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Depois de Madame Teia, eu tenho uma lista de pedidos de desculpas…

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Eu disse que iria assistir ao Madame Teia para realizar uma resenha e comentar tudo o que penso sobre esse filme. E eu sou uma pessoa que tem como hábito cumprir com as promessas que eu faço. Menos é claro com o Imposto de Renda, e sei que isso vai me trazer vários problemas no futuro.

Mas… o que eu mais posso falar sobre esse filme que outros produtores de conteúdo já não falaram? A Isabela Boscov tem razão: é muito ruim ficar chutando quem está no chão, e esse filme já deve estar no subsolo quando esse vídeo for publicado.

Então, quero fazer algo diferente. Algo divertido, sarcástico e, ao mesmo tempo, que ofereça a real dimensão do tamanho da desgraça que é esse filme.

Por isso, decidi pedir sinceras desculpas para vários outros filmes de heróis que achei ruim no passado, mas que agora precisam ser reconsiderados como ponto de justiça por todas as coisas ruins que eu disse sobre cada uma dessas obras.

É a minha forma de deixar claro o quão ruim é Madame Teia.

Por isso…

 

As minhas sinceras desculpas

Começo pelo mais recente. As Marvels, as minhas sinceras desculpas. No final das contas, nem aquele roteiro preguiçoso e cheio de conveniências era tão ruim assim. Ao menos me diverti com a Kamala Khan, constatei que os X-Men estão mesmo chegando no MCU, e a Brie Larson não é a minha inimiga. Só irrita os nerdolas revoltados com ela, e está tudo certo.

Mulher Gato, minhas desculpas. Você é apenas um filme fruto do seu tempo, e não tem culpa por ser de gosto extremamente duvidoso. Quero agora acreditar que Halle Berry fez uma escolha ruim ao interpretar um papel onde ela fica se lambendo metade do filme, e que agentes incompetentes podem fazer com que atrizes oscarizadas assinem contratos terríveis. Faz parte da vida.

Demolidor, eu te peço desculpas por pegar tão pesado com você. Esse filme deixou traumas tão profundos, que até hoje as pessoas sentem um ranço ou ódio mortal do Ben Affleck, ignorando por completo que os roteiristas são mais culpados do que ele. E… convenhamos: é ele quem tem um Oscar a mais que o Leonardo DiCaprio. Então, o mundo fez justiça de alguma forma.

E… eu volto a falar de você daqui a pouco, meu amigo Ben. Não me esqueci que o senhor fez o Batman nos cinemas. Aliás, como esquecer disso?

Lanterna Verde, um filme que fui convidado pela Sony para ver a cabine em São Paulo e resisti o quanto pode para não dizer que era uma história meia boca… as minhas desculpas. Ryan Reynolds fez justiça com as próprias mãos ao viajar no tempo e matar a versão dele mesmo que interpretou essa bomba. Ao menos hoje temos um Deadpool que amamos. E do mais, o elenco desse filme era foda: você sabia que tinha nomes como Angela Basset, Taika Waititi, Mark Strong e Blake Lively?

Pois é… meu cérebro ignorou essas coisas…

Elektra, minha menina… você só é um spin-off mal-feito do Demolidor do menino Affleck, e Jennifer Garner teve sua carreira destruída por causa desse filme. Mas… eu te perdoo. Suas cenas de ação ridículas não serão esquecidas, e agora, estão perdoadas por mim.

Batman & Robin, filme que nos entregou roupas de heróis com mamilos e closes de bundas constrangedoras… você só saiu assim porque Joel Shumacher queria se vingar do mundo de alguma forma. Você é um filho mal concebido e cheio de deficiências físicas e mentais. Mas… ainda assim, é um filme que ao menos “dá a volta”. Está perdoado.

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, que saudades eu sinto de você! Mesmo com as enormes incoerências de argumento e roteiro, uma Cassie Lang que jamais deveria existir, um MODOK grotesco e um Kang que se revelou um fraco (ou coisa pior, considerando que foi o Jonathan Majors), eu ainda me deixei levar pelo carisma do Paul Rudd. Perdoado, é claro.

Quarteto Fantástico (de 2015), uma das coisas mais horrorosas que os meus olhos viram em 45 anos de vida. Foi fruto de uma Fox que estava prestes a perder os seus direitos para a Marvel, e foi uma espécie de “o canto dos cisnes” interpretado por uma tio bêbado e rouco no final da festa. Não é culpa sua existir. É culpa dos executivos.

Esquadrão Suicida (de 2016), eu sinceramente quero você de volta. Só a presença da Margot Robbie como Arlequina compensa toda a porcaria que você foi. Mas ao menos você tentou ser alguma coisa que preste. Trouxe Will Smith e Viola Davies, mas atores de prestígio e muito dinheiro não são suficientes. Está oficialmente perdoado a partir de agora.

Motoqueiro Fantasma (qualquer um dos dois, tanto faz…), eu devo dizer apenas uma coisa: Nicholas Cage é mito, e mesmo que ele apareça na tela lendo uma mensagem comprometedora de alguém no WhatsApp, ele será consagrado e perdoado pelos erros do passado.

Capitão América (de 1990), um filme que é um aborto de uma Marvel em que Kevin Feige nem sonhava em ser gente, ao menos se tornou um cult para quem gosta de ver como tudo começou, só para parar de reclamar das coisas como elas são neste momento. Seu legado está restaurado a partir de agora.

Eternos, eu até que fui com a sua cara, mas nunca contei isso para as pessoas por medo de ser rejeitado pela sociedade. Agora, posso dizer: você é um bom filme no que se propõe a fazer, mesmo deixando um monstro gigante congelado no meio do oceano que ninguém no MCU se importa em perguntar como foi parar lá. E… tudo bem, prefiro um universo se fingindo de cego do que testemunhar a desgraça que foi Madame Teia.

Liga da Justiça, Flash, Aquaman 2, Mulher Maravilha 1984 e (pasmem) Batman vs Superman… vocês estão perdoados. Eu nem consigo acreditar que vou dizer isso, mas… Zack Snyder, você recebe o meu perdão por ter construído esse lixo de universo expandido da DC, que saiu do nada para lugar nenhum. Ou melhor: que me entregou o plot twist mais desgraçado da história do cinema. E, com tudo isso, o “salve a Martha” passa a ser apenas um rito de passagem para dois personagens virarem superamigos “do nada”.

Por fim… Morbius… você não está sozinho nessa. O Tinder da ruindade comandado pela Sony entregou o match perfeito, e agora você tem o pior filme de herói de todos os tempos para fazer companhia para você no limbo eterno. Agora, vocês que passem a se conhecer melhor e discutir a relação de tempos em tempos para definir qual é o pior de todos.

Ou seja, Madame Teia, sem sombra de dúvida.

Vários outros filmes de heróis de gosto duvidoso ficaram de fora desse enorme pedido de desculpas, mas entendo que o chorume está bem representado pelos nomes mencionados. E é dessa forma que eu defino a experiência de Madame Teia: uma forma de salvar várias obras que foram injustamente massacradas por nós, que jamais imaginamos que o fundo do poço era ainda mais fundo, e que Dakota Johnson iria jogar uma pá em nossas cabeças.

E é isso. Procurei ser o mais sincero possível.


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