Quando a Xiaomi apareceu em nossas vidas, ela era conhecida como “a rainha da relação custo-benefício”. Entregava ao mundo smartphones baratos com boa qualidade de construção e especificações técnicas que deixavam os seus Mi Fans ovulando.
E pregando como seres insuportáveis que a Xiaomi “colocava a Apple para mamar”.
A necessidade de evoluir, de se aproximar da Apple no conceito e na qualidade e até mesmo oferecer uma identidade própria nos seus produtos resultou em um nefasto efeito colateral nos smartphones da Xiaomi: o fim dos modelos com Android Stock.
Então, Xiaomi… tem como trazer isso de volta para nossas vidas?
O adeus ao Android Stock (e por que sentir falta dele)
A Xiaomi se afastou dos dispositivos com Android Stock, como a série Mi A, para focar no desenvolvimento de sua própria interface, a MIUI.
Era a necessidade da marca em estabelecer produtos com identidade própria e experiência de uso personalizada, além de criar um ecossistema integrado de produtos.
Hoje, a MIUI também é passado, já que a HyperOS é a interface padrão dos telefones da marca. Porém, temos até hoje os órfãos dos telefones da Xiaomi com Android puro, pois uma experiência mais limpa e direta é algo que faz falta, principalmente nos telefones com hardware mais modesto.
Por mais que eu goste da One UI hoje (o que é fácil para quem viveu o pesadelo da TouchWiz) e reconheça que o HyperOS é um passo acertado, ter um Android que só conte com os aplicativos essenciais do Google tem as suas vantagens.
Além de uma experiência de uso mais limpa e fluída, você recebe uma interface de usuário mais leve e com maior espaço de armazenamento.
Convenhamos: quem não quer isso?
Os dispositivos Xiaomi com Android Stock eram parte do programa Android One, e estavam entre os primeiros a receber atualizações mensais e patches de segurança, algo raro em smartphones de entrada.
Muitos no passado optaram por telefones da Xiaomi justamente por causa desse diferencial de maior agilidade nas atualizações.
Sem uma camada de personalização para atrapalhar, os smartphones Android Stock da Xiaomi ofereciam um ótimo desempenho, mesmo em dispositivos com processadores mais modestos.
Algo que a concorrência não conseguia oferecer. E que, de forma bizarra, a Xiaomi deixou de lado.
Agora, o jeito é viver de saudades
Hoje, os dispositivos da Xiaomi com Android Stock viraram uma doce lembrança dos usuários da marca que eram os consumidores de seus produtos na primeira metade de sua primeira década de vida.
Só dá para comprar esses telefones no mercado de segunda mão e, mesmo assim, sem o suporte oficial da marca e totalmente desatualizados.
Não recomendo o uso de dispositivos com essas características apenas porque você é um nostálgico, ou porque é obcecado pelo Android puro.
Quem sabe não é melhor olhar para frente e apostar no HyperOS, que parece ser uma iniciativa mais sólida na construção do ecossistema de produtos que a Xiaomi tanto quer.
A minha parte eu fiz: peço que a Xiaomi reconsidere a decisão e volte a comercializar smartphones de entrada com Android Stock.
Algo que eu duvido que a marca faça, já que colocou dinheiro demais na sua proposta de interface Android.
Logo, é melhor aceitar as mudanças. Ou procurar por marcas que ainda acreditam no Android puro.
Algo que está ficando cada vez mais raro.