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“Quem diabos é Steve Jobs?”, perguntou Ridley Scott

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Eu não sei por que você está estranhando o título deste post. Nem todo mundo é obrigado a saber quem é um dos nomes mais influentes da história da tecnologia. Você precisa entender que o nosso setor é de nicho ou relativamente restrito.

Tudo bem, hoje as coisas mudaram. Com um monte de gente dentro de diferentes setores utilizando um iPhone, a grande maioria sabe quem é Steve Jobs. Mas na década de 1980, apenas os freaks Apple Fanboys sabiam quem era esse cara.

Logo, não dá para julgar que o aclamado diretor Ridley Scott (Alien, Blade Runner, o Gladiador) não fizesse ideia da existência de Steve Jobs no mundo.

 

 

 

Uma obra de arte em forma de publicidade

Ridley Scott soube da existência de Steve Jobs no mundo em um dos momentos mais importantes da história da Apple e, por que não, da tecnologia como um todo: a emblemática campanha publicitária para o lançamento do Macintosh de 1984, exibida durante os intervalos comerciais do Super Bowl daquele ano.

Na época, Scott pensava que Apple era uma empresa que, de alguma forma, estava relacionada com os Beatles. Quando disseram para ele que essa era uma empresa de um cara chamado Steve Jobs, ele perguntou de imediato:

“Quem diabos é Steve Jobs?”

Repito: em 2022, essa pergunta pode parecer absurda, mas em 1984, nem dá para culpar o diretor. Steve Jobs era uma pessoa conhecida dentro do mundo da tecnologia, mas nada além disso. Não era um nome que era conhecido do grande público, muito menos dentro da tecnologia de consumo, como se tornou depois.

Porém, tão logo Scott soube do que Jobs era capaz de fazer, ficou verdadeiramente impressionado com tudo o que encontrou na Apple e, principalmente, no conceito do comercial que ele iria trabalhar:

“Meu Deus. Eles não estão dizendo o que é, eles não vão mostrar o que é. Eles nem estão dizendo o que é. Era a publicidade como uma forma de arte. Foi devastadoramente eficaz.”

 

 

 

Uma peça publicitária de impacto

Se você parar para pensar, muitas pessoas acabam assistindo ao Super Bowl todos os anos por causa do Show do Intervalo, e não necessariamente por causa do jogo. E o elevado número de intervalos comerciais durante as pausas de jogos precisam ser muito atraentes para os diferentes públicos.

Por isso, em alguns casos, os comerciais acabam se tornando muito mais chamativos do que o jogo em si. E a Apple entendeu isso na década de 1980, antecipando em pelo menos 20 anos algo que se tornaria uma tendência no mercado publicitário.

Ainda comentando sobre o comercial 1984, Scott compartilhou que sempre abordava cada spot como um pequeno filme. Além da referência direta ao romance literário de mesmo nome, ele se inspirou também no clássico filme “Metropolis”, de Fritz Lang, autor que ele já havia utilizado como referência em Blade Runner.

Uma de suas sugestões para o comercial da Apple foi decisivo para reforçar a mensagem que a empresa gostaria de passar para o grande público com a chegada do Macintosh ao mercado. Foi com a troca do uso de um taco de baseball por um martelo sendo lançado na grande tela do Big Brother:

“Um taco de beisebol é muito americano. Se você der um martelo para jogar na tela, seria um símbolo mais universal.”

Conhecer essas histórias do mundo da tecnologia é sempre algo muito interessante. E, em alguns casos, surpreendente. Por isso, tente não pegar no pé do Ridley Scott pelo fato dele não conhecer quem era Steve Jobs, amigo Apple Fanboy.

Naquela época, ele nem era obrigado.


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@oEduardoMoreira