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Top 7 | Pilotos mais importantes da Mercedes na Fórmula 1

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A Mercedes é uma das maiores equipes da história da Fórmula 1. Ela pegou a Brawn, que conquistou o seu quase milagroso título de 2009, e converteu a equipe em uma potência do esporte, dominando a categoria por mais de uma década.

Tudo isso é sinônimo de competência e qualidade, sem sombra de dúvidas. Mas foram os pilotos que conduziram os carros, dando visibilidade e relevância para as flechas prateadas e pretas dos carros da estrela de três pontas.

Agora que o ciclo mais vencedor da história do automobilismo chegou ao fim, é hora de classificar quais são os pilotos mais importantes e relevantes da história da Mercedes na Fórmula 1, inclusive para fazer um posicionamento correto desses pilotos nos contextos históricos.

Sim, eu sei… e você também sabe quem será o número 1 da lista.

Mesmo assim, vale a pena conhecer um pouco mais desse ranking.

 

Antes de começar, uma explicação…

A lista original contém 10 pilotos, e está disponível na givemesport.com. O que você vai ler neste artigo é a minha adaptação, com os sete mais relevantes, na mesma ordem disponível no artigo original.

Estou fazendo isso porque:

  1. Eu concordo com o Top 7;
  2. Eu não tenho gabarito para falar de Piero Taruffi, Hans Hermann e Karl Kling, que estão nas posições 10, 9 e 8 respectivamente;
  3. Porque o Top 7 será mais divertido para mim e mais interessante para você ler.

Eu concordo com os critérios do artigo original para manter a lista inalterada. Só vou colocar meus argumentos que reforçam cada posição.

Porém, tenha em mente que estamos classificando nessa lista os pilotos MAIS RELEVANTES DA HISTÓRIA DA MERCEDES NA FÓRMULA 1, e esse é um recorte de narrativa específico.

Um piloto pode ter construído uma carreira espetacular em outra equipe, mas não trouxe tudo isso para a Mercedes.

Estamos analisando única e exclusivamente as carreiras dentro da equipe alemã e nada mais.

Dito isso…

 

7. Michael Schumacher (2010-2012)

  • Largadas: 58
  • Vitórias: 0
  • Títulos: 0

Eu disse que os critérios não são os títulos ou o talento individual, mas sim o contexto aplicado para aquele piloto dentro da Mercedes.

Logo, não adianta reclamar comigo logo de cara. Estou respeitando os critérios.

Michael Schumacher é, de forma incontestável, um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1. Porém, é igualmente indiscutível que o seu retorno da aposentadoria não deu certo.

A Mercedes queria voltar para a Fórmula 1 em grande estilo, após uma parceria bem-sucedida com a McLaren e fornecendo motores para outras equipes.

E trouxe ninguém menos que um heptacampeão mundial alemão para pilotar um dos seus carros. E o outro piloto era um jovem alemão chamado Nico Rosberg.

Não tinha como ser melhor. Ou melhor, tinha sim: se Schumacher conseguisse entregar o melhor de seu desempenho.

Schumi sentiu os anos que ficou parado. Errou bastante, tomou uma surra do Nico na maior parte do tempo e não conseguiu nenhuma vitória para a Mercedes no período.

Por outro lado, o gênio estava lá, e teve os seus momentos. O pódio no GP da Europa em 2012 e a volta monstruosa no qualificatório de Mônaco no mesmo ano foram suas assinaturas na equipe.

E não podemos dizer que Michael Schumacher não foi relevante na Mercedes.

Foi a sua visão e experiência que ajudaram a preparar o terreno para o futuro domínio da equipe após a sua saída.

Sua expertise e experiência contaram (e muito) para que a Mercedes se tornasse a força dominante da categoria nos anos seguintes.

 

6. Stirling Moss (1955)

  • Largadas: 6
  • Vitórias: 1
  • Títulos: 0

Stirling Moss é outro que tem uma carreira muito maior do que a sua passagem na Mercedes, que foi curta, porém, relevante.

Ele chega na equipe para ser o segundo piloto de ninguém menos que Juan Manuel Fangio. Uma missão indigesta para qualquer um.

Para Moss, foi a sua primeira grande oportunidade para mostrar todo o seu talento e capacidade, já que antes disso ele só guiou carros que eram “uma porcaria”.

Ele assombrou o mundo quando ficou em segundo na única temporada que disputou na Mercedes, fazendo dobradinha com Fangio no campeonato.

Foi na Mercedes que Moss conquistou a sua primeira pole position e vitória, em Aintree. E isso foi um marco porque acabou com uma dominância que Fangio estabelecia na época.

