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Primeiras Impressões | Zero Hour (ABC, 2013)

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Anthony Edwards está de volta à TV. O ator que ficou marcado pelas oito temporadas feitas de E.R., dando vida ao ótimo Dr. Mark Greene, agora está na nova produção original da ABC, Zero Hour. E, por mais que eu tente não ver dessa forma, ele pode ser marcado pelo mico que vai pagar em uma produção que, se já não era tão promissora pelo promo, após o piloto então…

Zero Hour só vai estrear na ABC no dia 14 de fevereiro, mas como o seu piloto já está disponível nos Estados Unidos pelo site de vídeos Hulu (e uma alma caridosa decidiu tornar essa maravilha disponível para todo mundo), já é possível tirar nossas primeiras impressões sobre a série que até diz não ser um “Código DaVinci” da TV, mas com referências praticamente inegáveis.

A história da série começa na década de 1930, durante a segunda guerra mundial. Um grupo de padres decide esconder em um relógio um mapa (encravado dentro de um diamante) repleto de símbolos e segredos ligados aos doze apóstolos de Jesus Cristo, e até mesmo sobre a identidade de Jesus. Alguns grupos religiosos de duração centenária estão envolvidos naquilo que poderia ser chamado de “conspiração”, e se esses segredos fossem expostos, consequências imprevisíveis poderiam acontecer. Logo, era fundamental proteger isso a todo custo.

Mas o tempo passou, e avançamos para os dias atuais. Hank (Edwards) é diretor de uma revista, e é casada com Laila (Jacinda Barrett), que possui um antiquário em Nova York. Em mais um dia comum da vida de Laila, passeando pelo Brooklyn e buscando novas peças para a sua loja, ela se depara com um certo relógio muito bonitinho e interessante. Resolve comprá-lo. E, poucas horas depois, acaba sendo sequestrada por um dos mais procurados assassinos da Europa. Hank fica desesperado, e começa a ligar os pontos para descobrir por que sequestraram sua mulher.

Para investigar tudo, ele conta com a ajuda de dois jovens redatores da revista, Rachel (Addison Timlin) e Arron (Scott Michael Foster), só que a missão não é fácil. Além do fato de Hank lidar com assassinos que não tem nada a perder, e que vão lidar com sua esposa apenas como pedaços de carne para crocodilos com fome, ele precisa decifrar os códigos presentes no mapa, ou as pistas que indicam para qual rumo essa história toda vai levar. Ou se tudo isso vai fazer com que ele consiga salvar sua esposa.

Antes de qualquer coisa, é bom saber que Cappie tomou jeito na vida, virando redator de uma revista de histórias malucas.

Dito isso, Zero Hour não tem nada de extraordinário. Pelo contrário. Em alguns momentos a série é tão óbvia, que você tem vontade de desistir do piloto. Como em outras produções, você precisa se importar com a causa, com o drama do personagem principal. E no caso de Hank, fica um pouco difícil disso acontecer, e não é nem por conta da atuação de Edwards, e sim, pela história como um todo. O piloto é engessado, e quando as coisas acontecem, você vira para a TV e diz: “eu já sabia!”.

Exemplo: dentro do relógio, existe um diamante. No diamante, existe um mapa, cheio de referências e locais ligados à história da Igreja Católica e da origem do Cristianismo. Quem eles procuram? Um padre, óbvio. Depois disso, Hank recebe a visita do FBI, que pra variar, mais atrapalha do que ajuda, já que eles se acham os “bad ass” da vez. Na sequência, o assassino que sequestrou a mulher de Hank entra em contato para obter o relógio de volta (mas já sabemos que o que ele quer não é o relógio, e sim, o diamante, que é muito mais importante). Rapidamente, Hank tem a brilhante ideia de deixar o diamante com o padre, já que esse é um trunfo que ele tinha em relação aos bandidos…

Ok, quase tudo certo até aqui. O único problema é que Hank entrega o diamante ultra valioso ao padre NO MEIO DA RUA, EM PLENA LUZ DO DIA, NA FRENTE DE QUALQUER PESSOA!

Qual é o resultado de tudo isso? O mais óbvio do mundo: Hank é enganado como um otário, o padre é seriamente ferido e os bandidos conseguem o diamante com o mapa! Legal, não?

Como começo de série, Zero Hour é bem fraca. Particularmente, não vou continuar. Agora, se você conhece alguém que gostou de “O Código DaVinci” (e essa é uma missão difícil, pois quem leu o livro detestou o filme), indique para essa pessoa, pois existem algumas (poucas) chances dessa pessoa gostar. O grande problema da produção da ABC é que ela quer propor uma série de mistério e questões a serem respondidas, mas fizeram isso de uma forma tão básica, que as respostas dos acontecimentos ficam tão evidentes, que o interesse simplesmente desaparece ao longo do episódio.

A não ser que você queira aumentar a sua auto estima, se sentir mais inteligente, e dizer o tempo todo “eu já sabia”.


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@oEduardoMoreira