@oEduardoMoreira | O mundo geek sem filtros45 coisas sobre mim (Taylor’s version… ou não, pois isso seria meio passivo-agressivo) | @oEduardoMoreira45 coisas sobre mim (Taylor’s version… ou não, pois isso seria meio passivo-agressivo) | @oEduardoMoreira
Na infância, eu quase coloquei fogo no meu quarto em uma noite com blecaute em casa. É isso o que acontece quando você se empolga ao ler o livro “Uma Rua Como Aquela” em apenas três dias.
Eu era o único na minha casa que sabia programar o videocassete para gravar programas de TV. E isso aconteceu porque até hoje eu sou o único ser digitalmente alfabetizado da minha família.
A prova que o item 2 está correto é que meu pai acha a porcaria do LG K10 um smartphone melhor que o iPhone, e que a minha irmã levou anos com um Android qualquer para comprar um iPhone… e nenhum dos dois ouviram meus conselhos.
Eu tenho mais alto-falantes portáteis em casa do que o apartamento consegue suportar. Mas dou finalidade para cada um deles, pois meu vício em música justifica tantos alto-falantes em casa.
O porteiro do meu prédio me odeia porque eu já peguei ele três vezes dormindo na portaria (quando ele é pago para trabalhar à noite). Na última, sugeri que ele pedisse música no Fantástico. Desde então, ele nem olha na minha cara.
Eu me arrependo amargamente por preferir Nelson Piquet no lugar de Ayrton Senna durante a infância. Mas… pensar que os dois poderiam estar unidos de alguma forma por causa de um Rolls Royce presidencial me dá arrepios.
Sempre achei a briga entre os Apple Fanboys e os defensores do Android a coisa mais patética que poderia existir. Até que me mudei para Florianópolis e conheci a rivalidade entre Avaí e Figueirense.
Aliás, que fique claro: uso Android e iOS todos os dias, e me sinto um ser superior por isso. E sobre Avaí e Figueira, só acho que não estamos falando de Real Madrid e Barcleona para ver essa rivalidade turbinada a tal ponto. Apenas isso.
Sou o filho mais novo e temporão. Fui paparicado SIM pela minha mãe, e isso teve ônus e bônus na minha vida. E não me arrependo em pedir para nascer, apesar dos pesares.
Fiz três anos de conservatório de música no Paraná apenas para entender melhor por que o Zezé di Camargo perdeu a voz por se esgoelar por três décadas (e fazer exatamente o contrário disso na hora de cantar).
Teve um dos regentes de coral aqui em Florianópolis que “se convidou” para tomar um vinho no meu apartamento “para me conhecer melhor” quando cheguei na cidade. O panaca está esperando até hoje, pois não consumo bebidas alcoólicas.
Eu amo tanto Star Wars, que tenho uma cabeça de Darth Vader na sala do meu apartamento. Minha próxima meta é ter a cabeça de um Stormtrooper, construir uma Estrela da Morte e explodir algumas coisas por aí.
Na escola, eu adorava o macarrão com salsicha que era servido pela merendeira. Hoje, embutidos me faz passar horas no trono, e pela obrigação da diabetes, tenho que me afastar dos carboidratos. E eis a maldição da escola.
Eu era aquele aluno CDF que sentava na primeira fila pela obrigação. Minha mãe estabelecia isso como ordem. Ela acreditava que, se eu virasse amigo da turma do fundão, eu iria virar um quitandeiro, tal e como meus colegas de escola viraram. É… minha mãe era vidente, e eu não sabia disso.
Abandonar a faculdade de análise de sistemas não foi a coisa mais difícil do mundo. Difícil foi perceber que não tinha praia em Araçatuba para viver a vida vendendo miçangas para turistas.
Eu não herdei a calvície do meu pai. Na verdade, herdei sim, mas não quero admitir isso. Fato é que raspo a cabeça por vontade própria desde os 16 anos de idade, e o motivo foi ele, somente ele e ninguém além dele: Michael Jordan!
Uso computadores desde os meus seis anos de idade, e nunca mais parei. Mas meu primeiro PC foi um verdadeiro placebo: um Pense Bem da TecToy que meus pais me deram. E eu acreditei que dava até para programar naquele brinquedo…
Eu fui o primeiro da minha família a acessar a internet. E o primeiro a quase ser morto pela minha mãe por causa disso, quando ela viu as chamadas telefônicas para a República Dominicana (sim, jovens… na época não tinha banda larga…).
Minha mãe era muito amiga da minha professora de português. O que ela não esperava é que essa mesma professora se tornaria a minha melhor amiga anos depois. E isso fez a minha mãe mandar a amizade dela para o espaço.
A única mulher da minha idade pela qual eu cheguei perto de tentar um relacionamento afetivo era, basicamente, a minha mãe. E foi então que eu percebi que uma da minha mãe na minha vida estava de bom tamanho. Duas, e o planeta iria entrar em colapso.
Já cantei com corais no Theatro Municipal, na Catedral da Sé e no Memorial da América Latina da capital paulista. Essas são algumas das melhores lembranças que tenho na vida. E sempre terei a Avenida Paulista. Até o fim da minha existência.
Falando na Paulista, já enfrentei frio de 8 graus à noite, garoa pela manhã, pancada de chuva à tarde e domingo de sol forte cercado de cultura e arte. E fui muito feliz por lá.
A Beira Mar Norte e a Beira Mar Continental são meus locais preferidos de Florianópolis. Santo Antônio de Lisboa também. Nesses locais, eu sei que estou na capital mais bonita do Brasil (e não estou puxando o saco, pois não preciso disso).
