Press "Enter" to skip to content
Início » Internet » Japão de saco cheio de streamers idiotas

Japão de saco cheio de streamers idiotas

Compartilhe

Faz um bom tempo que o Japão serve como pano de fundo para criadores de conteúdo do mundo todo, por conta dos seus cenários que fundem de forma única as antigas tradições com toda a modernidade tecnológica.

Todo mundo quer uma foto “instagramável” ou um vídeo que viralize de forma rápida e consistente, e um cenário atraente aumenta as chances de sucesso nas redes sociais.

O problema é que as cidades japonesas, que antes eram tranquilas com velhinhos passeando, foram invadidas por streamers, youtubers e tiktokers. E as autoridades locais estão de saco cheio disso.

 

“Basta de streamers idiotas!”, disse o Japão

Parece que a situação chegou ao limite, e o Japão planeja tomar medidas drásticas para resolver o problema.

Recentemente, Hirokazu Matsuno, líder da Secretaria do Gabinete de Japão, fez uma declaração incisiva em resposta às crescentes preocupações dos cidadãos com essa invasão em massas dos influenciadores digitais. Ele enfatizou a necessidade de preservar a liberdade dos usuários, mas não às custas da invasão de privacidade e problemas causados por alguns criadores de conteúdo.

A controvérsia atingiu o seu ponto máximo com a prisão do youtuber norte-americano Johnny Somali, conhecido como Ramsey Khalid Ismael. Durante seu mês de viagem pelo país, ele fez várias transmissões ao vivo através da plataforma Kick, e não se limitou a explorar e mostrar a cultura japonesa, mas também se envolveu em atividades que violavam as leis locais e o bom senso do coletivo.

Ramsey entrou sem permissão em um edifício em construção em Nipponbashi. Quando solicitado que deixasse o local, ele respondeu aos trabalhadores com palavras ofensivas e provocadoras. Resultado: ele foi formalmente acusado de invasão de propriedade privada.

A reação das autoridades japonesas não se limitou apenas a Johnny Somali. Seu cameraman, Jeremiah Dwane Branch, também foi preso em um momento posterior, sob a mesma acusação.

Esse incidente parece ter agido como um catalisador para as declarações fortes de Matsuno. Agora, resta aguardar para ver se essas palavras resultarão em medidas concretas para manter a situação sob controle.

 

Falta de bom senso

É de se imaginar que o caso de Johnny não é isolado no Japão para que as autoridades locais ligassem o sinal de alerta sobre os diferentes casos de perturbação do coletivo no país. Até porque existe um histórico de barbaridades de produtores de conteúdo realizando imbecilidades em território japonês.

Ou você já se esqueceu do imbecil do Logan Paul que fez o vídeo do homem morto no vale dos suicidas? Logo, as reclamações das autoridades não são tão infundadas.

O Japão, apesar de sua abertura à liberdade de expressão, está avaliando a linha tênue entre o respeito à cultura e a imposição de limites para garantir a ordem pública. Criadores de conteúdo globalizados estão sendo chamados a refletir sobre a responsabilidade associada às suas ações, à medida que o Japão reavalia sua postura diante dessa onda crescente de presença digital estrangeira.

Eu insisto: posso não ser um grande produtor de conteúdo, mas sou responsável o suficiente para não transformar o material que compartilho na internet em uma verdadeira aberração em desfile.

Ao menos tenho o mínimo de dignidade de não degradar a minha imagem (e a de terceiros) mais do que deveria.


Compartilhe
@oEduardoMoreira