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Um chip de um carregador USB-C é 563 vezes mais potente que o computador que levou o homem à Lua

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Você sabia que o carregador USB-C do seu smartphone de última geração poderia levar o homem à Lua? Pois é: um detalhado relatório de um programador que estudou o chip integrado nesse padrão e o comparou com o Computador Guia da nave Apollo 11 (AGC), que levou o homem à lua pela primeira vez.

Os carregadores e adaptadores atuais dos nossos dispositivos móveis contam com pequenos microprocessadores para gerenciar todo o processo. Porém, mesmo muito limitados, eles superam (de longe) a potência de processamento do computador que cuidou da missão lunar em 1969.

 

 

 

Como foi feita essa comparação?

 

 

O desenvolvedor Forest Heller detalhou em seu blog a arquitetura interna desses microprocessadores, comparando o carregador do Google Pixel com um da Huawei e outro da Anker, que enfrentaram o computador guia utilizado na missão Apollo 11 da NASA (AGC).

São chips com arquiteturas e tecnologias muito diferentes, o que torna o comparativo meio injusto. Mesmo assim, o processador mais potente do comparativo foi o Anker PowePort Atom PD2, que tem frequência de apenas 48 MHz, que é mais ou menos a frequência de trabalho dos (muito mais potentes) Intel Pentium do meio da década de 90. Por outro lado, o computador do Apollo 11 trabalhava em apenas 1 MHz.

 

 

 

 

Chips simples para missões complexas

 

Nos dois casos, a arquitetura é relativamente simples: sem cache, com acesso à memoria e velocidade constante e sem hardware dedicado para instruções flutuantes ou de vetores (AVX/SSE).

 

 

Asim, era possível estabelecer os ciclos necessários para operações matemáticas simples ou de armazenamento de dados. Resultado: o AGC necessitava de 12 vezes mais ciclos de clock do que o Cortex-M0 do chip da Anker. Some isso à velocidade de relógio, e o processador da Anker é 563 vezes mais rápido que o computador da Apollo 11.

Além disso, o carregador da Anker tem 1.78 vezes mais capacidade para armazenar instruções que o AGC, o que daria mais margem de manobra para uma hipotética missão espacial.

A missão Apollo 11 usou 2 AGC, um computador para o Saturn Launch Vehicle (LVDC) e um sistema de abortagem de curso: esses quatro computadores de bordo poderiam ser substituídos por um carregador USB-C da Anker. Mesmo assim, seriam necessários outros dois para adicionar a lógica redundante disponível na Apollo 11 em caso de falhas, sem falar na adaptação do código fonte desenvolvido para o AGC.

E, ainda assim, fica claro como a tecnologia avançou de forma absurda, onde até um adaptador USB-C integra um microprocessador como esse. E essa é mais uma demonstração da complexidade que foi adicionada a um produto aparentemente simples.

Não dá para saber se um carregador da Anker era o suficiente para ir à Lua (ele não foi desenvolvido para isso). Mas potência para a missão ele tem de sobra.

 

 

Via Forrest Heller, iBiblio


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@oEduardoMoreira