Fui aprendendo com o tempo que ser homofóbico é algo bem babaca, principalmente de um cara preto que convive com o racismo desde que nasceu. Por outro lado, não vejo problema algum em não considerar como gente o político de extrema direita.
Não é vingança quando você esfrega na cara de uma atendente de um café em frente ao prédio onde moro todos os cartões black que eu carrego na carteira depois da mesma atendente se recusar a me atender por achar que eu era um morador de rua porque estava todo sujo pela mudança que estava carregando para o meu novo apartamento.
Algumas pessoas não me toleram em Florianópolis porque eu trabalho com os fatos, e não com distorções de narrativa. Talvez seja porque eu não aceito qualquer explicação vazia para atitudes que beiram ao absurdo.
Eu sou contra o racismo, o fascismo, a homofobia, a misoginia, a xenofobia, o neonazismo, o machismo, o feminicídio e, o mais importante, eu entendo o papel de um Jedi na Resistência contra o Império na saga Star Wars. Em quem você acha que eu votei em 2018 e 2022?
Faço canto coral desde os meus 16 anos de idade, com três anos de conservatório de música e vários laboratórios realizados em diferentes estados. E aprendi a ler partitura mesmo com o Aleluia de Haendel, e não com “a clarineta, clarineta faz dumdumdumdum dê”.
Eu saí, fui expulso ou “gentilmente me convidaram a me retirar” de, pelo menos, seis corais em Florianópolis. Desses, apenas dois regentes tem formação específica em música, e só uma delas tem formação em regência (e não briguei com eles). Significa que…
Eu me dava muito bem com meus regentes em São Paulo e Araçatuba. De sair para lanches em padaria até pescaria. Para mim, hierarquia não é colocar regente na posição de Deus, mas sim reconhecer a posição de alguém que conduz o coral para um objetivo. Mas… é um ser humano como outro qualquer.
Pode não parecer, mas eu sou um ser sociável. Gosto de conversar e de fazer amizades. Mas sou como todo mundo: se você pisa na minha unha encravada, eu vou amaldiçoar até a sua sétima geração.
Eu não guardo mágoas. Eu guardo nomes. E o tempo é sempre senhor da razão. Eu não me vingo. Faço reparação histórica. E você nunca vai saber do que eu realmente sou capaz.
Adoro o jornalismo porque posso ser testemunha ocular da história de tempos em tempos. Se bem que, para certos acontecimentos ocorridos em nossas vidas nos últimos 10 anos, eu gostaria de ser cego.
Tive que romper com muitas pessoas que eu amava por causa do negacionismo, da relativização e da polarização dos últimos anos. No processo, conheci outras pessoas incríveis e, curiosamente, eliminei oito quilos de peso morto.
Ultimamente, eu falo para a minha audiência que você não precisa ter um smartphone caro para ser feliz. E o meu smartphone de trabalho custa R$ 6 mil. Eu ganho dinheiro com ele? Sim, é claro. Mesmo assim… enfim, a hipocrisia.
Procurei retribuir para alguns dos meus colegas de coral aqui em Florianópolis o bem que eles fizeram para mim ao permitir que eu cantasse ao lado deles. Até porque todos ignoraram todas as vezes que desafinei ou errei a letra. Valeu, pessoal!
Eu ensaio pelo menos 12 horas por semana, combinando todos os corais que participo. Fora os estudos individuais de partituras e letras. E, ainda assim, eu sou “o metido a saber tudo”, disse a coralista que pega a pasta do armário uma vez por semana para ensaiar, e devolve para o armário tão logo chega em casa.
Em Florianópolis, me tornei um coralista ainda melhor do que era, e muito melhor do que acreditava ser. Usei as adversidades para melhorar ainda mais o meu potencial. Hoje, todos os regentes da cidade sabem o que posso fazer na música, e isso é reconfortante.
Lewis Hamilton é o maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. Aceite isso de uma vez por todas, tiozão que abandonou a categoria em 1 de maio de 1994, e fica enchendo o meu saco a cada encontro de final de ano.
“Veja Esta Canção”, de Milton Nascimento, é a música que descreve a minha essência. Se você quer saber como eu sou, ouça essa música e, depois, me convide para um café para que possamos conversar.
Passei muito tempo na minha vida acreditando que precisava ser igual aos outros, e que tinha que lutar pelo direito à igualdade. Com o tempo, percebi que o meu maior poder estava justamente no fato de ser diferente de todo mundo. Ser uma pérola negra em destaque constante.
Por outro lado, quem gosta de mim aqui em Floripa gosta de verdade. Conheço algumas das melhores pessoas que vivem nessa cidade. E para cada uma delas, eu agradeço por me ajudar a ser um ser humano melhor.
Eu amo muito, e amo a muitas pessoas. E isso pode ser um problema para mim. Mas… se tem uma coisa que eu aprendi antes dos meus 45 anos é quebrar todas as minhas travas morais e abraçar com vontade o “meu corpo, minhas regras”. Entendedores entenderão.
Fiz essa lista porque não deu tempo de escrever 45 textos com 45 músicas sobre os meus 45 anos. Em compensação, você fica sabendo a partir de agora que, até os 50 anos, o meu primeiro livro (ficção ou não-ficção) será publicado.
Se eu cheguei até os 45, é porque acreditei na frase que se tornou o mantra da minha vida desde os 15 anos. A frase que me convenceu a não desistir, que me reforçou no persistir e que me deu forças no decidir. “Sem Luta Não Há Vitória”.