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Tomb Raider: A Origem (2018) | Cinema em Review

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O reboot de Tomb Raider levantou suspeitas de muita gente. E não por acaso.

Uma atriz com Oscar e participações muitos pontuais (jamais como protagonista) em filmes de ação, um diretor europeu semi-desconhecido, precedentes já protagonizados por Angelina Jolie e uma franquia de videogames de difícil adaptação. Aliás, adaptar jogos de videogame é, basicamente, uma maldição.

Nos últimos meses, tudo indicava que essa combinação explosiva seria um desastre controlado: trailers um pouco descuidados, críticas prévias nada amáveis, e a cabine de imprensa na véspera da estreia. Nada conclusivo, mas o suficiente para deixar o cheiro de arroz queimado no ar.

 

 

Porém, Tomb Raider: A Origem não naufraga. Assume os desafios com coragem, e apesar de pequenas carências na trama e no seu ritmo, passa de ano com certos méritos. Por um lado, o videogame original está adaptado à perfeição. Por outro, Alicia Vikander apresenta uma surpreendente humanidade à Lara Croft, se distanciando da robótica Lara de Angelina Jolie.

Os mais curioso é que todos os elementos de Tomb Raider que estavam presentes nos filmes interpretados por Jolie estão em Tomb Raider: A Origem: viagens exóticas, profanação de tumbas, quebra-cabeças e perseguições, e uma Lara Croft que apanha sem dó.

Porém, o roteiro entrega o milagre de tudo se encaixar de forma orgânica e natural.

Tomb Raider: A Origem tem como argumento base os dois últimos jogos da franquia, os que desde 2013 reformularam a saga original, transformando Lara Croft em uma aventureira intuitiva e vulnerável, mas disposta a tudo. Os fãs encontrarão detalhes que lembram os jogos, incluindo detalhes argumentais como os vilões Trinity.

 

 

Obviamente, Lara Croft vai se equipando com as armas que encontra pelo caminho, mas sem ser a pin-up que alimentou as fantasias sexuais dos gamers. Vikander se apresenta crível, luta com verossimilidade, e entrega o equilíbrio perfeito entre o implacável valor de uma aventureira e a sua fragilidade que a humaniza.

Mesmo vivendo uma história de ação selvática com maldições milenares, Alicia Vikander entrega um tom humano ao seu personagem. Algo inesperado, pois a posiciona como um novo ícone do cinema de ação. Um prêmio para as horas de treinamento e preparação física para preparar sua personagem, mas também uma ótima reflexão sobre as motivações de Lara Croft.

É Vikander que faz com que o filme não naufrague antes de sua principal carência: muitas situações limite e ausência de humor (exceto por Nick Frost) em determinados momentos. Dominic West como pai de Lara é uma das piores coisas do filme, pois quebra o ritmo para tentar emocionar, em um momento que, felizmente, não dura muito. Só é uma pausa para refletir sobre o passado entre uma cena de ação e outra.

Tomb Raider: A Origem mostra sequências empolgantes, como a apresentação de Lara e a perseguição nas ruas de Londres, ou a ótima luta noturna entre Lara com um capanga de Trinity. Uma cena suja, escura e muito bem planejada.

 

 

Tomb Raider: A Origem não apenas inclui de forma orgânica e divertida praticamente tudo o que se espera de um filme dessa franquia,como consegue ser uma produção clássica de aventura. Tem seus problemas, com um final que não está no mesmo nível do que foi preparado antes, mas o conjunto da obra é surpreendente.

Uma boa revitalização de uma franquia que não era tão estimulante a algum tempo.

 

 


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@oEduardoMoreira