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Transformers: A Era da Extinção (2014) | Cinema em Review

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transformers: a era da extinção

Em alguns casos, a extinção pode ser a melhor saída.

Transformers: A Era da Extinção é um reboot na franquia que conhecíamos até então, mas ao mesmo tempo dá continuidade aos eventos do terceiro filme, já que se passa três anos depois da grande batalha que destruiu Chicago. E consegue ser o pior dos quatro filmes, mesmo com mais orçamento e com um argumento minimamente coerente em sua proposta geral, mas drasticamente contrastante nos detalhes apresentados.

Sabe, entendo agora que Optimus Prime não passa de um líder teimoso e inocente. Por diversas vezes ele foi alertado que os humanos não são confiáveis, que ele deveria ir embora do planeta… mas.. não: ele fica aqui. E trás com ele os Decepticons, um Lockdown da vida, e toda e qualquer ameaça que coloca a vida dele e dos humanos que, a essa altura do campeonato, já o detesta em risco.

Se bem que, nesse caso, a culpa disso tudo não foi do Prime, mas sim os humanos executivos sinistros, ou que se vestem de preto com óculos escuros e cara de “eu vou te matar” o tempo todo, mas que não conseguem matar ninguém. As grandes corporações financiam as armas do governo norte-americano, que mais uma vez banca alguma ideia maluca (como, por exemplo, criar robôs gigantes com a centelha de um robô alienígena assassino), colocando toda a humanidade em risco ao brincar de Deus.

Já vimos isso antes, e algumas vezes, certo?

 

 

Pois então… isso acontece de novo: a grande corporação que decide bancar os sistemas de defesa do governo dos Estados Unidos criam a sua versão de AutoBots, mas com a centelha do Megatron (que agora é Galvatron), que estava oficialmente morto, mas que, por burrice dos humanos, é ressuscitado justamente por usarem a sua centelha destrutiva para criar os robôs humanos. É claro que dá merda na programação dos robôs, e apenas os AutoBots originais podem pará-los.

Porém, Lockdown é uma ameaça ainda maior, já que além dele tem toda a humanidade para caçar Optimus Prime e seus apenas cinco aliados sobreviventes (todos os demais AutoBots foram destruídos pela humanidade em apenas três anos, acredita?). Logo, Prime precisa apelar para tacar o terror em tudo: recorre aos guerreiros lendários, os primeiros Primes a chegar na Terra, na época dos dinossauros.

Do mais, nada de exército dessa vez, já que dessa vez a humanidade tem como herói Mark Whalberg. E é quase como se Sam jamais tivesse existido nesse universo.

 

 

Transformers: A Era da Extinção é um filme que erra em pontos onde não devia errar.

Para começar, joga no lixo toda e qualquer empatia que os outros filmes ainda traziam. Os AutoBots tinham personalidade carismática. Eram malandros e bem humorados, e contavam com humor ácido e espirituoso. Pois bem, isso não existe mais. Optimus Prime tem sede de vingança, e seus comandados agora parecem mercenários que podem matar a qualquer momento. Até BubbleBee simplesmente desaparece no filme, sem personalidade alguma.

Depois disso, temos a maioria dos humanos qualificados como filhos da puta, e isso faz com que o filme deixe de ser um filme sobre Transformes, e passe a ser um filme sobre pessoas, suas aspirações de poder e o que elas tem coragem de fazer para proteger suas filhas que namoram caras loiros burros e sexistas.

Transformers: A Era da Extinção  é um filme longuíssimo (2h45), que gasta muito tempo mostrando as tramas dos vilões executivos poderosos, que assumem o protagonismo de um filme (até de forma justa) que, no final das contas, cai na repetição da obviedade em ter a resolução dos conflitos na base da porradaria dos robôs. E com o Optimus Prime mais uma vez corrigindo as cagadas criadas pelos humanos.

Outra coisa absurda é a falta de coerência do argumento.

Os AutoBots (ou robôs gigantes alienígenas) são seres com tecnologia e inteligência superiores, certo? Então, por que eles fariam acordos com humanos inescrupulosos? Mais: como Optimus Prime pode ser tão ingênuo depois de tanto tempo? Sério, isso cria um nível de irritação enorme para alguém que gosta do personagem.

Sem falar nos chineses… ah, os chineses… eles aparecem no filme, são sinistrões, mas não servem para total e absolutamente nada no enredo do filme. Exceto para atrair os fugitivos e os bandidões megaevil para a China… para destruir parte de uma cidade chinesa. E nada mais.

E o pior de tudo é que Transformers: A Era da Extinção é o filme com maior orçamento entre os quatro já vistos, e peca em detalhes técnicos que precisavam ser mais críveis para entregar uma experiência completa, como por exemplo o uso do chroma key de forma displicente, ou até problemas de edição e montagem mais perceptíveis.

 

 

Transformers: A Era da Extinção é um filme com argumento perdido, e que se perde mais ainda na execução. É longo demais, não cria empatia com o público e desconecta completamente seus personagens principais da personalidade que já conhecíamos. É um filme que se assume sim como o filme que só mostra robôs gigantes batalhando entre si, e o roteiro que se lasque. Mas por se levar a sério demais, chega em um ponto onde a galhofa presente no terceiro filme faz falta. Ainda mais quando percebemos em determinado momento que o final seria previsível, repetindo a solução dos outros filmes (Optimus Prime vence, Megatron foge, etc).

É tão desagradável, que com duas horas de filme eu simplesmente não me importava mais. Por mim, podia ter a extinção de tudo. Da humanidade, dos robôs, de todos eles. Eu não queria mais ver. Eu não me importava mais.

Mas como esse filme fatura cinco vezes o seu orçamento, teremos no futuro Optimus Prime vs BubbleBee.

Fazer o quê, né?

 

 


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@oEduardoMoreira