Press "Enter" to skip to content
Início » Minha Opinião » A MWC… ainda faz sentido em existir?

A MWC… ainda faz sentido em existir?

Compartilhe

A Mobile World Congress 2023 terminou, e apresentou algumas novidades que serão relevantes para o mercado de tecnologia nos próximos meses. Porém, é de se questionar que se a feira de Barcelona ainda é relevante para o nosso mundo.

Um dos sintomas que a MWC deixou de ser tão importante é que esse é o tipo de pauta que não consegue atrair a audiência dos fãs de tecnologia. Até mesmo os principais lançamentos da feira que vão chegar ao mercado de consumo nos próximos meses não são tão atraentes como eram.

Chegou a hora de discutir se esse grande evento presencial ainda tem uma razão de ser, uma vez que as marcas podem criar grandes eventos por conta própria, monopolizando as atenções da mídia e dos usuários.

 

O presencial é essencial para algumas marcas

A era dos keynotes ficou para trás.

Hoje, qualquer marca faz um evento virtual bem produzido e gastando muito menos dinheiro para alcançar um número muito maior de usuários e atraindo a atenção da mídia de qualquer forma.

Algumas das principais marcas do mercado de telefonia móvel anteciparam os seus lançamentos em pelo menos duas semanas à data da MWC 2023, monopolizando as atenções de todos e driblando a polarização de produtos apresentados.

Por outro lado, não existe outra feira de mobilidade no planeta que entrega a possibilidade que milhares de diretores e executivos de tecnologia possam se encontrar em um mesmo local durante três dias. E isso é algo importante para as marcas, por incrível que pareça.

Executivos da OPPO, Xiaomi e realme defendem que eventos como a MWC são importantes para estabelecer relações de negócios, onde a conexão física ainda é muito importante para que as pessoas envolvidas dentro da indústria possam debater o futuro do setor e formalizar parcerias.

Apesar de deixar a família de smartphones Galaxy S23 de fora, a Samsung também defende que eventos presenciais como a MWC ainda são “incomparáveis”, e que precisam continuar em nome da prosperidade do setor.

É importante lembrar que essa defesa pela permanência da MWC acontece ao mesmo tempo em que está aberta a discussão sobre a falta de inclusão do evento, uma vez que mulheres e negros não se fazem presentes nos corredores dos stands da feira de Barcelona.

E diante de tudo isso, a pergunta que fica é…

 

O que realmente importa para os usuários?

Eu mesmo tenho quase certeza de que a grande maioria dos meus leitores e espectadores do canal do YouTube não vão dar a mínima para esse conteúdo, pois a MWC não chama a atenção do público consumidor de tecnologia.

É importante entender que o perfil de usuário de smartphones e tablets mudou de forma muito ampla nos últimos 15 anos. Quando eu comecei a escrever sobre tecnologia na internet, usar um gadget era algo de nicho, em um hábito construído pela primeira geração que cresceu aprendendo sobre como esse mundo era fascinante.

Logo, tudo era novidade. Tudo era incrível. Tudo chamava a atenção. Principalmente os keynotes e os grandes eventos de tecnologia.

As novas gerações de usuários de dispositivos de tecnologia não se interessam por esses eventos. Tanto os mais jovens, que receberam esse mundo pronto, quanto os idosos ou a galera da melhor idade, que só desejam que os produtos funcionem.

Um dos poucos nichos que ainda resistem à tentação de abandonar as grandes feiras de tecnologia é o segmento dos games. E mesmo assim, muitos questionam se a E3 ainda faz algum sentido sem Sony, Microsoft e Nintendo na edição de 2023.

Logo, é justo que a discussão sobre a validade da existência dos eventos presenciais se desenvolva nesse momento. As marcas já entenderam que podem alcançar um público muito maior com eventos virtuais. Resta aos organizadores dos eventos entenderem isso e tentar reinventar a mecânica dessas feiras.

Caso contrário, eventos como a MWC estão condenados à extinção, de forma quase inevitável.


Compartilhe
@oEduardoMoreira