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Zumbilândia: Atire Duas Vezes (ou quantas vezes forem necessárias)

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A regra número dois deixou de ser “atire duas vezes”. Agora é “atire quantas vezes forem necessárias”.

Descarte as mais de 76 regras criadas por Columbus. Zumbilândia: Atire Duas Vezes só tem uma regra: repetir a sua visão non-sense do universo dos zumbis. A impressão que dá é que todos os envolvidos acompanharam os fóruns de discussão na internet, e anotaram todas as críticas feitas contra a série The Walking Dead, todos os elogios feitos à maravilhosa série Z Nation, combinaram tudo com o sarcasmo e a ausência de qualquer critério, e entregaram um segundo filme tão regular quanto o primeiro, em linhas gerais.

 

 

De novo: The Walking Dead é digno de pena

 

 

Zumbilândia: Atire Duas Vezes mostra, de uma vez por todas, que o universo zumbi precisa ser divertido em todos os aspectos. Nada daquelas cenas intermináveis de silêncio e contemplação pseudo intelectual que eu suportei por cinco anos na série do AMC. Nesse segundo filme, a coisa vai além, com uma evolução natural dos zumbis e dos quatro personagens principais.

Aliás, uma coisa que é importante deixar bem claro (já que estamos falando sobre The Walking Dead) é que Zumbilândia: Atire Duas Vezes é um filme sobre pessoas e seus relacionamentos interpessoais. Se no primeiro filme eles só foram se importar uns com os outros no final (algo normal, pois eles tinham acabado de se conhecer), no segundo filme eles são efetivamente uma família, com conflitos e crises que qualquer família disfuncional pode ter.

Este é um filme menos “freak” que o primeiro. Até porque agora eles estão falando com um público maior. E isso pode incomodar a algumas pessoas que só queriam ver a zoeira sem limites acontecendo diante dos seus olhos. Bom, a zoeira ainda está lá. Mas a necessidade de explorar melhor as aspirações de cada um dos personagens pode deixar o ritmo do filme um pouco mais lento.

E não podemos reclamar disso. Levando em consideração que eles estão juntos há 10 anos (e conseguiram sobreviver intactos todo esse tempo), o que mais poderíamos querer ver além da natural evolução desses personagens?

Ah, sim, claro… outras pessoas entrando na vida deles. Com personalidades similares ou diferentes, para oferecer uma dinâmica maior para a história. E, apesar de algumas soluções serem fáceis para um roteiro que não tem o compromisso com o crível em momento algum, ainda assim são personagens adicionais que funcionam como gancho cômico para as piadas.

 

 

A produção aumentou (porque a grana aumentou também), o que torna Zumbilândia: Atire Duas Vezes um filme visualmente mais atraente, mas mantendo a mesma estratégia de um resultado final chamativo nos aspectos gráficos. Não estou dizendo que os efeitos visuais são feitos para convencer, pois o seu cérebro está ligado o tempo todo no modo “essa é uma história de ficção, nada disso é real e eles estão aqui pela zoeira”. Mas você não fica incomodado com o que está vendo. No final das contas, é um filme bem honesto nesse aspecto.

Aliás, Zumbilândia: Atire Duas Vezes é um filme honesto em todos os sentidos.

Em nenhum momento o filme se leva a sério, o que é ótimo. Não tenta enganar você com plot twists mirabolantes. As soluções são fáceis e indolores, ao mesmo tempo que não empobrece tanto a sua narrativa. Eu concordo com quem afirmou que o segundo ato do filme é meio arrastado, mas necessário para apresentar motivações que aumentam a empatia que nós já temos com esses personagens.

 

 

No final das contas, Zumbilândia: Atire Duas Vezes está relativamente equilibrado com o primeiro filme. Ele funciona como proposta geral, mesmo com alguns problemas. Quem gostou do primeiro filme não terá muitas dificuldades em gostar do segundo, e certamente vai dar boas risadas com a história apresentada.

E… sim… tem piada com The Walking Dead.

E… sim… espere um pouco depois que o filme acaba. Tem uma cena entre os créditos finais que é simplesmente impagável (uma referência direta a um importante evento do primeiro filme).

 


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@oEduardoMoreira