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Carros de Fórmula 1 podem receber paralamas traseiros para resolver o problema das corridas com chuva intensa

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A Fórmula 1 sempre teve uma difícil relação com a chuva. E nem mesmo Ayrton Senna, que era um exímio piloto nessas condições, gostava de correr nesse cenário adverso. Por diversas vezes ele afirmou que simplesmente odiava.

Com carros mais potentes e pneus mais largos, o spray de água se tornou um enorme problema recente para a Fórmula 1, comprometendo as corridas para preservar a segurança dos pilotos. A chuva aumenta a emoção das corridas, mas compromete a competitividade como um todo.

A FIA quer resolver esse problema de uma vez por todas, e chama a atenção o fato da solução desse problema passar por um sistema que passa bem longe de ser o mais tecnológico do mundo, mas é um dos mais eficientes até hoje: o paralamas.

 

O passado até podia ser bom, mas era perigoso do mesmo jeito

Os mais novos vão simplesmente odiar essa alternativa. E os mais velhos também. O que vai ter de gente afirmando que a Fórmula 1 está ficando uma categoria Nutella…

Eu sei que a memoria coletiva é muito melhor do que a realidade. Muitos se lembram do lendário GP do Japão de 1976, que foi brilhantemente reproduzido no filme Rush. A prova era uma decisão de campeonato mundial, e aconteceu em uma chuva torrencial.

E a maioria dos brasileiros se lembram até hoje do GP de Mônaco de 1984, onde Ayrton Senna entrega um desempenho excepcional com uma Toleman muito inferior à McLaren de Alain Prost. O brasileiro quase venceu aquela corrida, que teve como grande diferencial as fortes chuvas nas ruas do principado.

O que nossa memória afetiva não consegue lembrar é que os dois casos mencionados acima são exceções, e não regras. Na disputa no Japão, Niki Lauda desistiu de correr (o que resultou no título de James Hunt) por entender que aquilo era perigoso. E o mesmo Japão foi o palco da última morte em decorrente de um acidente na Fórmula 1, com Jules Bianchi, em condições de chuva.

O tempo passou, as velocidades aumentaram e o spray de água produzido pelos pneus mais largos aumentou. E é preciso fazer alguma coisa.

 

Tão simples, e tão eficiente

A ideia da FIA é que os paralamas traseiros apareçam nos carros de Fórmula 1 em 2024 como solução para a falta de visibilidade em corridas de chuva. Isso ajudaria a reduzir drasticamente a quantidade de intervenções do Safety Car e até os atrasos no início das corridas por conta das condições adversas do tempo.

É algo simples e eficiente: o spray de água produzido pelos pneus não vai espirrar nos carros de trás, o que hoje acaba dificultando a visibilidade dos demais pilotos. O acessório só seria instalado nos carros nos cenários com muita água na pista, e não em qualquer condição de chuva.

Pode até parecer uma ideia ridícula para os fãs mais revoltados (alguns estão bravos até hoje com o halo, que já salvou muitas vidas), mas ao menos é uma forma de garantir que uma chuva intensa não cause transtornos para a FIA, para os organizadores do evento e, principalmente, para os torcedores.

A Fórmula 1 voltou a ganhar uma popularidade global com um maior equilíbrio entre as corridas e um marketing eficiente para atrair novas audiências. Logo, a categoria não pode permitir perder esse novo público porque tem que esperar a chuva passar.

Logo, é muito melhor deixar os carros mais feios momentaneamente com um paralamas traseiro nas corridas de chuva intensa do que não ter corrida alguma e abraçar um enorme prejuízo em alguns cenários.

Se podemos evitar perder dinheiro por conta das condições climáticas… por que não?


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@oEduardoMoreira