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Primeiras Impressões | The Bastard Executioner (FX, 2015)

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A fall season 2015 começou de forma oficial. The Bastard Executioner, nova série Kurt Sutter (de Sons of Anarchy) para o canal FX, foi esperada com certa expectativa pela audiência e pelos críticos. Afinal de contas, a sua série sobre os motoqueiros criminosos foi muito elogiada do começo ao fim. Logo, todos esperavam algo com a qualidade similar ou pelo menos muito próxima.

Bom… então…

The Bastard Executioner é um drama histórico ficcional, ou seja, combina fatos históricos com uma narrativa fictícia, com o objetivo de contar uma história própria. Não chega a ser uma releitura da história, já que apenas a base dos acontecimentos são contatos. Os eventos reproduzidos em tela não são uma reprodução modificada de tudo o que aconteceu, mas sim uma história completamente nova, baseada nos eventos considerados chave daquele momento.

Dito isso, The Bastard Executioner conta uma história de poder e vingança. Mas principalmente, matança desenfreada. Um líder do exército do Rei Eduardo I da Inglaterra se depara com um problema muito comum do século 14: a violência. Na época, as pessoas matavam por matar, seja pelas dívidas acumuladas, ou porque olhou torto para a mulher do outro, ou porque a grama daquele vilarejo era mais verde.

Então, esse líder do exército decide tomar a decisão ‘mais inteligente do mundo’: matar todo mundo do vilarejo que ele suspeita que o líder daquela comunidade é um dos tais ‘bastardos executores’. Ninguém é poupado, e crianças e mulheres grávidas perdem a vida por conta de uma decisão que violava os propósitos do reino ou de Deus.

Quando os homens daquela comunidade retornam, e encontram todos mortos, o líder daquele grupo toma a decisão mais óbvia do mundo: vingança.

No meio de tudo isso, temos uma bruxa sinistra, que tem interesse e envolvimento direto no conflito.

E é isso.

Olha, respeito os fãs de Sons of Anarchy, e apenas os fãs de Sons of Anarchy. Entendo que a produção de The Bastard Executioner foi esforçada, com várias cenas de externas, lutas bem coreografadas e todo o resto. Porém, a trama em si só vai agradar quem está no clima de ver esse tipo de série. Um piloto de 1h29 é completamente desnecessário, onde eles poderiam muito bem contar tudo em um episódio menor. Sem falar que o ritmo do desenvolvimento dos acontecimentos é sofrível.

Uma coisa que me desagradou muito foi o uso errado dos efeitos visuais. Vocês podem achar que isso é bobagem da minha parte, mas… se vai jogar dragão digitalizado na minha cara, ou cortar a cabeça de alguém… FAZ DIREITO, P*RRA! Me convence que aquilo não foi feito por computador, porque se eu perceber que rolou a intervenção de um software na hora que a cabeça de alguém cai, eu vou xingar com toda a minha força!

Mas o que mais me incomodou em The Bastard Executioner é que o ploto da série é fraco. É uma história rasa, com alguns personagens interessantes, mas que não vão além de pessoas com sede de vingança por nada. O único motivo para tudo acontecer é a matança desnecessária de pessoas. Não existe a busca pelo poder. Apenas a morte.

Nesse aspecto, Sons of Anarchy foi muito mais complexa, apresentando não só a hierarquia a ser respeitada e desafiada, mas também as diversas motivações pessoais para os acontecimentos. A gangue de motociclistas não estava ali apenas pelo crime. As similaridades com a máfia tornavam a história mais dinâmica e atraente.

Em The Bastard Executioner, tudo vai ficar no plano da vingança pessoal. Ok, a baronesa pode deixar as coisas mais interessantes, ajudando os injustiçados (talvez pelo puro objetivo de trair o rei). Mesmo assim, não vejo uma história tão atraente assim para acompanhar semana após semana.

Para resumir: se você curte esse tipo de plot, vale a pena arriscar ver o longo piloto de The Bastard Executioner. Se você não tem paciência para isso, nem precisa chegar perto, pois não vai perder nada.


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@oEduardoMoreira