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Quando a Microsoft traiu a AMD no Xbox

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Você olha para o Bill Gates e acha ele um cara bacana porque ele espera na fila do fast food preferido dele por amar hambúrguer tanto quanto eu e você amamos? Pois é… você mal pode imaginar que ele pode ser um traidor. Um infiel. Um tema de uma música de sofrência.

E a traída neste caso foi a AMD, que levou uma lambada de serpente daquelas com o lançamento do Xbox original em 2001. E como eu sei que você não sabe dessa história porque nasceu depois deste ano fatídico em nossas vidas, vou contar de forma resumida tudo o que aconteceu.

 

 

 

AMD perdeu a batalha, mas venceu a guerra

Em 3 de janeiro de 2001, Bill Gates apareceu no evento da Microsoft na CES de Las Vegas para apresentar ao mundo o Xbox, um dos produtos mais esperados e promissores dos últimos anos. Entre os presentes, estavam na primeira fila os engenheiros da AMD, empresa que trabalhou nos protótipos do console que prometia naquela época um desempenho de PC para rodar videogames de altíssima qualidade gráfica.

O evento foi marcado pela presença de ninguém menos que Dwayne “The Rock” Johnson, que na época vinha dos ringues do WWF e iniciava a sua bem sucedida carreira de ator. E isso para deixar claro que o Xbox era potência pura. Tão forte como uma rocha (piada ruim, eu sei).

A AMD dava como certa a presença de seus processadores no Xbox, já que todo esse trabalho de desenvolvimento prévio tinha que render frutos para eles.

Só que não!

Na última hora, a Microsoft decidiu trair a AMD, anunciando que o Xbox contaria com um chip da Intel. O breve comentário de Gates sobre o assunto (que aconteceu no minuto 2:32 do vídeo que você pode ver no final deste post) conseguiu eclipsar inclusive a presença do The Rock no evento.

E pense em como ficou a torta de climão maneiro lá em Las Vegas.

A declaração de Gates foi uma enorme facada nas costas da AMD, que colaborou de forma ativa com a Microsoft no desenvolvimento do Xbox. Alguns daqueles engenheiros na primeira fila do evento participaram ativamente do projeto, e ficaram com cara de paspalho diante da situação.

Mas nada como o tempo para dar razão para quem tem razão.

 

 

Seamus Backley, que é considerado “o pai do Xbox”, lembrou os acontecimentos de duas décadas atrás, e decidiu fazer uma reparação histórica, pedindo perdão para Lisa Su (atual CEO da AMD), revelando como a empresa ajudou tanto nos protótipos do console como a execução das demos dos jogos foram feitas na época com o hardware deles.

Que absurdo, dona Microsoft! Como você foi cara de pau, Bill!

 

 

 

Por que isso tudo aconteceu?

Uma das perguntas importantes que precisavam ser respondidas é: por que a Microsoft traiu a AMD?

E Seamus Backley, em seu momento de arrependimento profundo, decidiu responder esta pergunta com uma justificativa que, infelizmente, se faz presente em nossas vidas, em vários aspectos: política pura.

É preciso lembrar que a parceria entre Microsoft e Intel no mercado de PCs era muito sólida e de muitos anos. Logo, Bill Gates não iria desatar esses laços em um produto que considerava muito promissor e com potencial lucrativo. E aqui está a tal “política pura” que o narrador da confissão quis apontar.

Beckley afirma também que aquela decisão da Microsoft bateu forte em sua alma principalmente quando ele viu a tristeza profunda estampada nos rostos dos engenheiros e responsáveis pela AMD. Até porque, no final das contas, somos todos seres humanos com sentimentos.

No final das contas, a decisão da Microsoft foi revertida de forma plena nas seguintes gerações do console, e isso foi parte do segredo do sucesso do Xbox no mercado. O muito bem sucedido Xbox 360 usou um chip PowerPC, e tanto o Xbox One como os atuais Xbox Series S/X usam CPU e GPU da AMD.

A Microsoft repensou seus conceitos, e a AMD decidiu perdoar a traição de Bill Gates.

E eles foram felizes para sempre!


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@oEduardoMoreira