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Max Verstappen nem é tudo isso no iRacing

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Meu amigo Max Verstappen: Melhore… Apenas Melhore…

Vou confessar que tenho um certo “ranço” do moço Max Verstappen. Em alguns momentos, ele soa arrogante, se expressa de forma mal-educada e é desleal com alguns dos seus adversários nas pistas. E é justamente por tudo isso que ele tem alma de campeão, e eu sou um perdedor na vida por ser tão invejoso.

Mas tudo isso não torna Max Verstappen um ser perfeito. Pelo contrário: assim como qualquer ser humano que respira nesse planeta fedorento e problemático chamado Terra, ele tem um ponto fraco. Ele precisa melhorar em algo.

E esse algo é nos simuladores de corrida, mais precisamente nas competições de iRacing.

 

Ele é bom, mas não é tudo isso…

Ninguém duvida da habilidade de Max Verstappen como piloto de Fórmula 1. O holandês tem se mostrado implacável nas pistas, dificultando a vida de seus rivais ao volante de seu Red Bull.

A menos que ele tenha uma parada cardíaca em pista, declare um tumor cancerígeno cerebral ou pior, decida largar tudo para ser quarto zagueiro no Figueirense, Max Verstappen JÁ É O CAMPEÃO DA TEMPORADA 2023 DA FÓRMULA 1, e não existe força na natureza que possa modificar esse fato neste momento. Convenhamos: ele pode deixar de correr três corridas e esperar que Sergio Pérez tenha três triunfos (algo que, sinceramente, não vai acontecer) e, mesmo assim, será o líder do campeonato.

Mas nos simuladores, Verstappen está mais para Pastor Maldonado mesmo.

O piloto holandês, que havia conquistado a pole position no torneio Golden Toast GP do simulador online iRacing, se envolveu em um incidente que o levou a perder a compostura em uma corrida de aproximadamente três horas.

Foi uma corrida para ser esquecida. Exceto é claro para aqueles que querem ter argumentos para seguirem criticando Max Verstappen por qualquer coisa que ele faça, no melhor estilo “vou pegar no pé do cara só para ser do contra”.

Ou porque dá audiência, como é o meu caso neste momento.

 

Causando o caos no iRacing

Os simuladores de condução e torneios online como o iRacing possuem uma comunidade altamente dedicada. São fãs ao redor do mundo que entendem muito da dinâmica dessas competições, complicando a vida de pilotos profissionais que não são tão experientes com simuladores e jogos de videogame.

Além disso, para participar das grandes competições realizadas nesses jogos, é necessário cumprir certos requisitos, como possuir uma licença específica e pagar uma taxa de inscrição. Assim como acontece hoje com as principais competições automobilísticas do mundo real.

É por isso que às vezes vemos grandes celebridades do automobilismo participando desses simuladores.

Max Verstappen, que também é considerado um grande fã desse tipo de simulador, causou um rebuliço daqueles em um dos últimos torneios de iRacing, realizado no circuito de Spa-Francorchamps. A menos de duas horas do fim da corrida, o piloto alemão Sven-Ole Haase colidiu com Verstappen por trás, resultando em uma perda significativa de tempo para ambos.

Apesar desse incidente, a controvérsia estava longe de acabar, já que o sangue do holandês entrou em estágio automático de ebulição após a batida. Verstappen avançou nas posições e voltou ao grupo de veículos que compunham as primeiras colocações, fazendo algo que normalmente não veríamos em uma corrida real de Fórmula 1.

O piloto optou por pegar um atalho na pista, se aproximou de Haase e o colidiu frontalmente, completando sua vingança e fazendo com que o piloto terminasse na caixa de brita.

E aqui, eu nem vou julgar Verstappen. Ayrton Senna, que vendia a imagem de bom moço, faria o mesmo com Alain Prost por muito menos.

O comentarista da transmissão oficial já suspeitava das intenções de Verstappen, e chegou a dizer que o piloto alemão “não era mais o melhor amigo de Max depois daquela colisão”. E aqui, tudo o que podemos dizer para ambos é o famigerado “chumbo trocado não dói”.

 

A nobre arte do payback

O choque inicial de Haase em Verstappen foi uma espécie de “vingança”, depois que o piloto holandês aparentemente não deixou espaço para ele em uma das curvas.

Típico do Max.

Mas na repetição do incidente, ficou claro que a intenção de Haase era apenas desviar. Ao que parece, esse incidente expôs um problema conhecido pela comunidade de iRacing como ‘magnet tires’ (pneus magnéticos), relacionado ao código de rede do jogo.

Haase não estava ciente dos problemas de Verstappen com o código de rede e, aparentemente, foi por isso que buscou vingança com aquela colisão. Pouco tempo depois, Verstappen foi desclassificado do torneio devido a essa reação explosiva.

Algo que também deveria acontecer com ele em algumas corridas do mundo real (principalmente no polêmico campeonato de 2021), mas que não vem muito ao caso detalhar eventuais punições que o corpo técnico da FIA deixa de aplicar para algumas posturas do rapaz da Red Bull.

Apesar de ser um campeonato “virtual”, esse tipo de competição é algo levado muito a sério entre os membros da comunidade e jogadores. As corridas podem ser tão emocionantes quanto nos campeonatos reais, além da vantagem de ninguém sair ferido após grandes colisões como a ocorrida recentemente no torneio de Verstappen.

De qualquer forma, entendo que Max Verstappen não só precisa aprimorar suas habilidades nos simuladores, mas também aprender práticas de engenharia social para não ficar irritado por qualquer bobagem que ele mesmo faria com qualquer pessoa. Com alguma sorte, o holandês revisa posturas e atitudes.

Até porque… vamos falar a verdade: quem Max Verstappen pensa que é para sair peitando o pessoal que joga o iRacing a sério? Só porque ele tem dois títulos mundiais de Fórmula 1 ele acredita que pode tomar atalhos ou passar por cima de outros competidores?

Sério, eu sonho com o amadurecimento do menino Max alcançando outros níveis. Essa versão dele de jovem adulto que se comporta como adolescente mimado que não suporta perder nunca na vida me cansa de tempos em tempos.


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@oEduardoMoreira