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The Good Doctor (ABC, 2017) | Primeiras Impressões

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The Good Doctor, a nova série de David Shore, criador de House, acabou de receber da ABC uma encomenda de temporada completa, com 18 episódios.

Baseada em uma série coreana do mesmo nome, a série mostra a vida de Shaun Murphy (Freddie Highmore), um jovem médico que começa a residência como cirurgião no San Jose St. Bonaventure Hospital. O rapaz tem síndrome de Savant, o que o torna um gênio na sua área, mas não o tira do espectro autista. Logo, ele não é tão bem recebido no hospital, onde quase todos duvidam de sua capacidade de salvar vidas.

The Good Doctor mostra focos similares e, ao mesmo tempo, diferentes: o drama médico puro, com os casos do dia, e o foco sobre o autismo e o debate sobre a igualdade de oportunidades, ou nesse caso as oportunidades para pessoas com diversidade funcional.

No primeiro foco, a mão de David Shore funciona muito bem. Já no secundo foco, temos vários problemas. Shaun é pessimamente apresentado, forçando a barra em lembrar o tempo todo que ele é um autista gênio da medicina com passado traumático que merece uma oportunidade. Não dá pra sbaer se isso é culpa da versão norte-americana ou do original coreano.

O que é mais vergonhoso nos primeiros episódios é ver essa camada de infância trágica (assédio escolar e doméstico, morte do irmão, morte do coelhinho de estimação…), que só tem como único propósito humanizar o protagonista, forçando uma empatia. Um coitadismo desnecessário.

 

 

Nenhum flashback em The Good Doctor funciona. São anti-climáticos, redundantes e que não levam a lugar nenhum. Sequer conectam melhor o protagonista com o seu trabalho no hospital.

A única coisa que salva é a atuação de Freddie Highmore.

Apesar de ser vendida como “o novo House”, as duas únicas coisas que as séries compartilham são o nome de David Shore e ser ambientada no hospital. Ah, sim, “um gênio sem habilidades sociais”. Mas Gregory House e Shaun Murphy são personagens muito diferentes.

Do mais, The Good Doctor tem tudo o que podemos pedir de um drama médico: ritmo, bons personagen e dilemas morais. Ela funciona melhor quando se centra na medicina, deixando de lado o “drama de superação”.

Veremos com o tempo em qual lado David Shore vai investir mais. Com uma temporada completa, ele vai ter tempo para desenvolver essa trama, que ainda tem chance de ganhar corpo e identidade própria.

 

 


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@oEduardoMoreira