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Você é vítima de um tiroteio e a culpa é da Activision: “vejo você nos tribunais”

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É impossível compreender a dor de perder um ente querido em um evento trágico como um tiroteio, pois nem toda a empatia do mundo nos coloca no lugar de quem está passando por esse tipo de situação.

Logo, ver os familiares das vítimas desse tipo de evento buscando a justiça a todo custo precisa ter um certo olhar de frieza na análise para evitar julgamentos precipitados. Algumas atitudes que podem ser consideradas questionáveis por nós não passam pelo crivo de análise da perspectiva de quem está no desespero.

Dito isso, alguns familiares das vítimas de um recente tiroteio ocorrido em Uvalde, Texas (EUA) estão processando a Activision e a Meta pelo incidente, já que conseguiram vincular o game Call of Duty e o Instagram ao crime de alguma forma.

 

O que a Activision tem a ver com tudo isso?

As acusações dos familiares das vítimas se baseiam na hipotética conexão do atirador com o jogo Call of Duty e toda a publicidade de armas que é veiculada pelo Instagram. E sobre as redes sociais, bem sabemos como esse engajamento do desastre pode acontecer.

Por outro lado, as acusações são um tanto quanto infundadas, já que vários debates sobre a influência dos videogames na violência cotidiana são antigos, mas as provas que confirmam essa conexão são escassas ou pouco conclusivas.

Logo, muitos entendem que as motivações para a ação judicial contra a Activision e a Meta são as mesmas que uso para escrever esses artigos para a internet que ninguém lê: os ganhos financeiros e a notoriedade que o caso pode oferecer.

É realmente muito difícil provar que existe uma efetiva conexão entre um jogo de videogame um tiroteio. Uma análise criteriosa se faz necessária, principalmente para evitar generalizações. Existem diferentes motivos para que a violência cotidiana se faça presente, e todo mundo que tem um pingo de bom senso sabe disso.

Sem falar que é muito fácil colocar a culpa em um meio de entretenimento para retirar a responsabilidade dos atos violentos, algo que deve ser posicionado em um indivíduo, e não em fatores externos que eventualmente podem influenciar tais anos.

Essa é uma estratégia cômoda para aqueles que querem encontrar desculpas externas para justificar a insensatez de indivíduos.

 

Trabalhar com prevenção… ninguém quer?

Prevenir é sempre melhor do que remediar, mas parece que todo mundo só sabe mesmo é tomar o remédio, e não em desenvolver uma vida saudável. Isso se aplica ao condicionamento físico e também aos casos de violência.

Para solucionar a violência urbana (e vários outros males da nossa sociedade), o correto é abordar a raiz dessa violência. A saúde mental do coletivo, o controle das armas e outros fatores que levam o indivíduo a partir para o extremo.

Diferentes setores da sociedade (e não apenas os pseudo especialistas de plantão) deveriam participar dessa discussão para a busca de soluções mais eficazes do que apostar no achismo para justificar os erros de um indivíduo.

Ou neste caso, para supostamente obter ganhos financeiros de uma desenvolvedora de um jogo de videogame que não foi criado especificamente para estimular quem quer que seja para sair atirando por aí.

Se um caso desses prospera no judiciário, cria um precedente perigoso. Mas isso não vai acontecer, já que precisam provar primeiro que comer cogumelos ou pegar penas mágicas transformam qualquer pessoa em um herói corajoso o suficiente para resgatar uma princesa sequestrada por uma tartaruga gigante.

E só em escrever o parágrafo anterior eu já me sinto ridículo em pensar em uma teoria como essa.


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@oEduardoMoreira