Não dá para confiar na Ferrari, não é mesmo?
A equipe italiana está mais concentrada em “reunir os Vingadores da Fórmula 1” (tradução: Fred Vasseur, Charles LeClerc, Lewis Hamilton e Adrian Newey no mesmo time só pode ser para salvar a categoria da chatice e tomar de assalto tudo para ela) e deixou o marketing de lado dessa vez.
Foi prometido para todos nós, fãs da Fórmula 1, que a Ferrari iria disputar o GP de Miami neste final de semana “pintada de azul”.
E agora, quando sabemos qual é o esquema de cores para a prova nos Estados Unidos, ficamos com a cara do meme do Pica-Pau.
Fui tapeado!
Devo admitir que, ao receber a notícia da mudança de cores da Ferrari por causa do contexto histórico (70 anos das operações da marca nos Estados Unidos), a minha empolgação combinou com uma certa dose de surpresa.
Aquele vermelho da Ferrari é algo tão importante para a equipe, que existe até lei impedindo que outras entidades esportivas utilizem aquela cor.
Ao longo da história da equipe na principal categoria do automobilismo, com a grande exceção em disputar as etapas finais do campeonato de 1964 (por causa da treta política envolvendo a equipe e as entidades regulatórias italianas – leia mais sobre o assunto clicando aqui), esse vermelho sofreu pequenas alterações cromáticas.
A mais recente delas foi no GP de número 1000 da Ferrari, em clara referência aos primeiros anos da equipe nas competições da Fórmula 1.
Mas… sempre foi vermelho!
E eu acreditei na ousadia e alegria do marketing da Ferrari ao vender a ideia de que os carros realmente viriam de azul em Miami. Ainda mais quando a própria equipe coloca Sainz e LeClerc em uniformes azuis, parecendo frentistas de posto de gasolina.
Olha só para a cara deles. Dá pra imaginar qualquer um dos dois pilotos com suas respectivas caras de bom moço perguntando: “completa o tanque, senhora?”.
E agora… essa decepção: o “carro pintado de azul” da Ferrari é um friso. E usando o tom de azul mais escroto possível.
Da próxima vez, nem tenta
Sei que ninguém na Ferrari vai ler este artigo em um blog pessoal que ninguém lê. Mas tentar ser visto pela internet ainda é de graça para mim (na verdade, não é: eu ainda pago pelos servidores do blog).
O meu recado para o marketing da Ferrari é: da próxima vez, nem tenta.
Ficar iludindo seus torcedores e os fãs da Fórmula 1 para algo mágico e revolucionário não é legal. E estou cansado de estelionatários da conexão emocional com o novo.
Ou que pelo menos contratem a galera que sabe mexer com o Photoshop ou com o Luma Fusion com habilidades de profissionais.
Dessa vez, a internet foi muito mais criativa do que a própria Ferrari para reimaginar como seria o carro da equipe pintado de azul. O que mostra que o pessoal de design da equipe italiana está com uma preguiça monstro.
E eu pagaria para ver um desses designs online nas ruas de Miami. Ou que pelo menos a Ferrari roubasse a ideia para lançar uma miniatura histórica e em edição limitada de um carrinho da equipe todo pintado de azul.
Ou quem sabe a própria Burago se inspira em lançar um desses carros que a galera da internet criou.
Qualquer coisa serve. Menos um friso azul escroto em um carro que é majoritariamente vermelho.