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Stan Lee foi embora para assumir o seu lugar na imortalidade

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Vamos lá…

O que dizer sobre Stan Lee? Acho que a melhor forma de me despedir de alguém tão lendário e importante para tantas gerações é simplesmente compartilhando a minha experiência com ele e sua obra. E, para muitos, pode até soar um discurso surpreendente ou oportunista.

Digo oportunista sim, pois muita gente vai escrever e falar sobre Stan Lee apenas pelos pageviews, sem ser fã do cara. E eu vou confessar para você que, até 2008 (pelo menos), eu mal sabia quem era ele. E este foi um grande erro que cometi. Um erro irremediável. E que eu sei que eu não vou consertar nesse post.

De qualquer forma, eu preciso confessar para vocês que eu nunca fui muito fã das histórias em quadrinhos. Na verdade, eu insisto mais uma vez que eu não sou nerd. Sei que escrevo todos os dias para um público que, em boa parte, se identifica com essa cultura. Mas eu não sou um integrante dessa galera. Para isso, eu precisava efetivamente consumir esse tipo de mídia que essa e outras gerações tanto apreciam.

Sim… eu sou fruto de tudo o que foi construído nos últimos dez anos pela Marvel Cinematic Universe. O que eu sei sobre esses personagens é basicamente tudo o que o cinema e a TV me entregaram nos últimos dez anos. Eu sei, não é a forma correta de conhecer esse mundo, mas foi a melhor via que encontrei. E não me arrependo disso.

Pelo contrário.

Pois foram através desses filmes e séries de TV que eu conheci o mundo que Stan Lee construiu. Ele pode não ter feito tudo sozinho (e não fez), mas foi ele quem idealizou tudo. Foi ele a cara da Marvel ao longo de décadas, na melhor e na pior. Ele representava este universo, e mesmo sendo de carne e osso, recebeu status de divindade pelos fãs.

Se transformou em uma lenda viva.

O mais legal de tudo é que você não precisava ser um profundo conhecedor da Marvel para sentir o impacto de Stan Lee na cultura pop. Está por aí. Está em qualquer lugar. Bem antes da MCU aparecer. Eu poderia reconhecer os méritos de Kevin Feige, de Joss Whedon, dos irmãos Russo, de James Gunn e de vários outros profissionais que souberam trabalhar tão bem com esses personagens.

Mas tais personagens não existiriam sem Stan Lee. É ele quem tem o mérito maior. É para ele que temos que agradecer a tudo o que foi construído em torno de suas ideias mirabolantes, onde algumas delas escondiam os ideais de um mundo um pouco melhor diante do caos.

Não é preciso ser fã de quadrinhos para ser fã de Stan Lee. Basta conhecer um pouco de história. Conhecer como tais enredos e personagens foram construídos, as filosofias por trás dos arcos e das complexas personalidades, e como tudo isso conquistou as pessoas de forma definitiva.

Poucos conseguiram fazer isso na história da humanidade. Poucos foram tão influentes no seu setor. E, em termos de quadrinhos, perdemos o maior de todos.

Mas tudo tem um lado bom. Tudo tem a melhor parte.

E a melhor parte é ver que Stan Lee viveu os seus 95 anos de forma intensa e plena. Fez o que quis, brincou consigo e com o mundo, se divertiu, nos divertiu. Esse cara zoou tanto, que até na DC fez participação especial. Foi lenda. Deixou marcas profundas na vida de milhões. Influenciou outros tantos que hoje seguem o mesmo rumo.

Vai deixar saudades.

Stan Lee vai embora para ser eternizado por todos. Até mesmo pela DC Comics, que hoje mencionou o quanto ele foi importante para toda uma indústria. Vai embora o maior de todos, para se tornar uma lenda histórica.

Para mim, um reles mortal que só descobriu quem era Stan Lee em 2008, só tenho a lamentar. A morte dele e a minha ignorância. Eu poderia ter aproveitado muito mais desse cara, e não o fiz. Muito provavelmente eu não sou a melhor pessoa para falar sobre ele nesse momento, mas quis fazer o meu registro sincero.

Me arrependo por não ter conhecido ele antes.

Enfim… #Excelsior!


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@oEduardoMoreira