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Primeiras Impressões | Crazy Ex-Girlfriend (CW, 2015)

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As loucuras que fazemos por amor… incluindo ver pilotos de séries…

A única estreia da CW para a fall season é Crazy Ex-Girlfriend, uma comédia romântica musical. A ideia pode causar rejeição para muita gente logo de cara, mas como estamos falando da CW, sempre podemos esperar alguma coisa mais inusitada. E mesmo sabendo que as chances de convencer a maioria são mínimas, a série se esforça em apresentar uma proposta que combina o humor cretino com todos os elementos vistos em diversos filmes que nortearam a adolescência de parte dos jovens adultos que hoje assistem a CW.

A série conta a história de vida de Rebecca Bunch (Rachel Bloom), hoje uma jovem adulta bem sucedida, prestes a se tornar sócia em um escritório de advocacia de prestígio em Nova York. Porém, ela não chegaria lá sem um incidente ocorrido dez anos antes. Depois de passar as melhores férias de sua vida em um acampamento de verão, Rebecca é dispensada por aquele que ela acreditava ser o grande amor da sua vida, Josh Chan (Vincent Rodriguez III).

Essa foi a gora d’água para Rebecca, que já sofria de problemas emocionais por ser filha de pais separados. Ao longo de dez anos, muito tratamento contra depressão e alguns comprimidos que deixam ela dentro da realidade da maioria dos mortais, Rebecca se forma em Harvard e Yale, consegue um ótimo emprego, e está prestes a ser promovida.

Mas ela não é feliz. Lhe falta algo. Falta o amor.

Mas o destino se encarregou disso. No dia em que ela vai receber a sua promoção, ela reencontra Josh, que estava em Nova York há oito meses, mas que já estava voltando para a sua cidade natal, no interior da Califórnia, por optar por uma vida mais tranquila e menos competitiva que aquela que ele vivia na Big Apple. Ah, sim, claro… Josh diz que Rebecca está linda. E ela fica hipnotizada por isso.

Sabendo que precisava de uma mudança na sua vida, e que essa mudança responde pelo nome de Josh, Rebecca recusa a promoção de emprego, se muda de mala e cuia para o interior da Califórnia, na mesma cidade que o seu amado vive. Consegue emprego em um pequeno escritório de advocacia local, mas isso não importa. O principal objetivo de sua vida agora é stalkear Josh.

Que por sinal, tem namorada. Mas Rebecca só fica sabendo disso quando chega na cidade. Até porque sem isso não tem série, não é mesmo?

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Crazy Ex-Girlfriend lembra um spinoff de Ally McBeal. Rachel Bloom até tem um corte de cabelo que lembra um dos adotados por Calista Flockhart ao longo de cinco anos da comédia da Fox. Sem falar que ela é uma jovem advogada, assim como Ally era. Troque Boston pela Califórnia, e coloque várias músicas originais no estilo de musical da Broadway, e temos a nova comédia da CW.

O que dizer de Crazy Ex-Girlfriend?

Que é uma série típica de menininhas. É uma comédia romântica pura e simples, com algumas cenas musicais. A boa notícia é que a série tem bem menos músicas do que o imaginado (pelo menos no seu piloto), e que as cenas musicais não são tão absurdas assim. E só não são porque a série decidiu entrar no modo zoeira total, indo para o nonsense explícito, e brincando com o ridículo que são essas cenas em algumas produções.

Por exemplo: quando Rebecca começa a cantar no meio de Nova York, as pessoas começam a olhar para ela com um olhar estranho. Algo que muita gente faria se qualquer pessoa começasse a cantar no meio de uma música, já que isso não é normal. É claro que a atmosfera muda quando ela vai para a pequena cidade do interior da Califórnia, onde metade dos cidadãos são músicos e dançarinos profissionais. Mas ao menos eles brincam com isso, com referências cretinas e propositais.

Outro exemplo está no segundo número musical, onde a série brinca com as músicas e videoclipes que sensualizam tudo. Mostra os sacrifícios da mulher moderna em se arrumar para o cara (e como eles não sabem como isso acontece), e brinca com todos os esteriótipos que a indústria da música, cinema e TV oferecem nesse tipo de cena.

Mas no final das contas, Crazy Ex-Girfriend tenta ser aquela série que mostra o que as pessoas são capazes de fazer por amor. E que estar apaixonada não é estar maluca. É ter a coragem de mudar tudo em sua vida em nome desse amor. Tudo bem, Rebecca parece uma stalker maluca implorando por um mandato de restrição. Mas… quantas pessoas vocês já não conheceram que são mais ou menos assim.

No final das contas, Crazy Ex-Girlfriend é menos ruim do que eu imaginava. Eu não esperava nada da comédia musical da CW, e até que dei algumas risadas com algumas referências lançadas. É uma série bobinha, feita para menininhas. Só tenho dúvidas se as menininhas da CW vão aceitar a proposta. A audiência da estreia não foi lá grande coisa (deveria receber a audiência de Jane the Virgin, e não o contrário). Mas vamos dar tempo ao tempo.

No final das contas, entre mortos e feridos, alguns se salvaram.


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@oEduardoMoreira