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Formula 1 (2023) | GP da Espanha | No multiverso onde Max não existe, a Mercedes voltou ao topo

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Vamos poupar o nosso tempo e falar logo que Max Verstappen venceu o GP da Espanha de Fórmula 1 em 2023. Isso está ficando redundante, pois todo mundo já sabe que o holandês será o campeão dessa temporada. É uma mera formalidade ou questão de tempo.

Então, vamos deixar para falar do principal problema de Max no final desse conteúdo. E o que eu quero propor é o seguinte: vamos fingir por pelo menos 10 minutos que o piloto número 1 da Red Bull não existe, apenas para falar da corrida com um nível maior de interesse.

Pode ser? Você aceita?

Ótimo.

 

Um novo rei do resto

Temos uma nova força da Fórmula 1 do multiverso onde a Red Bull não existe: a Mercedes.

E aqui, eu exijo que Toto Wolff diga para mim e para todo ser civilizado que entende alguma coisa de Fórmula 1 o seguinte:

“Eu estava errado, e todos vocês, completamente certos”.

E eu sei que nunca mais passo frio nessa vida, pois sempre estive coberto de razão. O conceito “sidepod zero” sempre foi um lixo, e bastou a Mercedes construir um carro copiando o que todas as outras equipes fizeram desde o começo do ano passado, e OS DOIS CARROS conseguiram chegar ao pódio. Dá até para dizer que Toto deu um blefe e escondeu o jogo o quanto pode, mas a verdade é que os dois carros da equipe melhoraram muito o ritmo de corrida.

Resultado: o patrão Hamilton e o menino Russell eram só sorrisos no final da corrida. Uma dobradinha da Mercedes na Fórmula 1 do multiverso.

Quem andou para trás mesmo foi a Aston Martin. E Fernando Alonso não deve ter ficado muito feliz em ficar atrás do filho do dono do parquinho, Lance Stroll, justamente na corrida em casa. Tudo bem, o sétimo lugar para o espanhol é um resultado bem melhor do que ele poderia alcançar se ficasse na Alpine. Mas dá para imaginar como ele ficou descontente debaixo do capacete após a prova.

A única coisa que pode consolar Fernando é que Shakira estava assistindo a prova presencialmente. Se bem que é melhor ele ficar esperto ou aceitar relacionamentos modernos, já que há quem diga que a cantora colombiana está de rolo com o astro do Miami Heat, Jimmy Butler.

Outra equipe que precisa esquecer o final de semana (e, talvez, esquecer 2023 desde já) é a Ferrari. Charles Leclerc teve um treino desastroso no sábado, e depois de fazer o que podia na corrida, só fico com a décima primeira posição. E Carlos Sainz até que fez uma boa corrida, mas teve como destino inevitável ficar na quinta posição, atrás de Sérgio Perez.

E por falar no mexicano que está acordando para a realidade a cada corrida que passa, não podemos dizer que Perez não fez uma boa corrida de recuperação para alcançar o quarto lugar no final da prova. O único problema é que Verstappen já saiu de décimo quinto e, em 10 ou 15 voltas, lidera qualquer corrida… com o mesmo carro.

Então, Perez… nunca será. Jamais terá. Aceita isso.

A Alpine é outra que precisa rever a relação com a Fórmula 1, já que Esteban Ocon ficou em uma insípida oitava posição, e Pierre Gasly completou a zona de pontos, ficando em décimo.

Para uma equipe que tem o suporte financeiro da Renault e mandou embora o seu diretor esportivo para ser mais competitiva, não acho que esses resultados impressionam. Pelo contrário: quem sabe não está na hora da montadora francesa rever essa história de permanecer na categoria para sequer ser a quarta força?

E a McLaren? Ou melhor… e Lando Norris?

Eu tenho pena dessa criança, que estava tão feliz no sábado porque iria largar na terceira posição. Mas foi só o piloto britânico bobear na largada, deixar Hamilton passar e, na tentativa de retomar a posição, bater com a asa dianteira no pneu do patrão, e toda essa felicidade foi jogada na lata do lixo.

Zak Brown não tem um final de semana de alegria na vida, já que nas 500 milhas de Indianápolis perdeu a grande chance de vencer alguma coisa em pista.

Por fim, a Haas, aquela equipe que me garante alegrias quase inacreditáveis com os problemas bizarros que entrega para nós, fãs da Fórmula 1 e das trapalhadas cotidianas. Macacos que não funcionam na troca de pneus é a nova pérola fornecida pelo time dirigido por Günther Steiner (que é italiano, diga-se de passagem…).

Ah, tá… fica o registro de que Yuki Tsunoda tem três parafusos a menos para ficar de fora da zona de pontos por jogar o coleguinha fora da pista em uma defesa de posição. Não sei se a Red Bull (que controla a Alpha Tauri) vai ter muito mais paciência com o japonês.

E eu me recuso a perder tempo falando do resto do grid. Não faz a menor diferença aqui.

 

Vamos trazer de volta Max Verstappen

E no GP da Espanha de 2023, descobrimos que Max Verstappen tem uma fraqueza: as linhas brancas dos limites de pista.

O holandês estava tão na frente, que sequer se deu conta de que estava ultrapassando os limites de pista. E isso gerou algum tipo de diversão para a audiência, com um diálogo de rádio hilário.

Mas nem isso impediu que Max vencesse a 40ª corrida de sua carreira, disparando na liderança de um campeonato de 2023 que só se torna interessante quando criamos o tal multiverso onde ele não existe.

O GP da Espanha de F1 em 2023 foi bem mais interessante do que eu esperava, porque Perez errou nos treinos de forma bizarra, a Mercedes melhorou muito, surpreendendo a todos, a Aston Martin regrediu tecnicamente e a Ferrari, pra variar, decepcionou.

Todos os elementos que mencionei nos últimos 15 segundos transformaram uma corrida que historicamente é uma das mais chatas do campeonato em uma prova bem mais animada e disputada, o que me manteve acordado e atento para todos os movimentos.

E ficar acordado em um universo onde Max Verstappen vai vencer em todas as provas é um desafio enorme para alguém como eu, que acorda cedo para ver essa bagaça, quando poderia dormir um pouco mais no final de semana.

A próxima etapa da temporada 2023 da Fórmula 1 é o GP do Canadá, programado para o dia 18 de junho. E vou tentar não encher a minha pança de comida nesse dia, só para não dormir em uma corrida depois do almoço.


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