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Primeiras Impressões | Shadowhunters (Freeform, 2016)

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shadowhunters

E o Freeform começa com o pé esquerdo (também, com esse nome de canal pornô…).

Acho que nem a desculpa do “você não é o público alvo” salva Shadowhunters, primeira série da nova fase do finado ABC Family. Com o objetivo de prender a atenção do novo público que consome mais e mais obras literárias de fantasia, temos aqui mais uma série que não apenas se descola completamente do senso de realidade, mas oferece um resultado final completamente desligado do bom senso.

Shadowhunters é baseado em “The Mortal Instruments” de Cassandra Clare. É a segunda tentativa de adaptar a obra literária para a televisão depois do filme “The Mortal Instruments: City of Bones” (2013), também produzida pela Constantin Film, responsável pela série de TV. E o que é pior é que eu li nas redes sociais que esse piloto “consegue ser melhor que o filme” (ou em linhas gerais, menos pior). Ou seja, eu nem quero chegar perto desse filme.

Para quem não sabe do que se trata, um Shadowhunter é um híbrido entre humano e anjo, que caça demônios com uma espada de plástico que brilha com a ajuda de uma luz fluorescente dentro. E quando um Shadowhunter derrota um demônio, ele simplesmente desaparece com um efeito horroroso de chroma key. Dito isso, a série de TV vai mostrar a vida de Clary Fray, adolescente que vivia uma vida normal com a sua mãe, até que ela descobre que ela é uma dessas Shadowhunters, e sua vida muda para sempre.

A adolescência de Clary vai para o saco quando ela se vê como o alvo principal desses tais demônios. Antes, ela achava que sua mãe não conseguia escolher qualquer segredo dela, e no final de 40 minutos de episódio, descobre que ela escondeu tanta coisa dela, que esses segredos serão revelados aos poucos ao longo da temporada. No meio de tudo isso, ela tem que enfrentar não só os resquícios de passado da mãe, mas os seus próprios problemas do presente. E ainda ter tempo de aprender a usar a tal espada de plástico luminosa.

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2016 mal começou e Shadowhunters já está eleita um dos piores pilotos da temporada. De novo: eu respeito quem curtiu, acho bacana que a molecada curte histórias desse tipo (o que é um indício que essa juventude ainda está lendo alguma coisa, nem que seja revista em quadrinhos) e que a série tem outro público alvo. Porém, vendo o piloto de um modo geral, concluo que o mesmo é realmente muito fraco em vários aspectos.

Acho que a história de Shadowhunters é até bem estruturada, mesmo sendo um tipo de história que eu particularmente não consigo assistir. Porém, é um piloto que peca por tudo acontecer de forma muito rápida e afobada. Em 20 minutos sabemos que Clary tem poderes que nem ela sabe, mas isso quase passa desapercebido diante de tantas cenas de luta com espada e efeitos visuais horrorosos.

Aliás, a produção dessa série é algo medonho. Chroma keys para dar e vender, efeitos visuais terríveis, demônios desaparecendo, fumacinhas visivelmente digitalizadas nas mãos dos personagens (que fazem caras e bocas quando vão ameaçar oponentes), as tais espadas de plástico… tudo é muito ruim no aspecto técnico desse episódio. Aqui já tenho um bom motivo para que aqueles que possuem uma TV de alta definição simplesmente evitarem esse piloto.

Para completar, temos atuações fraquíssimas. Nessa parte, Shadowhunters é risível, com um elenco que não só não inspira confiança, como também não inspira medo. Na verdade, não inspira nada. Nem tenho pena do moleque de Glee, que está lá fazendo um vilão sexualmente ambíguo (com cajal no olho, como manda a regra).

Shadowhunters não é para mim. Pode ser para os adolescentes entre 13 e 20 anos que são o público alvo do Freeform. Mesmo assim, nada justifica um piloto tão ruim ir ao ar. Acho que cuidados pontuais com o resultado final devem ser adotados para séries com faixa etária de todas as idades. Não é porque é para a molecada (que tende a aceitar qualquer porcaria) que pode fazer mal feito desse jeito.

Se o começo do Freeform foi assim, imagine o que está por vir…


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@oEduardoMoreira