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Trump vira o presidente de Independence Day via deepfake, e não teve muita graça…

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As deepfakes ainda estão em discussão, e de tempos em tempos voltam a ser destaque nos diferentes sites de tecnologia. A humanidade ainda não sabe o que fazer ou como lidar com elas, e enquanto não existe um entendimento legal para determinar o que pode ser considerada como uma zona segura de uso, os experimentos de todos os tipos (e as polêmicas mais diversas) não param de surgir.

Podemos dizer que, pelo menos nos aspectos éticos e morais, alcançamos uma certa evolução no uso das deepfakes. Se antes a grande maioria dos vídeos publicados eram de cunho sexual, onde atrizes consagradas eram digitalmente inseridas em filmes pornográficos que elas jamais participaram (mas ainda assim alimentaram o sonho de muita gente), hoje os vídeos manipulados contam com um certo tom de protesto político ou manifestação bem humorada para as redes sociais.

Porém, quando a deepfake envolve o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e a sua conta do Twitter, o resultado pode ser o mais podre extrato do racismo e da xenofobia.

 

 

 

Donald Trump usa deepfake para demonstrar sua idiotice

 

Um novo dia, e uma nova polêmica no Twitter protagonizada por Donald Trump.

No dia 16 de maio, Trump publicou em sua conta no Twitter um vídeo deepfake, que substitui o rosto do ator Bill Pullman pelo seu nas cenas do discurso presidencial do filme Independence Day (1996), em uma das sequências mais icônicas do filme dirigido por Roland Emmerich.

No discurso, o personagem interpretado por Pullman faz um discurso motivador, momentos antes da batalha final contra os alienígenas invasores. Até o momento em que esse post foi produzido, a mensagem publicada por Trump no Twitter conta com 255 mil likes e mais de 80 mil retweets.

 

 

Não, minha gente… isso não foi engraçado.

Bill Pullman demonstrou o seu descontentamento diante da piada presidencial, afirmando que não está de acordo com o uso político do filme. Sem criticar de forma direta o presidente dos Estados Unidos, o ator usou da ironia ao afirmar que “a minha voz não pertence a mais ninguém do que a mim, e não me posiciono para presidente este ano”.

O vídeo publicado por Trump também substitui os rostos de algumas pessoas na multidão que escuta o discurso do presidente na cena, colocando rostos conhecidos como a do comentarista político Sean Hannity, o político Ted Cruz e até a filha do presidente, Ivanka Trump.

As deepfakes estão na mira das principais redes sociais por causa dos seus possíveis usos com o objetivo em danificar a honra de terceiros ou exercer a desinformação pública. Em janeiro de 2020, o Facebook afirmou que iria proibir os usuários de publicar deepfakes, com o objetivo em deter a propagação de informações falsas na plataforma em função das eleições de 2020 nos Estados Unidos.

Nesse caso em particular, não apenas o tom político do vídeo não tem muita graça, mas é preciso lembrar também que os imigrantes considerados ilegais nos Estados Unidos são chamados pelas autoridades e órgãos governamentais do país de “aliens”. Logo, o contexto do vídeo também pode ser encarado como racismo e xenofobia, já que Trump sempre deixou bem claro que não quer os imigrantes em situação irregular no país, buscando diversas formas de expulsá-los de lá.

Mesmo que, para isso, pais e filhos fiquem separados. Com as crianças ficando em jaulas.

Triste, mas é verdade.


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@oEduardoMoreira