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You’re the OS!: se coloque no lugar de um sistema operacional

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A curiosidade sobre como seria a vida como um sistema operacional pode finalmente ser saciada através de um jogo que é considerado como “Freak” pelo seu próprio criador.

Desenvolvido pelo professor e desenvolvedor independente Pier-Luc Brault, o jogo “You’re the OS!” oferece uma visão única e interativa de como seria assumir o papel de um sistema operacional, gerenciando uma infinidade de processos para manter um usuário fictício satisfeito.

Se empatia é a capacidade de se colocar no lugar dos outros, por que não se colocar no lugar de um sistema operacional que está trabalhando para o nosso benefício todos os dias?

 

Níveis de dificuldade e desafios constantes

A premissa do “You’re the OS!” é simples, mas sua execução é desafiadora.

Os jogadores encarnam o papel de um sistema operacional, responsável por coordenar e administrar uma complexa rede de processos em repouso e em execução, juntamente com a alocação de recursos da CPU e da RAM. Como qualquer usuário de computador experiente sabe, manter todos esses processos em harmonia é uma tarefa que requer agilidade e estratégia, tanto de um software como do cérebro humano.

Para aqueles que buscam um desafio, “You’re the OS!” oferece uma gama de níveis de dificuldade, desde o fácil até o demente. Essa variedade permite que os jogadores escolham a intensidade do desafio, ajustando fatores como o número de núcleos da CPU, processos em execução e disponibilidade de RAM.

A cada nível, a pressão aumenta à medida que os processos se acumulam e a demanda por recursos se intensifica. E o jogador deve ter cuidado o tempo todo nas decisões que vai tomar: a falha em administrar os processos adequadamente pode resultar em consequências severas.

Se um total de 10 falhas ocorrerem, o usuário fictício reiniciará o sistema, resultando na perda do jogo. É uma corrida contra o tempo para manter a calma e a eficiência enquanto se mantém a complexa operação do sistema sob controle.

 

Estratégia e sobrevivência

O cerne de “You’re the OS!” é a estratégia. Os jogadores devem aprender a gerenciar os processos com sabedoria, atribuindo cada tarefa à CPU disponível e acompanhando seus estados de execução.

Os processos são identificados por cores e emojis, com a duração do tempo de execução afetando o humor do usuário fictício. Se um processo ficar tempo demais em execução, a paciência do usuário se esgota e o processo é eliminado, resultando na perda de uma das 10 vidas do jogador.

Tal e como acontece na vida real. Ou vai me dizer que você nunca se cansou com a demora na execução de um processo no Windows e não abriu o Gerenciador de Tarefas para fazer justiça com as próprias mãos?

Atire a primeira pedra aqueles que nunca fizeram isso.

Sobreviver é a palavra de ordem em “You’re the OS!”, e conforme o tempo passa, o jogo aumenta sua dificuldade de forma considerável, deixando essa missão cada vez mais complexa. Brault, o criador do jogo, observa que até processos ativos podem ser bloqueados enquanto aguardam eventos I/O, resultando em ineficiências na CPU.

É essencial manter os processos sob controle e liberar a CPU sempre que esses eventos ocorrerem, evitando a acumulação de gargalos de software.

Tal e como acontece com o Windows no mundo real.

 

Como foi o desenvolvimento de “You’re the OS!”

Por trás da experiência viciante de “You’re the OS!” está um processo de desenvolvimento meticuloso.

Brault optou por utilizar Python e a biblioteca Pygame para criar o jogo. Ele compilou o jogo em WebAssembly, o que faz com que o software se torne acessível através de navegadores da web, permitindo que usuários de todo o mundo experimentem a sua criação.

O desenvolvimento do jogo levou cerca de oito meses, com Brault investindo uma semana de tempo útil ao longo desse período.

Embora “You’re the OS!” tenha sido criado principalmente para entretenimento, Brault não descarta a utilidade educativa do jogo. Enquanto o game simplifica certos aspectos para favorecer a jogabilidade, ele pode ser uma ferramenta valiosa para ilustrar conceitos de hardware em aulas de tecnologia.

Questões sobre o funcionamento de processadores com múltiplos núcleos ou sobre a gestão eficaz da memória podem ser mais facilmente compreendidas através das mecânicas do jogo, que certamente vai ajudar crianças em idade escolar no processo de introdução à informática e tecnologia.

Vale a pena gastar algum tempo em “You’re the OS!”, e se permitir enlouquecer um pouco com a tarefa complexa de ser um sistema operacional por algum tempo.

Quem sabe você para de reclamar do Windows 11, deixando de lado o discurso saudosista sobre o Windows 10 (ou pior, sobre o Windows 7).


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@oEduardoMoreira