O problema aqui é que a sua passagem na Mercedes também marca o início da sequência histórica de temporadas que Moss não venceu o título, algo que aconteceu entre 1955 e 1961.

Ele é um dos maiores (se não for o maior) pilotos que nunca conquistaram um título mundial na Fórmula 1.

E olhando para trás, isso não pode ser visto como demérito. Mas sim como sinônimo de sua genialidade.

 

5. George Russell (2020-Presente)

  • Largadas: 67 (até agora)
  • Vitórias: 3 (até agora)
  • Títulos: 0 (até agora)

George Russell é o piloto mais jovem dessa lista… até que Andrea Kimi Antonelli mostre ao mundo que é tudo isso que Toto Wolff acredita e prega aos quatro ventos.

Russell sempre foi visto como o sucessor de longo prazo de Lewis Hamilton na Mercedes, tanto pelo seu desempenho nas categorias de base, mas principalmente pelo pão amassado pelo diabo que comeu na Williams.

Os poucos momentos de destaque positivo da equipe inglesa nos anos de draga foram pelas mãos de George Russell que, dentro de suas possibilidades, entregava performances excepcionais.

E quando teve a chance de guiar com um carro decente pela primeira vez, quase venceu o GP de Sakhir em 2020, ao substituir o próprio Hamilton na Mercedes.

Em três temporadas que enfrentou o heptacampeão, terminou o campeonato na frente em duas, mostrando melhor adaptação e maior capacidade de dirigibilidade dessa atual geração de carros da Fórmula 1.

E mesmo com um carro que passava longe de ser competitivo, conquistou pódios e vitórias na era de dominância da Red Bull.

Não é pouca coisa.

Agora, é o protagonista da Mercedes. É o primeiro piloto. Será a referência técnica para a equipe.

Vamos ver como ele vai se comportar nesse novo cenário.

 

4. Valtteri Bottas (2017-2021)

  • Largadas: 101
  • Vitórias: 10
  • Títulos: 0

Valteri Bottas é, de forma até maldosa, chamado de “Gerhard Berger dos tempos modernos”. E motivos para esse apelido não faltam.

Foi o segundo piloto mais confiável que qualquer outro primeiro piloto poderia ter… até que as coisas começaram a azedar em 2020, quando decidiu se rebelar.

Quem viu Drive to Survive sabe muito bem do que estou falando.

Mesmo assim, Bottas vai um pouco além de ser o colega leal quando lhe era conveniente. Sua passagem pela Williams foi chamativa o suficiente a ponto de ser o escolhido para pacificar a Mercedes quando Nico Rosberg decidiu se aposentar.

Seu bom desempenho ajudou na manutenção dos títulos de construtores que a Mercedes conquistou ao longo dos anos.

E isso fica evidente quando Bottas começa a superar Hamilton em 2020, principalmente no ritmo de classificação.

Diferente de uns e outros por aí, Bottas conquistou o vice-campeonato em 2019 e 2020 por méritos, e não apenas porque dirigia o melhor carro do grid.

Mesmo porque competir com uma Ferrari e Sebastian Vettel que ainda entregava performance (mesmo com todos os erros) não era uma das missões mais fáceis.

Ficar na sombra de Hamilton é uma meia verdade no caso de Bottas. Ele certamente foi um pouco além disso e, dessa forma, ocupa a quarta posição da lista.

 

3. Nico Rosberg (2010-2016)

  • Largadas: 136
  • Vitórias: 23
  • Títulos: 1

Michael Schumacher roubou todos os holofotes quando a Mercedes anunciou a sua volta para a Fórmula 1. E Nico Rosberg foi considerado um coadjuvante de luxo na época.

Eu me lembro como Nico era zoado de todas as formas possíveis e imagináveis no tempo que passou na Williams. Muitos de nós não vimos o talento e o real valor que ele tinha.

Ele aproveitou o tempo na equipe inglesa para desenvolver todas as habilidades necessárias para agregar valor à Mercedes e até mesmo para Lewis Hamilton, seu amigo de infância que, por causa da parceria dentro da equipe, se tornou rival intenso.

Nico deixou claro para o mundo que ele era muito melhor do que todos imaginavam ou afirmavam quando superou Schumacher com o mesmo carro, inclusive conquistando o primeiro pódio, pole position e vitória da Mercedes em seu retorno à Fórmula 1.

E quando Hamilton chegou na Mercedes, testemunhamos a construção de uma das maiores rivalidades da história da categoria.

