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Fato: ninguém aguenta mais um blockbuster por semana nos cinemas

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A indústria cinematográfica está encarando o declínio vertiginoso das bilheterias e a saturação de lançamentos de blockbusters. Semana após semana, assistimos ao fracasso de filmes como ‘The Flash’ e ‘Elementos’ em atrair o público, enquanto produções revolucionárias como ‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’ e ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’ conseguem se destacar.

A busca incessante por eventos cinematográficos imperdíveis levou a um excesso de lançamentos, transformando a experiência de ir ao cinema em uma rotina cansativa para os espectadores.

Neste artigo, vamos discutir causas e consequências dessa dinâmica de lançamentos desenfreados, e como a audiência está lidando com isso.

 

A saturação de blockbusters que não se destacam

Uma das principais razões para o declínio da bilheteria é a avalanche de lançamentos de blockbusters.

A pandemia da COVID-19 causou uma mudança significativa no panorama cinematográfico, reduzindo o espaço para filmes independentes e produções fora do âmbito dos grandes estúdios. Consequentemente, os estúdios passaram a apostar cada vez mais em “grandes eventos cinematográficos”, na esperança de atrair o público de volta às salas de cinema.

No entanto, essa estratégia acabou levando à saturação do mercado, tornando cada novo lançamento menos impactante.

Rumores já circulam sobre a impossibilidade de qualquer filme que será exibido durante o verão norte-americano ultrapassar a marca de 1 bilhão de dólares em bilheteria. A competição acirrada entre filmes como ‘Super Mario Bros’, Velozes e Furiosos X’, ‘Guardiões da Galáxia Vol.3’, ‘A Pequena Sereia’, ‘Transformers: O Despertar Das Feras’, ‘Pânico VI’, ‘Shazam! A Ira dos Deuses’ e ‘Creed III’ tem resultado em uma constante alternância na liderança das bilheterias, sem permitir que nenhum deles se destaque como um sucesso estrondoso.

Traduzindo: as bilheterias foram diluídas entre os filmes que se prometeram como grandes eventos cinematográficos da temporada, e nenhum deles conseguiu concentrar público de forma efetiva.

 

Todo mundo está cansado com tantas opções disponíveis

 

Além da saturação de lançamentos, outros fatores contribuem para a queda na bilheteria.

O público está cada vez mais cansado, absorvido por uma infinidade de alternativas de entretenimento, como serviços de streaming, jogos e eventos culturais.

A sensação de urgência que foi experimentada com filmes como ‘Vingadores: Ultimato’, que até hoje é considerado o ápice do blockbuster na história do cinema, tornou-se cada vez mais difícil de ser reproduzida. A estratégia de marketing constante e a visão do cinema como apenas mais um produto em vez de uma forma de arte têm afetado o interesse do público.

 

O problema da qualidade (ou falta dela) e o excesso de filmes de heróis

Outro aspecto relevante é a qualidade dos filmes lançados recentemente.

Vários filmes se destacaram recentemente por apresentar uma qualidade indiscutível, como A Baleia, Os Banshees de Inisherin, Tár, Os Fablemans e tantos outros. Porém, todos acabaram eclipsados por lançamentos mais medíocres e, em certo nível, entretidos, que chegam às telas de forma constante, como são os filmes inspirados nas histórias de heróis de quadrinhos.

O fracasso de filmes como ‘The Flash’ não pode ser atribuído apenas a problemas técnicos ou à falta de participações especiais. O grande problema dessas produções está na exaustão do público em relação aos filmes de super-heróis. A constante sucessão de lançamentos deixa todos os filmes menos relevantes, perdendo a sensação de novidade e importância.

 

Conclusão

O ano de 2023 se tornou um pesadelo para indústria cinematográfica. O mercado saturado resultou em bilheterias fracas, deixando claro que o público não se importa mais com o exagero de conteúdo. Sem falar que a qualidade dos filmes é questionável, com produções abaixo da média nos aspectos estéticos, com histórias mal concebidas.

De novo: Hollywood precisa repensar o seu modelo de negócio como um todo. Quem sabe reduzir a janela de lançamento nos serviços de streaming, rever a estratégia de marketing e, principalmente, investir em filmes de qualidade, principalmente nos roteiros.

O futuro pode até ser incerto. Mas não é tão difícil assim perceber qual é o caminho a seguir. O grande desafio aqui é ter a coragem de tomar decisões para oferecer o melhor para quem paga caro pelo ingresso (e ainda mais caro pelo combo pipoca + refrigerante).


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@oEduardoMoreira