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Primeiras Impressões | The Player (NBC, 2015)

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Alguns canais de TV precisam ter o timing certo para lançar uma série. Saber aproveitar o momento, identificar uma boa ideia e apresentar essa boa ideia ao público, antes que alguém faça antes. Ou antes que as pessoas não se importem com a história que você quer contar. Ok… vejo que a NBC não pensou em nada disso quando lançou The Player só agora.

A série tem uma das premissas mais rasas e mais inúteis que eu já vi em toda a minha vida, mas vamos lá falar sobre essa maravilha. Alex Kane (Phillip Winchester) é um ex-agente do FBI, hoje especialista em sistemas de segurança para altos executivos e chefes de estado. Leva a sua vida normalmente, até que a sua ex-esposa aparece, e eles tentam reatar.

Tudo vai muito bem, até que o amor da vida de Alex é assassinada por um braço armado do crime organizado do Oriente Médio. Na tentativa de descobrir quem matou sua mulher e por que fez isso, Alex cruza o caminho de Cassandra King (Charity Wakefield) e Mr. Johnson (Wesley Snipes), uma dupla que tem um negócio peculiar: um complexo sistema de apostas nos crimes que acontecem em todo o planeta.

A organização de Mr. Johnson é composta pelos principais bilionários do planeta, que entendiados e de saco cheio de jogar dadinho em Las Vegas, decidem apostar nas probabilidades de um justiceiro como Alex resolver crimes dos mais diversos, enfrentando aqueles que são considerados a escória da humanidade. Para isso, eles criaram um sistema que calcula as possibilidades de um crime acontecer em algum lugar e pelas mãos de alguém. E isso só é possível porque eles contam com um sistema de vigilância e espionagem que utiliza todas as tecnologias disponíveis no planeta para armazenar dados e monitorar pessoas.

Com sede de vingança, Alex se aproveita dos recursos financeiros e tecnológicos de Mr. Johnson para participar da brincadeira, onde ele é “um lado da aposta”, ou seja, o jogador onde as pessoas apostam ou não nas chances dele prevenir ou resolver um crime.

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Ok… The Player foi considerada pelos críticos norte-americanos como uma série “inútil e desnecessária”. Não acho. Para mim, ela deixa a lição de como um canal de TV pode chegar bem atrasado em relação a outro.

Sim, é verdade. Basicamente, temos aqui uma versão alternativa de Person of Interest, com a diferença que temos aqui um bando de bilionários que fingem que fazem algo de bom para o planeta, mas apenas alimentam os seus egos em uma jogatina com a desgraça alheia. Se pararmos para pensar, apesar de visualmente bem produzida e até descolada em algumas de suas propostas, The Player é de um mau gosto absurdo. Completamente desnecessária.

E não adianta tratar isso como falso moralismo, pois isso eu sei que eu não sou. Gosto do politicamente incorreto, aceito e faço piadas de tudo, e sei entender quando um plot de uma série tenta ser mais ousado. Eu compreendo tudo isso. Mas no caso de The Player, soa até arrogante a forma como Wesley Snipes explica como o jogo funciona. Honestamente? Nem f*d*nd* eu participaria de um sistema desses, mesmo que se eu estivesse cego pela vingança, como Alex estava.

The Player funcionaria se fosse lançada na temporada 2011-2012, e aqui nem é tanto em função com a similaridade do plot com Person of Interest, já destacado nesse post. É pela própria proposta geral da série. Antes, as pessoas aceitavam com mais facilidade absurdos como ser procurado e buscar pistas no primeiro computador que encontrar pela frente (que foi sabiamente formatado depois do seu uso investigativo) ou uma porta de geladeira à prova de balas.

Hoje, a exigência é maior. As séries precisam ser mais estruturadas na sua proposta geral, para não cair no desnecessário. Até acho que o piloto de The Player foi bem menos pior do que imaginei – até porque o plot era muito vago -. Mas a série é bem produzida, tem boas cenas de ação e perseguição, e com algum cuidado na ambientação e nas cenas externas.

Por outro lado, nem isso salva The Player do status de “potencialmente cancelada”. Além da má vontade da crítica especializada, que malhou a série de tudo quanto é jeito antes de sua estreia, a audiência do primeiro episódio não foi expressiva, onde pouco mais de 5 milhões de telespectadores estavam ligados na estreia da série.

Meu conselho? Não se apeguem. As chances de The Player ser cancelada antes do tempo são gigantescas. E para acompanhar uma série desse porte, com esses assuntos tratados, é mais fácil acompanhar a Person of Interest, que já está no ar há quatro temporadas. Ou não, já que tem muita gente atrasada na série.

Fato é que: com The Player, vai ser bem difícil ver a NBC decolar.


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@oEduardoMoreira