Nico se forjou diante do desafio em superar um dos melhores pilotos da história, e conquistou o título de 2016 com sangue, suor e lágrimas.

O trauma de Rosberg foi tão grande, que não demorou uma semana para anunciar a sua aposentadoria da categoria.

Essa rivalidade com Hamilton elevou o nível de Nico, de Lewis e da própria Mercedes. O contexto do todo ajuda a explicar inclusive a dominância da equipe entre 2014 e 2020.

Nico Rosberg cravou o seu nome na história, entregando ao mundo uma jornada de evolução que poucos pilotos podem dizer que percorreram na Fórmula 1.

 

2. Juan Manuel Fangio (1954-1955)

  • Largadas: 14
  • Vitórias: 10
  • Títulos: 2

É óbvio que, olhando apenas e tão somente para os números, as estatísticas jogam a favor de Juan Manuel Fangio.

Mas estamos falando de um dos maiores pilotos de todos os tempos. E os feitos de Fangio na Mercedes são difíceis de superar.

Fangio marcou a primeira estreia da Mercedes na Fórmula 1 lá em 1954. E na época, ele já era campeão mundial.

A combinação funcionou de forma plena, já que Fangio dominou as duas temporadas que correu pela equipe prateada.

Dominou? Desculpa, usei o termo errado. OBLITEROU!

A porcentagem de vitórias de Fangio pela Mercedes é a mais alta de todos os pilotos da lista. E considerando o quão mortal era a Fórmula 1 da época, sobreviver era mais importante que vencer.

Agora, vencer 10 em 14 corridas pela equipe é algo assombroso. Nenhum piloto na categoria chega perto disso.

Fangio deixou a Mercedes para conquistar mais dois títulos mundiais e, por décadas, ser o maior campeão da categoria.

Seu legado perdura como um ícone na história do automobilismo, de forma incontestável.

Mas aí veio aquele cara de Stevenage e…

 

1. Lewis Hamilton (2013-2024)

  • Largadas: 245
  • Vitórias: 84
  • Títulos: 6

Quando Niki Lauda fez aquele telefonema para Lewis Hamilton, informando que a McLaren perderia os motores Mercedes, e convidando o piloto inglês para capitanear a equipe alemã (já que Michael Schumacher não dava sinais do que iria fazer no futuro), todos os movimentos a seguir foram muito arriscados.

A McLaren ainda era uma equipe competitiva na época, mas errava demais e tinha muitos problemas técnicos e administrativos (que se acentuaram depois do escândalo da espionagem de 2007).

O “SIM” de Lewis Hamilton para Niki Lauda foi uma das decisões mais impactantes e arriscadas da história da Fórmula 1.

Todos questionaram e criticaram a decisão de Hamilton. Em três anos na sua volta para a Fórmula 1, a Mercedes ainda não tinha mostrado a que veio.

O tempo deu razão para Hamilton. E testemunhamos a história sendo escrita diante dos nossos olhos.

Uma das mudanças de equipe mais controversas da categoria se transformou na parceria piloto-equipe mais dominante da história da Fórmula 1.

De cada três corridas na Mercedes, Hamilton ganhou uma. Ele venceu metade das temporadas que disputou pela equipe. Construiu o seu legado como um dos melhores da história.

Superou adversários do porte de Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Nico Rosberg e Max Verstappen.

Aliás, foi coprotagonista de uma das melhores temporadas da história da Fórmula 1 (2021), com um duelo épico que só foi concluído (e de forma controversa) no meio da última volta do GP de Abu Dhabi.

Lewis Hamilton foi tão influente na Mercedes, que fez a equipe mudar as cores do carro em nome de suas causas que suplantam a esfera esportiva.

Foi na Mercedes que Hamilton se tornou a pessoa que é hoje: uma voz global para levantar pautas que importam para muita gente.

E foi saindo da Mercedes que Lewis Hamilton promoveu o início da maior dança das cadeiras da história da categoria, o que reforça sua influência no contexto do todo.

Você tem todo o direito do mundo de não gostar de Lewis Hamilton.

Mas negar sua grandiosidade e relevância na história da Mercedes chega a ser um manifesto de burrice explícita.

Lewis Hamilton e Mercedes agora seguem caminhos separados, com o piloto inglês iniciando um novo desafio na Ferrari.

Mas todo mundo sabe que a casa de Lewis Hamilton na Fórmula 1 sempre será a Mercedes.

Foi com a Mercedes que Hamilton começou na base.

E foi com a Mercedes que Hamilton escreveu um legado, que agora é eterno.


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