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Vamos falar de Amores Roubados (enquanto escondo a minha mulher do Cauã Reymond)

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Esse é apenas um aperitivo do que você perdeu. Ou do que você viu, ao lado da sua mãe e avó. Amores Roubados (Rede Globo), minissérie com apenas 10 episódios, chega para aquecer aquelas semanas do começo do ano onde nada muito importante acontece. Dessa vez, a Globo resolve apostar em um tema que é muito recorrente entre as famílias brasileiras. “Plantação de uvas no meio do nordeste brasileiro?”, você me pergunta. “Claro que não, seu otário”, eu respondo. O tema aqui é: traição.

A história poderia acontecer em qualquer lugar do Brasil, com qualquer um de nós (qualquer um mesmo, incluindo eu e você, que está lendo esse post), e com um problema que todos nós podemos sofrer um dia: o par de chifres. Mas para incrementar toda a proposta, Amores Roubados acontece no meio do sertão brasileiro. Isso faz sentido pelo simples fato da série ser inspirada no livro “A Emparedada da Rua Nova”, escrita pelo fundador da Academia Pernambucana de Letras, Carneiro Vilela (1846-1913). Ou seja, é uma história que faz sucesso há 100 anos, e foi agora repaginada para uma roupagem moderna.

Na história da Globo, o sommelier Leandro Dantas (Cauã Reymond) volta para o Sertão, depois de um tempo em São Paulo. Trabalha para Jaime Favais (Murilo Benício), dono da maior vinícola do nordeste brasileiro. Jaime, por sua vez, recebeu a vinícola do seu sogro (Germano Hauit), e é casado com Isabel (Patrícia Pilar). Seu sócio, Roberto Cavalcanti (Osmar Prado) é casado com a bela Celeste (Dira Paes), e Leandro mostra todas as suas habilidades sociais para conviver com todos eles, de formas bem diferentes.

Direto ao ponto: Cauã Reymond vai passar o rodo em (quase) todo mundo. Se bobear, até nas nossas mulheres!

Leandro tem como ponto forte (ou fraco) pegar as mulheres casadas. Já pega forte Celeste (a primeira cena do piloto mostra isso claramente), e terá como um dos objetivos conquistar Isabel. Em comum, Celeste e Isabel são mal casadas e até mal comidas. Casadas com maridos “broncos”, totalmente centrados no poder e dinheiro (o marido de Celeste até se esforça um pouco mais, mas na prática, é tão bronco quanto Jaime) e egoístas nos sentimentos mais básicos como pais de família e companheiros de vida, fica até fácil para Leandro faturar as “moçoilas de meia idade”. Ainda mais com a ajuda do vinho. E de sua cara de menino de rua abandonado.

As coisas para Leandro começam a se complicar quando duas outras mulheres aparecem em seu caminho, sendo que uma delas ele não pode pegar: a mãe dele, Carolina (Cassia Kis Magro), cafetina que foi presa em São Paulo, e por conta disso, Leandro “pega emprestado” o seu dinheiro, e volta para o sertão. Agora, a mãe quer cobrar essa dívida do filho, e isso sempre se resulta em problemas.

Mas a grande encrenca da vida de Leandro é a fila de Jaime e Isabel, Antônia (Isis Valverde), garota de espírito livre/um tanto quanto revoltada, que por viver anos fora daquele cenário do agreste (e longe de alguns costumes pouco contemporâneos), acaba tendo uma postura e comportamento diferente das mulheres que se relacionam com Leandro. E isso pode custar a vida do “Don Juan dos vinhos”.

Dirigida por José Luiz Villamarim, Amores Roubados é uma grande produção. A Globo mais uma vez não poupou esforços na ambientação da série, mandando toda uma produção para o meio do Nordeste brasileiro, utilizando vinícolas de verdade, e com um grande trabalho de pesquisa e produção. Aliás, a fotografia da série é de muito boa qualidade, com texturas e cores que imergem o telespectador nesse ambiente.

Sobre a história em si, o que posso dizer é que “há potencial”. Na prática, não são os amores que são roubados. Até porque as mulheres que estão pulando a cerca não amam mais seus maridos, e muito provavelmente os seus maridos não as amam mais. Aliás, os maridos demonstram muito mais o sentimento de posse, enquanto que as mulheres querem sair do comodismo e da vida insossa que os seus respectivos casamentos se transformaram.

Mesmo assim, a proposta de mostrar uma história de traição é sempre algo muito interessante de se ver. Felizmente, não temos uma Betrayal na nossa frente, e uma história com apenas 10 episódios faz com que sua narrativa seja mais rápida. E isso anima um pouco na hora de ver a série.

Do mais, temos o elenco da Globo sempre competente (apesar de ser um casting repetitivo), um texto bem feito, e Dira Paes muito, muito, mas  MUITO GOSTOSA na tela. Tá, as nossas namoradas, esposas, mães e avós estão doidas para ver o Cauã Reymond pelado. E isso deve rolar. Isso, e Isis Valverde com menos roupas que em Avenida Brasil, Patrícia Pilar sensualizando… enfim, vai ter pra todo mundo.


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@oEduardoMoreira