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Samsung Gam*Boy, o clone oficial do Master System que foi vendido na Coreia do Sul

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Mais uma história muito interessante do mundo da tecnologia. Mais especificamente do mundo tech com os games. Uma parceria entre duas gigantes que nós aqui no Brasil jamais ficamos sabendo.

Você sabia que a Sega e a Samsung fecharam uma parceria comercial e muito peculiar no final dos anos 80? Então… isso hoje poderia ser algo surreal, mas no passado era mais comum do que podemos imaginar.

Então, vamos conhecer com mais detalhes como foi essa parceria, e o que nós perdemos como console de videogame. Ou não perdemos, dependendo do ponto de vista.

 

As restrições comerciais

Na década de 1980, as empresas japonesas enfrentavam diversos problemas para entrar no mercado sul-coreano devido à “Lei de Castigo para Ações Anti-Nacionais.” Foi mais ou menos o mesmo que aconteceu com o Brasil nesse período, com as leis de proteção ao mercado nacional, que representou um atraso tecnológico enorme para o consumidor brasileiro.

Na época, a solução adotada para a Coreia do Sul foi a mesma que as empresas brasileiras escolheram por aqui: as parcerias de representação com as marcas estrangeiras por aqui. Um exemplo disso foi a Fujistu, que só entrou no país asiático em 1974 desse modo, adotando o nome “FACOM Korea”.

Antes da Samsung entrar na jogada, quem vendia o console Sega Master System na Coreia do Sul era a OACS. Só depois é que a gigante responsável hoje pela linha Galaxy assumiu a responsabilidade de distribuir o console de 8 Bits no país, o que resultou na criação da Samsung Gam*Boy.

Ou seja, é correto afirmar que a Samsung foi a TecToy da Coreia do Sul na história do Master System.

 

Samsung Gam*Boy: o clone oficial na Coreia do Sul

O Samsung Gam*Boy era basicamente o Master System das duas primeiras gerações que foi comercializado no Brasil, mas atuando como uma espécie de clone oficial destinado ao mercado sul-coreano. Olhando por essa perspectiva, não perdemos muita coisa.

A única diferença significativa do Samsung Gam*Boy para o nosso Master System é que o console dos sul-coreanos era compatível com jogos do Master System, Sega Mark III e Sega SG-1000, algo que não era possível com o console brasileiro.

Além disso, o modelo sul-coreano contava com um slot para ler os chamados “Sega Cards,” utilizados para rodar jogos mais simples. Com a evolução dos jogos do Master System, a ideia desses cartões se tornou obsoleta, levando à remoção do leitor nas versões futuras do Master System.

O console também recebeu um conector para os óculos 3D, embora apenas quatro jogos tenham sido desenvolvidos para essa interface de uso na época. Seu controle era diferente do acessório que a versão brasileira recebeu, adotando um estilo utilizado no computador SPC-1000 de 1983.

A placa de circuito impresso do gamepad exibe a inscrição “Sam Sung Korea,” revelando a origem sul-coreana do acessório. O sistema de alimentação do Samsung Gam*Boy era diferente, com um transformador interno e não inclui o chip de áudio FM presente na Master System que veio para o Brasil.

E contrariando as expectativas, o PCB tem a inscrição “Made in Japan,” indicando que o console era fabricado no Japão e montado na Coreia do Sul, o que permitia a sua comercialização no país.

Exatamente igual ao que aconteceu no Brasil: os fabricantes brasileiros recebiam as peças dos consoles e montavam tudo aqui, driblando as leis protetivas estabelecidas pelos governos da época.

O Samsung Gam*Boy, fruto da parceria entre Sega e Samsung, resultou em um videogame raro. Uma peça singular do mundo da tecnologia. Um item de colecionador que deve ser valorizado por qualquer um que tem o privilégio de guardar uma unidade desse produto com o máximo de cuidado possível.


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@oEduardoMoreira