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Skank e Os Paralamas do Sucesso me mostraram que eu virei um tiozão

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No último sábado (1), eu conheci a Arena Petry (finalmente) de São José (SC), cidade vizinha de Florianópolis. Uma estrutura incrível, um local impecável. Parabéns para quem teve essa iniciativa. E o motivo para comparecer ao evento foi por algo bem legal: assistir aos shows das bandas Skank e Os Paralamas do Sucesso.

Eu até que não estava muito na vibe de ir aos dois shows, mas admito que foi um bom investimento, pois mais uma vez consegui limpar a minha mente com boa música para depois voltar a trabalhar com os corais de forma mais leve e racional.

Por outro lado, foi uma experiência no mínimo singular, que explicou muito do que acontece no cenário musical brasileiro e até comigo mesmo, como parte de uma geração mais madura.

E o que poderia ser uma realidade meio triste para mim, acabou se tornando uma pequena e interessante lição. E essa grande lição é: eu virei um tiozão.

E, antes que vocês acabem ofendidos com essa afirmação, eu quero deixar bem claro que eu gostei do show, e não vejo nenhum problema em me reconhecer como um de vocês, galera mais velha com espírito de adolescente semi-revoltado mas que paga os boletos para não ter o nome no SPC.

 

 

Skank e Os Paralamas do Sucesso viraram as bandas dos tios

 

 

Não me entendam mal, e não tomem essa afirmação como uma ofensa. É apenas uma constatação da realidade dos fatos. E os fatos foram claríssimos nesse show.

Aliás, os shows foram ótimos. Ouvir essas bandas ao vivo é sempre algo muito prazeroso, pois a diferença do ao vivo para a gravação é gritante. Skank e Os Paralamas do Sucesso continuam mandando muito bem nesse aspecto, especialmente nos casos de Lelo Zanetti e João Barone.

Confesso que a minha vibe estava mais alinhada com o show do Skank, que consegui manter uma constante no seu repertório, deixando o público mais animado. Os Paralamas entrega uma qualidade musical elevada, e o show é bom. Mas uma pausa de 30 minutos (para a troca dos equipamentos de cada banda) e um repertório alternando estilos e ritmos dos mais diversos prejudicou ou show da banda liderada por Herbert Vianna (que por sinal está muito bem de saúde).

Mas a grande lição foi olhar para os lados e perceber que eu estava em um show onde a esmagadora maioria das pessoas contavam com idade de 40 anos ou mais. Na verdade, a maioria tinha 50 anos ou mais, com facilidade.

 

 

Eu não me senti perdido. Para mim, conviver com pessoas mais velhas nunca foi um problema (o que me irrita é gente ‘velha’, com alma e pensamentos envelhecidos). Mas foi divertido constatar que eu cheguei na idade de participar de um show de tiozão ou tiazona. E, particularmente, achei o máximo os coroas dançando ao som de músicas que fizeram a minha adolescência.

O amadurecimento faz com que a gente aceite melhor o processo de envelhecimento, e situações como essa ajudam a posicionar melhor a pessoa no seu tempo e nas mudanças que acontecem ao seu redor e com a sua geração. Eu poderia me sentir um frustrado por identificar que eu não sou mais tão jovem assim, mas… não!

Está tudo certo. Está tudo bem. E os shows foram ótimos!


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@oEduardoMoreira