A internet é assim: cíclica. Tendências aparecem e desaparecem rapidamente, e as diferentes gerações de usuários vão adotando novos hábitos e comportamentos que acabam se refletindo nos produtos e serviços mais utilizados.
O Google jamais poderia imaginar que o YouTube iria encontrar um adversário de peso no TikTok, que já é a plataforma que superou o serviço de vídeos (até então) mais popular do planeta em volume de visualizações.
Quando todo mundo pensava que o TikTok estava perseguindo o Instagram, descobrimos que o objetivo era ainda maior, superando o YouTube que tinha esse trono de principal plataforma de vídeos online por muito tempo.
O artista vai onde o povo está
Isso ajuda a explicar o movimento de vários youtubers para o TikTok e outras plataformas de vídeos curtos. Isso, e todas as práticas recentes da plataforma de vídeos do YouTube, que acaba de alguma forma desprestigiando os produtores de conteúdo em vários aspectos.
E eu não estou falando apenas em pagar pouco dinheiro por um grande volume de visualizações. Eu mesmo abandonei o YouTube porque basicamente era muito trabalho para poucos ganhos. Agora, pense em como é frustrante pensar que seu vídeo curto ou com baixa audiência vai receber campanhas de publicidade de qualquer maneira, onde apenas o Google ganha com isso (porque você não vai ver nenhum centavo deste dinheiro).
Diante disso, a missão do TikTok se torna muito mais simplificada. Sem falar que a criatividade que a plataforma de vídeos curtos oferece acaba chamando mais a atenção do público jovem, o que promoveu uma mudança de comportamento perceptível.
É tão perceptível, que o mesmo YouTube decidiu “copiar” o TikTok ao lançar os Shorts, que é a sua proposta de vídeos curtos. Mas tenho dúvidas se a cópia será tão orgânica quanto a original. Não consigo imaginar um êxodo de usuários para a nova proposta do Google, pois os produtores de conteúdo estão migrando de serviço em caminho contrário, e seus seguidores tendem a fazer o mesmo.
Para complicar ainda mais a situação do YouTube, desde que o TikTok assumiu a liderança (algo que teria acontecido em junho de 2020, pelo menos no tempo médio de visualizações de vídeos), a plataforma não parou de ganhar usuários.
Neste momento, o YouTube só vence na retenção total apenas pelo fato de contar com um gigantesco número de usuários, algo que a plataforma acumulou nos últimos anos. Mas… quando foi a última vez que você ficou sabendo que um vídeo na plataforma do Google se tornou viral?
Já no TikTok…
Como será o amanhã?
Responda quem puder. Mas dá para ter alguns indícios claros do que está por vir.
Os vídeos virais estão ajudando a impulsionar a popularidade do TikTok para outros patamares. Sua forma de consumo (com os vídeos na vertical) é muito mais cômoda para qualquer usuário, e ver vídeos de curta duração é tudo o que a nova geração quer, pois ninguém quer perder tempo na vida.
Não dá para imaginar o que vai acontecer no futuro, mas dá para afirmar como fato consumado a materialização do TikTok como uma séria ameaça para o YouTube e Instagram. Vamos ver como essa guerra pelo usuário que adora consumir conteúdos de vídeo vai terminar.
Só não quero pensar que só vou ver vídeos de apenas cinco segundos no futuro.