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Em 1995, a Apple lançou um videogame. E ele foi um fracasso, é claro…

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A Apple sem Steve Jobs durante o final dos anos 80 e começo dos anos 90 foi uma empresa desnorteada, raquítica e sem rumo. Um sinal claro que ela estava perdida apareceu em 1995, quando a marca lançou quase 50 computadores diferentes.

Além disso, a Apple lançou muitos outros produtos considerados desnecessários, como câmeras fotográficas, computadores integrados em TVs de tubo e PDAs. E todos esses produtos foram fracassos comerciais em sequência.

Até que chegou o Apple Pippin, um console de videogames com alma de mini computador que poderia ser considerado o antecessor do Xbox da Microsoft.

E ele não deu certo, é claro.

 

 

 

Barato demais para um computador

O Apple Pippin custava US$ 599 em 1995. Considerando a inflação, o produto valia o equivalente a US$ 1.200 de hoje. E nem mesmo o PlayStation 5 mais caro chega perto de custar isso.

Ou seja, ele era um produto simplesmente inviável nos aspectos econômicos. E seria até hoje, considerando os valores cobrados pela concorrência hoje.

Para piorar as coisas, a Apple colocou o Pippin dentro da categoria de videogames, e seria mais justo encaixar o produto no grupo dos computadores. Ao não fazer isso, a vida do produto ficou ainda mais complicada.

O Apple Pippin contava com um processador PowerPC 603e a 66 MHz, modem de 14.400 bps e uma versão mais leve do Mac OS para executar jogos que eram instalados a partir de um leitor de CD-ROM 4x, mais avançados que os cartuchos da época.

A ideia da Apple era licenciar o Pippin para outras empresas, já que ela mesma não tinha poderio financeiro para gerenciar o lançamento. A Bandai foi a única que abraçou a ideia de comercializar o produto, e a gigante de Cupertinho gahava dinheiro com a venda de hardware e de cada jogo comercializado.

Porém, a Apple queria que as pessoas usassem o Pippin da forma que mais desejassem, em uma espécie de computador pronto para qualquer tarefa. E nem mesmo essa versatilidade ajudou no sucesso desse console.

 

 

 

Caro demais para um videogame

O Pippin era caro demais, repetindo dessa forma o erro do 3DO da Panasonic, que tinha um preço muito similar. Sem falar que o Neo Geo era superior aos outros dois em tudo, e custava igualmente caro.

Os concorrentes do Apple Pippin estavam em uma posição muito melhor no mercado dos videogames: PlayStatiion, Nintendo 64 e Sega Saturn eram muito mais baratos e atraentes.

E, de forma paradoxal, o Sega Saturn foi o primeiro concorrente direto do Apple Pippin mesmo sem contar com uma conexão de internet. A SEGA só colocou esse recurso em um videogame com o Dreamcast, que estreou o modo multiplayer online nos videogames.

Outro problema sério para o Pippin foi seu reduzido catálogo de 30 jogos, a maioria deles com selo da Bandai. Nem mesmo seus inúmeros acessórios e produtos educativos impediram o fracasso do console da Apple.

Apenas 100 mil unidades do Apple Pippin foram construídas, e nem mesmo a metade desse volume (42 mil unidades) foram vendidas. O console foi descontinuado de forma definitiva em 1997, e hoje é possível encontrar algumas unidades do produto a venda no eBay por preços que variam entre US$ 300 e US$ 1.000.

Quase três décadas depois, a Apple segue condenada na indústria do videogame. Ela ganha muito dinheiro por causa das compras in-app nos jogos da App Store, mas sua relevância no mundo dos consoles é praticamente nula se comparada com Sony, Microsoft, Nintendo, Electronic Arts e outras.


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@oEduardoMoreira