O Tour de France é um dos eventos esportivos mais importantes do mundo, atraindo milhões de espectadores anualmente. Junto com o Giro d’Italia e a Vuelta a España, forma o trio das grandes competições de ciclismo.
O evento começou neste último final de semana, e é uma das atrações esportivas que costumo parar parte do meu tempo útil para assistir mais de perto, por mais que roube três longas semanas da minha rotina.
A competição não é apenas um evento esportivo, mas também um grande desafio logístico, cobrindo milhares de quilômetros de estradas francesas. E alguns dos problemas que a organização da prova precisa contornar são peculiares e, em alguns casos, bizarros.
O desafio logístico do Tour de France
A organização do Tour de France envolve uma complexa logística, que inclui desde o planejamento das rotas até a segurança dos atletas e espectadores. E em alguns casos, os responsáveis pela logística da volta contam com missões um tanto quanto ingratas.
Entre as tarefas específicas está a remoção de grafites inapropriados, como desenhos obscenos no asfalto, que podem comprometer a imagem do evento. Ou podem simplesmente divertir as mentes mais despudoradas.
Um grupo especializado conhecido como “Eraser Men” é responsável por eliminar desenhos obscenos do asfalto, garantindo que as transmissões de TV não fiquem comprometidas com essas imagens. Até porque não é todo mundo que gosta de ver um pênis gigante desenhado no asfalto.
Este grupo é composto por dois homens, Patrick Dancoisne e Joël Gautriand, que trabalham para a empresa Doublet, contratada pelos organizadores do Tour para essa tarefa.
Os Eraser Men percorrem as etapas do Tour antes da passagem do pelotão, utilizando mais de 350 litros de tinta para transformar desenhos obscenos em outras imagens ou simplesmente cobri-los de alguma forma.
O trabalho é feito em duas etapas: uma primeira passagem para remover ou disfarçar os desenhos e uma segunda para garantir que novos grafites não apareçam antes da chegada da caravana publicitária.
Haja criatividade…
Para disfarçar os grafites, os Eraser Men utilizam uma boa dose de criatividade no processo, transformando desenhos de genitálias em mariposas, naves espaciais e outras imagens aparentemente mais inofensivas.
Em situações de tempo limitado, eles fazem tachões ou outras marcas simples para cobrir rapidamente os desenhos.
Ou seja, se você vê na transmissão do Tour de France os ciclistas passando em cima de um desenho no asfalto que está totalmente descontextualizado ou que não faz o menor sentido com o esporte, pode ter certeza que tinha um pênis ou algum objeto sexual naquele local.
Além de desenhos obscenos, a equipe também remove mensagens políticas ou relacionadas ao doping, transformando as palavras ou imagens em outras formas inofensivas. O objetivo neste caso é manter a neutralidade da competição, eliminando qualquer tipo de mensagem que possa causar controvérsia ou desviar a atenção do evento.
Não dá para negar que o trabalho (quase) invisível dos Eraser Man é digno de aplausos, pois ajuda a manter a imagem do Tour de France minimamente adequada para um público que é global. Ainda mais em 2024, ano dos Jogos Olímpicos de Paris, o que faz com que o evento receba uma maior atenção.
E eu contei tudo isso para que você volte a trabalhar no seu emprego normal e corrente, pois sempre pode ser pior.
Você poderia ser pago para eliminar pênis do asfalto.