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Só agora o governo de Tóquio está abandonando os disquetes para gerenciar seus dados

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Normalmente associamos o Japão à vanguarda tecnológica, e isso não está errado. Os avanços que o país asiático apresentou ao nosso mundo neste aspecto foram gigantescos, gerando um impacto profundo no nosso consumo de gagdets, computadores e eletrônicos.

Porém, sempre vai existir a máxima do “casa de ferreiro, espeto de pau”, e nem tudo avança do jeito que todos gostariam.

Em Tóquio, o governo decidiu deixar de lado a mídia física que ainda utilizava para armazenar seus dados. Qual mídia? Disquetes de 3,5 polegadas.

O problema é que o processo de migração ainda não terminou… até agora, em pleno outubro (quase novembro) de 2021.

 

 

 

Só os fortes sobrevivem à resistência japonesa

É o lance do conservadorismo somado com a teimosia. Normalmente não dá certo quando esbarra no avanço tecnológico, que é algo implacável.

A digitalização dos dados do governo em Tóquio é algo que está acontecendo de forma gradual, e varia entre regiões específicas da cidade, que eles chamam de “especiais”, mas que podemos considerar como os distritos deles.

A região de Minato só começou a fazer essa digitalização em 2019, mas existem outras que só começaram agora, como é o caso de Chiyoda, que pretende terminar o processo antes de 2022.

Vou reforçar aqui o detalhe importante: todos os dados de documentos estavam armazenados em disquetes de 3.5 polegadas… que simplesmente não existem mais!

A Sony era a principal provedora de disquetes no Japão e parou de fabricar o produto há pelo menos 10 anos.

Ou seja, era para alguém ter visto isso bem antes e pensado: “bom, vamos passar tudo o que já temos para outros tipos de mídia mais durável, certo?”.

Negativo! Se alguns distritos japoneses tomassem essa decisão antes, teriam prejuízos consideráveis.

Por que?

Porque as administrações dessas cidades contavam com um estoque enorme de disquetes que eram utilizados o tempo todo!

 

 

 

I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL!

Agora, o que é mais bizarro nisso tudo é que o pessoal que manipula esses dados, mais que acostumado a usar disquetes, enfrenta agora um enorme problema na hora de migrar essas informações para pendrives ou HDs, pois consideram essa mudança um enorme abismo para eles.

Mas… calma, que piora!

Manter os disquetes gerou custos mensais de 380 euros em taxas para certos bancos que precisam receber e gerenciar os dados desses discos por sua conta e risco.

Dinheiro esse que poderia se reverter em lucro para essas instituições.

Por outro lado, digitalizar os documentos vai economizar muitos trâmites burocráticos que dependiam dos disquetes, algo que ainda está muito presente na burocracia japonesa (e nem podia ser diferente com tudo o que acabei de contar neste post).

Algumas regiões especiais de Tóquio querem se tornar totalmente digitais em 2026 e, só depois vão pensar em migrar para sistemas mais modernos.

Duvido que consigam com tanta facilidade.

Quem sabe o Japão vai acabar pedindo conselhos para os Estados Unidos, que até 2019 ainda utilizava disquetes de 8 polegadas para o seu arsenal nuclear. Ou para a Boeing que ainda usa disquetes para atualizar os aviões 747.

Sim, amigo leitor: a sabedoria milenar japonesa existe. E, pelo visto, a teimosia milenar para algumas pessoas, também.

 

 

Via Nikkei


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@oEduardoMoreira