todos esses perfis combinados mostram um cenário geral que não é o de caos, mas que fatalmente podem causar vergonha alheia para quem está assistindo, pois normalmente tudo parte para o inusitado rapidamente. Até porque é algo pouco normal em uma aula sobre o bullying uma “rival” começar a fazer o bullying com a professora “amiguinha”, e isso virar uma pancadaria generalizada.

De qualquer forma, Teachers tenta mostrar que a vida dos professores não é fácil. E, na minha interpretação, pode ser algo bem sem graça.

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De novo: foi uma tentativa do TV Land em colocar uma comédia original no ar. Tentativa essa que, ao meu ver, não deu lá muito certo. Pouco ri do piloto de Teachers, que aposta na maioria dos casos na piada física e óbvia. Se esforça para ter um texto inteligente, mas não consegue convencer na maioria das situações apresentadas. Não que não seja algo que tenta ser inteligente, mas sim porque são piadas que pouco ou em nada são engraçadas.

O roteiro do piloto é fraco e confuso. Ok, é uma comédia de situação. Mas as situações são meio jogadas, sem uma estrutura narrativa coerente. Tudo bem isso pode ser feito “de propósito”, já que o grupo veio da comédia de improviso, e a tendência é fazer a coisa de uma forma mais livre e desestruturada, buscando um humor mais espontâneo. Por outro lado, estamos falando de televisão, e não do Porta dos Fundos.

Séries precisam ter roteiros minimamente estruturados, um roteiro bem definido. Teachers tem três ou quatro histórias correndo em paralelo, mas que ao longo do episódio se tornam tão desinteressantes (pelo fator “ah, essa cena está jogada…”), que não é difícil concluir que houve um certo descaso nesse aspecto da parte de quem deveria sentar e pensar sobre como conduzir uma história que prenda o telespectador do começo ao fim.

No final das contas, o piloto de Teachers é dispensável. Não que ele seja apenas ruim. É um dos pilotos que você simplesmente não se importa. Não cria empatia ou antipatia. Não é aquela coisa que é ruim a ponto de você odiar, ou muito ruim a ponto de “dar a volta” e você adorar. Você apenas termina o episódio sem sentir nada. Espero que a série engrene e apresente alguma coisa ao longo da temporada, mas… sinceramente? É para poucos corajosos. A maioria pode ficar sem ver isso. Não perderá nada.

A série tem como produtora executiva a atriz Alison Brie (de Community), mas não cito isso apenas para que vocês pensem “pronto, lá vem o ranço dele contra Community”. Nada disso. Eu precisava concluir o texto de alguma forma, e decidi compartilhar essa informação com vocês.


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@oEduardoMoreira