Toda história tem um começo.
Muito antes de Samsung, Motorola e Honor, outra marca foi pioneira no segmento de smartphones dobráveis. Nem sempre ser a pioneira em alguma coisa significa que você será a referência do mercado, mas o marco histórico existe nesse caso.
Mas o fato a ser destacado neste caso é que a plataforma que teve a coragem de dar o passo em ser a primeira em apostar nos smartphones com tela dobrável acabou de declarar falência, mostrando que esse tipo de dispositivo sempre foi algo muito caro para se desenvolver, e apenas as gigantes do setor contam com robustez financeira para fazer o formato dar certo.
Por que o Royole Flexpai deu errado?
O Royole Flexpai foi lançado em 2018 como o primeiro smartphone dobrável do mundo, marcando um avanço significativo na tecnologia de dispositivos móveis. Um primeiro passo para o cenário que existe neste momento.
O modelo contava com uma tela AMOLED de 7,8 polegadas com resolução de 1440p, que se dobrava para fora, permitindo que fosse usado tanto como um smartphone tradicional quanto como um pequeno tablet.
Tal e como nós temos hoje com os modelos Fold da Samsung.
Com um custo superior a 1.500 euros, o Flexpai surpreendeu os consumidores na época, mas hoje é superado por outros modelos de smartphones dobráveis e high-end com preços semelhantes ou mais baixos.
Apesar de ser inovador, o dispositivo não oferecia uma experiência premium, com críticas sobre sua construção e a sensação ao toque na tela.
Foi demais para a Royole Technologies: a empresa recentemente declarou falência devido à incapacidade de pagar suas dívidas, encerrando um capítulo na história dos smartphones dobráveis.
Todos aprenderam com a Royole
É correto dizer que praticamente todos os grandes fabricantes de smartphones dobráveis olharam com atenção para tudo o que a Royole fez de errado, anotou tudo e foi para o mercado para não repetir os mesmos erros.
Entendo que não é apenas a incapacidade financeira em se manter no mercado com um produto caro e complexo na sua construção e manutenção. É também a falta de entendimento do seu tamanho naquele momento.
A Royole, que foi lançada em 2012, insistiu nos erros cometidos no seu primeiro dobrável, lançando a segunda versão do dispositivo dois anos após a chegada do modelo pioneiro.
E se a empresa não tinha a capacidade de se manter em pé com um produto que era sim inovador, mas economicamente pouco sustentável, que dirá com um segundo telefone.
De qualquer forma, temos que agradecer pela existência do Flexpai. Ele ao menos abriu caminho para outras gerações de smartphones dobráveis, que agora oferecem designs mais refinados e valores um pouco mais acessíveis.
Bom, quero dizer… só agora, depois de seis gerações de dobráveis, a Samsung flerta com uma versão menos cara dos seus telefones com esse design.
Não dá para chamar os smartphones dobráveis de “baratos”. Mas ao menos estamos no caminho da redução de preços.