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“Trust Code”, a série de formação de segurança da Microsoft

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A regra é: a arte sempre imita a vida. Mas neste caso, é exatamente o contrário.

A Microsoft utiliza a formação em privacidade como uma estratégia para economizar dinheiro, evitando multas por violações de segurança e proteção de dados. Essa é (também) uma forma bem eficiente de oferecer a possibilidade para alguns profissionais em tecnologia de obter certificados da empresa em áreas técnicas sem precisar pagar pequenas fortunas de dinheiro.

A grande diferença aqui é que a gigante de Redmond está oferecendo essa formação de profissionais com a ajuda de uma série de TV que a própria Microsoft produziu, se inspirando nas tramas ficcionais que envolvem tramas elaboradas e uso avançado da tecnologia.

E a melhor parte de tudo isso: os profissionais envolvidos estão viciados na série da Microsoft.

 

Conheça a série “Trust Code”

Grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Meta e Apple, enfrentam a responsabilidade de gerenciar enormes quantidades de dados sensíveis de usuários em todo o mundo, tornando a formação em segurança e proteção de dados uma obrigação legal.

E diante de todos os escândalos de vazamentos de dados que o mundo testemunhou nos últimos anos, esse processo para formar profissionais especializados na área de segurança de dados se tornou mais rígido e relevante.

Bom… não tão rídigo assim, como podemos ver neste caso.

A formação em privacidade é “serializada” pela Microsoft, onde o processo é apresentado em uma série de TV chamada “Trust Code” (ou Código de Confiança, em livre tradução). E essa é uma produção ficcional como se fosse qualquer outra que você vê na TV ou no streaming, com personagens dramáticos, momentos de suspense e dilemas éticos para tornar o aprendizado mais interessante e envolvente.

E se tem algumas pessoas que realmente acreditam que aprenderam alguma coisa de medicina assistindo a duas décadas de Grey’s Anatomy, por que não uma série que pode formar especialistas em segurança?

 

Um experimento que deu (muito) certo

A série de formação da Microsoft tornou-se extremamente popular entre os funcionários da empresa, gerando um grande entusiasmo em torno de cada nova temporada. A empolgação é tamanha, que o hype gerado pela produção é similar ao que testemunhamos por séries de sucesso como “La Casa de Papel” e “Round 6”.

Os novos funcionários da Microsoft aderem voluntariamente à série para interagir com os colegas e entender melhor a trama e os personagens, criando uma cultura de engajamento em torno da formação profissional.

E, sinceramente… quem teve essa ideia é um verdadeiro gênio. Considerando todas a minha experiência com o mundo das séries, bem sei como fica muito mais fácil interagir com as pessoas quando colocamos as séries de TV como elemento de interação pessoa.

Para você ter uma ideia do quão orgânica essa experiência se tornou, o protagonista da série é um ator amador chamado Nelson, que se tornou uma estrela interna e é apreciado pelos funcionários da empresa. E até onde tenho conhecimento, não pretende abandonar o seu posto na Microsoft para tentar uma vaga em Hollywood.

A serialização de formação em privacidade é uma tendência crescente entre as grandes empresas de tecnologia, como a Meta, que também adotou a estratégia. Pena que não utilizaram o Jesse Eisenberg no papel de Mark Zuckerberg. Se fizessem isso, o nível de imersão seria pleno.

De qualquer forma, a série de formação de Meta tem Bianca como protagonista, uma nova engenheira que enfrenta desafios éticos dentro da empresa, buscando envolver os funcionários através de referências a Mark Zuckerberg.

E eu sinceramente não sei se é algo minimamente crível usar as referências do menino Zuck para tratar de questões de segurança. Por outro lado, é sempre importante ter em mente que “essa é uma obra de ficção”, e a realidade pode sim ser bem diferente.

A estratégia de serialização de formação visa proteger as empresas de multas milionárias, garantindo que os funcionários estejam devidamente treinados e conscientes das questões de privacidade e segurança. A validade dessas séries é enorme, pois as gigantes de tecnologia economizam uma grana violenta ao não produzir materiais didáticos que não serão consumidos pelos funcionários, e esses profissionais encontram uma solução amigável para assimilar o conhecimento técnico.

No final, todos estão ganhando. Exceto eu e você, meros mortais, que não estão assistindo a essas séries. Pense no nível de diversão que estamos perdendo neste exato momento.

Diversão e aprendizado. Um ganho duplo, senhoras e senhores.


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@oEduardoMoreira